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Review DualSense Edge | Preço alto e bons recursos marcam lançamento da Sony

Por| Editado por Jones Oliveira | 26 de Fevereiro de 2023 às 09h30

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Review DualSense Edge | Preço alto e bons recursos marcam lançamento da Sony
Review DualSense Edge | Preço alto e bons recursos marcam lançamento da Sony

As imagens contam apenas parte da história quando o assunto é o DualSense Edge (e basicamente qualquer controle dessa categoria). A aparência é de um joystick normal com recursos adicionais, mas eles fazem todo sentido para os jogadores mais avançados ou adeptos dos jogos competitivos. Deles, e de todos os outros, se espera o pagamento de um alto preço, uma conta complicada em que novidades e valor podem caminhar com pesos diferentes para cada usuário.

Há mais sentido no uso, por exemplo, nas jogatinas de Call of Duty Warzone, em que uma ação rápida faz toda diferença, enquanto quem prefere os games single player pode não ser tão bem atendido assim. As novidades do DualSense Edge podem melhorar a jogabilidade de Elden Ring ou simular um câmbio borboleta nas pistas de Gran Turismo 7, mas, com isso, sempre vem o fantasma do preço.

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Afinal de contas, em um Brasil em que tudo é absolutamente caro, falar em um controle de R$ 1.449, valor oficial praticado pela Sony por aqui, é também falar em quase um terço do valor do console em si, que traz um DualSense convencional dentro da caixa. Lá fora, essa proporção também se reflete, com a empresa parecendo saber disso e tentando entregar o máximo possível de valor dentro de sua proposta.

Nesse sentido, ela conseguiu. O cuidado e atenção dada ao público mais avançado se reflete em pequenas e grandes melhorias, como uma pegada melhor e um sistema totalmente customizado, cheio de opções de fácil configuração. Quem pagar o preço estará diante de uma solução que atende bem aos anseios de seu público e ainda se coloca como um rival de peso para a concorrência, ainda que não conte com alguns adicionais disponíveis na versão do lado verde, que tem uma experiência que já dura alguns anos.

Impressionante à primeira vista (e também segunda)

O caráter premium do DualSense Edge aparece assim que se abre a caixa. O joystick vem armazenado em uma case toda de plástico, bastante robusta e com espaço de sobra para guardar o controle e todas as peças pequenas que podem se perder por aí se ficarem soltas. Tudo tem o seu espaço e todas ficam firmes mesmo quando a embalagem chacoalha, de novo evidenciando um formato que foi feito para ser carregado por aí.

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São três pares de alavancas analógicas — um semelhante ao controle atual do PlayStation 5 e outros dois que lembram o formato circular e áspero do PlayStation 3, um mais baixo e outro alto. Os gatilhos traseiros também aparecem em duas versões, uma com as conhecidas alavancas de joysticks desse tipo e outro formato menor, como um semicírculo, todos de metal e com boa sensação tátil. A caixa traz, ainda, um cabo USB-C com 2,8 metros de comprimento e uma peça de fixação que o prende à parte traseira do controle.

Como dito, as imagens contam apenas parte da história e a primeira impressão, também. Pegar o DualSense Edge mostra desde o início uma pegada melhorada, com aplicação emborrachada na parte inferior, onde ficam as pontas dos dedos, assim como um grip texturizado nos gatilhos superiores. Direcionais e botões de face são os mesmos do controle original, diferentemente do touchpad, que também apresenta uma textura diferente.

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Logo de início, também notamos mudanças sensíveis, como analógicos com cliques mais sutis e menos barulhentos que no DualSense padrão, um toque mais macio que também aparece no touchpad. Explorando a case, também se nota a presença de uma abertura na parte traseira, para que o controle possa ser carregado sem que seja preciso retirá-lo da embalagem.

Por outro lado, há a presença do igualmente querido e odiado acabamento Black Piano na parte inferior do controle, entre as alavancas e onde está o logo de PlayStation. Para um produto que é manipulado o tempo inteiro, a escolha não é das melhores e as marcas de dedo acabam sendo inevitáveis, assim como a presença mais clara de acúmulo de poeira e pelos, caso você tenha um pet em casa.

Críticas também podem ser feitas ao plástico usado nesse componente, que evidencia uma sensação presente em praticamente toda a customização do DualSense Edge. O controle é claramente robusto, mas a quantidade de travinhas e cliques necessários para retirar analógicos, trocar alavancas ou inserir gatilhos traseiros faz com que o medo da quebra sempre esteja presente, principalmente quando é necessário um pouco de força para que alguns dos itens se encaixem da maneira correta.

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Apenas funciona

Ao ligar, mais mudanças, com o DualSense Edge não mais acendendo toda a extensão dos LEDs frontais no uso dos menus do PS5 — eles aparecem apenas durante os jogos, com as mesmas opções de intensidade e recursos de interação que já estavam disponíveis na versão tradicional. Apenas uma pequena luz branca, na parte inferior do touchpad, indica que o controle está ligado, também servindo como indicador relacionado aos perfis de botões do joystick.

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O cuidado da Sony com a nova proposta chama a atenção assim que se conecta o joystick pela primeira vez, com o PS5 exibindo interfaces dedicadas a eles e até um tutorial sobre seus principais recursos, que também pode ser acessado a qualquer outro momento. É no software que o restante da mágica acontece, com opções profundas e dedicadas a cada um dos aspectos do DualSense Edge, incluindo, mas não exclusivamente, seus diferenciais em relação aos controles comuns.

Tudo está integrado ao sistema operacional do próprio console, o que significa que as configurações também podem ser acessadas a qualquer momento, sem a necessidade de aplicativos adicionais ou do uso de softwares no PC, como acontece com modelos licenciados. A troca de perfis de comandos acontece com um pressionamento longo dos botões Fn, localizados abaixo dos analógicos, com três opções customizadas e uma padrão sempre disponíveis, além de um número ilimitado delas que podem ficar salvas no videogame para serem atribuídas quando necessário.

Como dito, parte do intuito do DualSense Edge é ser levado por aí, o que significa que os perfis de customização salvos no controle também vão junto e aparecem da forma como foram configurados, mesmo em um novo console. Isso, novamente, se aplica não somente aos mapeamentos de botões, mas também configurações de sensibilidade dos analógicos, enquanto o ajuste de profundidade dos gatilhos L2 e R2 é físico e independente, por meio de sliders na parte traseira.

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Na palma da mão

Os testes realizados pelo Canaltech ocuparam boa parte do tempo livre deste repórter e propiciaram um retorno bem-vindo a games como Gran Turismo 7 e Overwatch 2. Call of Duty Warzone e Fortnite, claro, não poderiam faltar nesse experimento, assim como alguns jogos single player como Resident Evil 5, RE Village e Far Cry 5.

No game de carros da Sony, os gatilhos traseiros representaram pouca melhoria na jogabilidade além de servirem como um simulacro de câmbio borboleta para troca de marchas. Entretanto, como um dos destaques do título é a transferência de sensações para as mãos do jogador, o feedback tátil do DualSense Edge mostrou sua diferença e a potência maior das vibrações, aumentando a sensação propiciada pelo game.

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Nos jogos de tiro, o maior destaque foi o posicionamento de elementos que antes ficariam nos botões de face e exigiriam que o jogador largasse o controle de câmera para recarregar uma arma ou usar um item de cura. Ao fazer isso por meio dos gatilhos inferiores, a volta à ação aconteceu mais rapidamente, assim como ficou a sensação de maior controle espacial, uma vez que não precisamos “deixar de olhar” para realizar a ação.

Em Call of Duty, por exemplo, o gatilho direito ficou com o recarregamento, enquanto o esquerdo fazia o personagem se abaixar. Em Far Cry 5, este último ficou à cargo do uso de itens de cura, enquanto em Fortnite os botões traseiros serviam para navegar mais rapidamente entre as armas e itens do inventário. O céu, entretanto, é o limite, com o uso do recurso também trazendo um pouco de acessibilidade para quem tem dificuldade em mover os dedos rapidamente pela área do joystick.

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Existem algumas limitações, entretanto. Os gatilhos traseiros só podem ser ligados a botões comuns, sem combinações de dois ou mais deles, enquanto os grandes gatilhos Fn servem apenas para acionar a interface de troca de perfis. Considerando que o controle do PS5 tem dois botões extras a menos que opções licenciadas ou disponíveis para Xbox, seria interessante usar estas opções para compensar isso.

O novo controle do PS5 também é ligeiramente mais pesado que o original, em cerca de 50 gramas. Dá para sentir a diferença na comparação, mas ela não é maior o bastante para gerar fadiga ou cansaço pelo uso prolongado, até porque as longas sessões de jogatina podem ser interrompidas pela baixa duração da bateria, um problema que já aparecia no DualSense convencional e que também está presente na versão Edge.

O consumo depende do jogo, mas, em nossos testes, vimos a notificação de que a bateria estava baixa com cerca de 3h30 a 4h de jogatina, com o controle desligando completamente sem energia cerca de 40 minutos depois disso. É um total que fica cerca de uma hora de autonomia abaixo da versão convencional do DualSense, quando usado da mesma forma, e fruto dos recursos adicionais da versão Edge.

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Como citado no início deste review, o cabo mais longo vem como uma forma clara de compensar isso, permitindo que o usuário continue jogando com conforto enquanto o joystick carrega. Da mesma forma, a porta traseira da case do novo controle também auxilia a manter o acessório sempre pronto para jogar, mas a tradição do PS5 se mantém aqui — o melhor é conectar o DualSense Edge à energia sempre que não estiver jogando, principalmente depois de sessões mais longas.

O elefante (que anda sozinho) na sala

Você deve ter estranhado a ausência de comentários sobre outro dos recursos centrais do DualSense Edge nesta análise. É um que, entretanto, pessoalmente recuso a chamar de melhoria, mas sim como uma maneira de colocar sobre o jogador o ônus de um problema notório dos controles do PlayStation 5. Sim, é possível trocar os analógicos do joystick, mas não, isso não resolve as falhas relacionadas ao drift.

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A novidade resolve, é verdade, a frustração de ter que se desfazer de todo um joystick apenas por causa do defeito nas alavancas analógicas, que perdem a precisão e registram movimentos involuntários com o passar do tempo. É uma falha intermitente, mas que assusta os jogadores desde as primeiras semanas com o console e, ao que parece, deve permanecer até o fim de seu ciclo de vida sem que, pelo menos até agora, a Sony tenha nem mesmo reconhecido sua existência.

Novamente, voltamos à questão do preço: era de se esperar que, em um controle de quase R$ 1.500, o drift fosse coisa do passado, mas não parece ser o caso. Enquanto isso, no Brasil, um módulo de analógico sai por valores que vão de R$ 99 a R$ 129, equivalentes a cerca de 10% do valor do controle todo e pouco menos de um quarto do que custa por aí.

É sim mais barato, caso o seu investimento inicial em um DualSense Edge seja do tamanho exigido, e, novamente, estamos falando de uma solução para um problema que deveria ser resolvido pela Sony e não pelo consumidor.

Vale a pena comprar o DualSense Edge?

A reposta, como evidenciado no começo desta análise, é difícil. As novidades, porém, também são inegáveis, com a Sony apresentando uma versão premium de um controle que já era um queridinho dos fãs, agora com novos recursos e um cuidado no software que chama a atenção pela facilidade e simplicidade no acesso até mesmo aos recursos mais avançados.

O usuário não precisa de nenhum extra para configurar e começar a usar o DualSense Edge. Ao ter uma ideia de atalho ou possibilidade de controle, basta pausar a jogatina e colocar o conceito à prova de forma extremamente ágil, sem a necessidade de usar um PC ou aplicativo dedicado para isso. A falta que faz dois gatilhos a mais ou a possibilidade de mudar o direcional, presentes na maioria das opções do ramo e também na concorrência, é compensada por essa acessibilidade.

A bateria é menor, mas não é como se estivéssemos falando de um controle em que este é o principal destaque, enquanto a pegada emborrachada e a mudança de design fazem parecer estarmos efetivamente com um produto diferenciado em mãos. O DualSense Edge representa uma entrada de peso da Sony neste segmento, com a falta de experiência não a impedindo de entregar um produto de qualidade.

Vale o preço, porém? Essa resposta deixo a você, jogador, já que ela está relacionada diretamente ao tipo de uso que faz do seu PlayStation 5, principalmente no que toca a jogatina competitiva. O valor é alto, mas a entrega e os benefícios também.

O DualSense Edge foi testado pelo Canaltech em unidade gentilmente cedida pela Sony.