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Mais 8 mulheres acusam a Sony de assédio e discriminação

Por| Editado por Bruna Penilhas | 10 de Março de 2022 às 16h31

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Divulgação/Sony Interactive Entertainment
Divulgação/Sony Interactive Entertainment

A Sony Interactive Entertainment, divisão que produz os consoles e jogos da PlayStation, está sendo processada judicialmente por discriminação de gênero e assédio sexual. O processo, iniciado no fim de 2021 por uma ex-funcionária, ganhou reforços de mais oito mulheres.

Atenção: o texto a seguir contém possíveis gatilhos de assédio e misoginia.

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A ação judicial foi iniciada em novembro do ano passado pela ex-analista de segurança de T.I. [tecnologia da informação] da Sony, Emma Majo. Ela alega que a empresa “tolera e cultiva um ambiente de trabalho que discrimina as funcionárias”, e afirma ter sido demitida “logo depois” de chamar a atenção para o problema.

Na terça-feira (8), o advogado responsável pelo processo apresentou declarações de mais sete ex-funcionárias e uma atual. No documento, obtido pelo site Axios, elas prestam apoio à Majo e fornecem mais detalhes sobre os casos de sexismo que acontecem na Sony. Entre as alegações, estão a desvalorização de ideias propostas por mulheres, a discriminação contra mães e a dificuldade para que mulheres sejam promovidas no trabalho em comparação com os homens.

Mulheres eram ranqueadas por “gostosura”

A ex-diretora sênior da Sony, Maria Harrington, afirma ter deixado a empresa em 2019 por conta do “sexismo sistêmico contra as mulheres”. No documento, a executiva aponta que as conquistas das mulheres eram ignoradas em reuniões de líderes, e que funcionários homens classificavam suas colegas pela “gostosura”, além de compartilharem “piadas imundas e imagens de mulheres”.

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Ela também descreve que, em uma ocasião, um engenheiro pediu-lhe para que parasse de usar saias “porque isso estava o distraindo”. Outros funcionários do time de engenharia também costumavam ir a clubes de striptease no horário de almoço e compartilhavam pornografia entre eles.

Em outro momento, Harrington afirma ter pedido uma sala privada para lactação, ou seja, para produção de leite materno, após ter gêmeos em 2005. A sala que lhe deram foi uma “despensa do saguão de entrada com uma fechadura quebrada”. Ela aponta que parou de amamentar cedo “porque não era sustentável nessas condições”.

10 mulheres deixaram a Sony em apenas quatro meses

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Já outra ex-funcionária, Kara Johnson, disse que pelo menos 10 mulheres deixaram a companhia em apenas quatro meses. “Embora fosse esperado um certo desgaste após o lançamento do PlayStation 5, o número desproporcional de mulheres saindo preocupou a liderança”, afirmou no documento.

O documento entregue à Justiça também descreve casos de homens que afirmaram que mulheres "não entendem de tecnologia". Um gerente sênior teria tentado “agarrar o peito” de uma mulher durante um evento externo de trabalho. Outro relato conta:

“Um gerente sênior do sexo masculino estava se aproximando inadequadamente de mim. Ele me abraçou e sussurrou em meu ouvido. Saí, fui ao banheiro e contei a algumas colegas de trabalho. Logo depois, pedi a transferência de departamento.”

Infelizmente, casos de assédio sexual não são novidades na indústria de videogames. Em 2019, a Riot Games, desenvolvedora de League of Legends e Valorant, foi condenada a pagar US$ 10 milhões (cerca de R$ 50 milhões em conversão direta) em um acordo sobre discriminação de gênero. A Ubisoft, dona de Assassin’s Creed e Just Dance, também enfrenta acusações e processos na justiça desde 2020, e está sofrendo um “êxodo” de funcionários. Mais recentemente, a ActivisionBlizzard, de Call of Duty e Overwatch, também passou a enfrentar processos e turbulências pelo mesmo motivo.

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Fonte: AxiosGames RadarPolygon, Yahoo!