Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Estação Espacial Internacional x Estação Espacial Chinesa: quais as diferenças?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Agosto de 2021 às 10h00

Link copiado!

China Manned Space Engineering Office
China Manned Space Engineering Office

Quando se pensa em estações tripuladas na órbita da Terra, é comum que a Estação Espacial Internacional (ISS) venha primeiro à mente. Este laboratório orbital abriga tripulações que revezam a estadia no espaço para realizar experimentos científicos no ambiente de microgravidade. Mas esta não é a única estação espacial ao redor da Terra: além de outras menores que já foram desativadas, está sendo montada a Tiangong-3, a nova estação espacial da China, que, por enquanto, tem apenas um módulo central em órbita — mas que já recebeu seus primeiros astronautas.

A ISS começou a ser montada na década de 1990 e é um projeto multinacional realizado em colaboração com as agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá e Europa. Ela recebeu sua primeira turma de astronautas no ano 2000 e, por muito tempo, foi a única estação espacial em funcionamento. A antiga estação russa Mir se aposentou em 2001, apenas um ano após início das operações da ISS. Foi somente em 2011 que a ISS ganhou uma "companheira" chinesa — a Tiangong-1, desativada em 2016, seguida pela Tiangong-2, lançada em 2016 e desativada em 2018.

Agora, a ISS divide a órbita terrestre com a Tiangong-3 — ou melhor, com seu módulo central Tianhe, o primeiro a compor o que ainda será a nova nova Estação Espacial Chinesa (CSS). O módulo Tianhe (cujo nome significa algo como “Harmonia dos Céus”)  foi lançado em abril de 2021, sendo que outros dois módulos devem ser lançados no ano que vem. A CSS tem conclusão estimada para 2022.

Continua após a publicidade

Então, com duas estações espaciais abrigando astronautas em órbita ao mesmo tempo, fica a curiosidade: quais são as semelhanças e diferenças entre elas? Confira nesta matéria!

Características gerais 

A Estação Espacial Internacional orbita a Terra a cerca de 400 km de altitude, altitude parecida com a adotada pela Tiangong-3 — algo entre 340 km e 450 km. Já em relação à massa, a Tiangong-3 poderá chegar a 24 toneladas, o que representa cerca de 20% do peso da ISS. Ambas são estações modulares, sendo montadas em órbita com peças lançadas separadamente.

Continua após a publicidade

Atualmente, a ISS é formada por 16 grandes módulos. Cinco deles são russos, oito são dos Estados Unidos, dois são do Japão e um é da Europa, que formam uma estrutura que mede aproximadamente 110 m de uma ponta a outra. Já a estação chinesa será formada por somente três módulos: o Tianhe, como o módulo central, junto do Wentian e Mengtian, unidades que serão voltadas à pesquisa.

Fontes de energia 

De modo geral, ambas as estações utilizam energia solar para alimentar seus sistemas. No caso da ISS, as células solares fazem a conversão direta da luz solar em eletricidade, enquanto a Tiangong-3 conta com painéis solares direcionáveis, que executam um processo parecido. À primeira vista, esses dois métodos podem parecer bem semelhantes, mas há algumas diferenças entre eles.

Continua após a publicidade

A estação espacial da China usa painéis solares propriamente ditos, enquanto a ISS conta com painéis formados por estruturas retráteis, onde as células solares ficam. Como a ISS não fica sempre na luz solar direta, ela precisa usar baterias durante os períodos de escuridão.

Estrutura

A Tiangong-3 será construída em torno do módulo Tianhe, o componente principal da estação, que tem a seção de alojamentos, serviços e um centro de acoplagem. Além disso, o Tianhe fornece também os sistemas de suporte à vida, orientação, navegação e controle de orientação das instalações. Ainda, é ali que ficam os sistemas de energia, propulsão e suporte à vida.

Continua após a publicidade

Já a ISS é dividida em duas seções principais: uma é o segmento russo, administrado pela Rússia, enquanto o segmento dos Estados Unidos é operado pelos norte-americanos e por parceiros de outros países. Cada um tem alojamentos e laboratórios científicos próprios para suas tripulações, mas são conectados entre si — ou seja, é possível que astronautas do segmento americano visitem o segmento russo, e vice-versa.

Por fim, a ISS tem braços robóticos que auxiliam em várias tarefas com precisão, sendo que a CSS também irá usar braços robóticos para a montagem de sua estrutura final, acomodando os módulos que ainda estão por vir ao módulo central Tianhe.

Objetivos 

Continua após a publicidade

A ISS foi criada para testar sistemas de naves espaciais e tecnologias que serão necessárias para missões mais longas, como aquelas lançadas com destino à Lua e, depois, a Marte. Tudo isso envolve muitos experimentos científicos, com os astronautas muitas vezes servido como "cobaias" de atividades diversas, além de eles mesmos conduzirem experimentos para descobrir, por exemplo, como cultivar vegetais no espaço — entre muitas outras coisas.

A missão da Tiangong-3 é parecida, e a divisão China Manned Space Agency (CMSA), da agência espacial da China (CNSA), descreve seus objetivos como o “desenvolvimento adicional de tecnologia de manobra de naves, avanço em tecnologias como operações tripuladas permanentes em órbita, voos espaciais autônomos”, entre outros.

Até o momento, a Estação Espacial Internacional já recebeu mais de 60 expedições, tanto que já chegou a comportar o total de 13 astronautas a bordo ao mesmo tempo. Já a Tiangong-3 foi desenvolvida para ter somente três tripulantes por vez — e, atualmente, há um trio de taikonautas no módulo Tianhe, a bordo para uma missão de três meses de duração.

Experimentos científicos

Continua após a publicidade

Desde o lançamento da ISS, as várias tripulações que estiveram por lá conduziram cerca de 3.000 experimentos científicos em áreas variadas, como a física fundamental, observação da Terra e estudos biomédicos. Conforme os astronautas puderam dedicar mais tempo à pesquisa no espaço, resultados importantes foram obtidos, como conhecimentos sobre o comportamento humano em voos espaciais de longa duração e como determinados materiais reagem no espaço.

A nova estação espacial chinesa ainda está sendo montada, mas ela também será um laboratório de experimentos científicos. A China tem planos ambiciosos para a Tiangong-3, que poderá receber mais de 20 estruturas experimentais com ambientes fechados e pressurizados, e a CMSA já aprovou mais de mil experimentos em áreas variadas a serem realizados na CSS — tal qual acontece na ISS.

Fonte: Nature, Space.com, Interesting Engineering