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Rússia x Ucrânia: EUA e Europa manterão parceria espacial com russos na guerra?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Fevereiro de 2022 às 12h10

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Maxar Technologies
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A cooperação da Europa e os Estados Unidos com a Rússia não deve ser afetada mesmo com a atual crise da Ucrânia. A afirmação foi feita por oficiais norte-americanos durante um painel de discussões sobre diplomacia espacial nesta quarta-feira (23), antes do ataque russo ao país, em que disseram que a colaboração entre a NASA e a Roscosmos, a agência espacial da Rússia, não havia sido alterada até aquele momento pela crise.

Valda Vikmanis-Keller, diretora do Escritório de Questões Espaciais no Departamento Estatal dos EUA, afirmou que, conforme o mundo acompanha os desdobramentos políticos relacionados à Rússia e Ucrânia, a NASA seguiria conduzindo pesquisas em segurança a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), e a cooperação continuaria com a Roscosmos e outros parceiros internacionais.

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Segundo ela, não havia planos para mudar atividades já planejadas, como o lançamento de uma nave Soyuz com três cosmonautas. Além disso, a NASA planeja continuar enviando seus astronautas para serem treinados na Rússia — cinco deles devem ir ao país até a metade de março, enquanto três cosmonautas russos passariam por treinamento no Johnson Space Center. “Apesar do que está acontecendo geopoliticamente, as operações e colaborações seguras na ISS continuam”, disse.

Já Sylvie Espinasse, diretora do escritório da Agência Espacial Europeia (ESA) em Washington, afirmou que a colaboração europeia com a Rússia também estava inalterada. “Estamos monitorando de perto o que está acontecendo, mas por enquanto, as atividades continuam como o planejado”, declarou. Enquanto isso, Dmitry Rogozin, diretor da Roscosmos, afirmou em um tuíte publicado nesta quarta-feira (23) que tem um bom relacionamento com a NASA, mas criticou “políticas abertamente hostis dos Estados Unidos ao seu país”.

Incertezas na crise da Rússia com a Ucrânia

A atual situação geopolítica levanta preocupações sobre o futuro da colaboração internacional no espaço, principalmente no que diz respeito à relação entre a Europa e a Rússia. Por meio da ESA, 22 países europeus (exceto a Ucrânia) trabalham juntos em projetos de pesquisa e exploração espacial; em paralelo, a Roscosmos se mostra uma parceira importante para a ESA há anos, principalmente quando o assunto são grandes missões de exploração espacial.

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No caso da ESA, o maior problema talvez esteja no rover Rosalind Franklin, da missão ExoMars. Inicialmente, a missão seria realizada através de uma parceria com a NASA; contudo, após um corte orçamentário em 2012, a agência espacial dos EUA precisou recuar. A lacuna foi preenchida pela Roscosmos, que ficou responsável pelo foguete Proton para o lançamento, instrumentos científicos para o rover e pela sonda orbital Trace Gas Orbiter (TGO), da primeira parte da ExoMars.

Até o momento, a ESA não fez novos comentários sobre possíveis implicações da situação entre a Rússia e a Ucrânia para a missão ExoMars e outros projetos conjuntos. “Temos uma grande cooperação com nossos colegas engenheiros e cientistas russos, incluindo alguns testes de calibração [do rover] conjuntos em Turin, na Itália, nesta semana”, disse Andrew Coates, o principal investigador do instrumento PanCam, do rover ExoMars.

Segundo ele, a expectativa é que o rover seja lançado na janela planejada, que se abre no dia 20 de setembro e vai até 1º de outubro. “A ciência transcende a política, e temos certeza de que está tudo bem para o lançamento”, afirmou. Além disso, a ESA terá mais algumas decisões difíceis à frente, já que havia uma parceria planejada com a Rússia para o desenvolvimento de veículos lançadores e satélites para estudos sobre os efeitos das condições do espaço em organismos vivos. Mesmo assim, resta aguardar os desdobramentos da questão geopolítica e seus efeitos.

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Fonte: Via: SpaceNews, Space.com