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Qual o futuro da ISS? NASA anuncia novidades e parceria com o setor privado

Por| 01 de Setembro de 2020 às 13h00

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O fim das atividades na Estação Espacial Internacional (ISS) está oficialmente marcado para 2024, mas a NASA e seus parceiros internacionais pretendem usá-la pelo menos até 2028. Os módulos de tripulação estão em ótimas condições e as baterias foram trocadas recentemente por células de tecnologia superior. Isso indica que a plataforma orbital ainda deve continuar em boas condições por um bom tempo.

De acordo com o administrador da NASA, Jim Bridenstine, em uma conferência online no dia 27, a NASA quer usar a ISS “o máximo possível”. Ele acrescentou ainda que, embora saiba que a estação não vai durar para sempre, a agência espacial ainda não sabe exatamente quando o programa deverá ser encerrado. Também ainda não está certo o que virá depois para substituir a ISS, mas pode ser que seja um programa comercial.

NASA ainda precisa da ISS

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Independente dos planos para o futuro da pesquisa orbital, seria um péssimo negócio abrir mão da ISS nesta década, já que a NASA pretende enviar astronautas de volta à Lua até 2024, e montar uma base para a permanência humana por lá. A verba necessária para isso já é um assunto de intenso debate na Câmara dos Estados Unidos, por isso seria muito difícil construir uma nova estação orbital para pesquisas científicas — que, por sinal, são de grande importância para o futuro das missões espaciais tripuladas.

Por causa do debate na Câmara sobre o orçamento da NASA, ainda não está definido se a agência terá o dinheiro necessário para pousar na Lua em 2024. Por isso, é importante aproveitar tudo o que a ISS ainda tem a oferecer. Afinal, foram mais de 3.000 pesquisas realizadas por lá, de acordo com Kathy Lueders, Administradora Associada da Direção de Missão de Exploração e Operações Humanas da NASA. De acordo com ela, a ISS é um “lugar crítico para continuarmos a descobrir como transportar as pessoas no espaço por longos períodos”.

Segundo as declarações de alguns funcionários da NASA durante a conferência online, a NASA não deverá ser responsável pela instalação espacial que vier após a ISS. Isso significa que, ao menos nos Estados Unidos, a próxima iniciativa deve ser do setor privado. A questão trazida para o momento, entretanto, é que a NASA e seus parceiros (que são agências governamentais de outros países e da União Europeia) continuem a gerenciar as pesquisas fundamentais, como têm feito na ISS. É que esse tipo de experimento é muito distinto das pesquisas comerciais, que precisam obter retorno financeiro.

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Astronautas e módulos privados para a ISS

Com as cápsulas CST-100 Starliner, da Boeing, e a Crew Dragon, da SpaceX, a NASA poderá transportar quatro astronautas em cada missão operacional à ISS. Até agora, com os lançamentos operacionais ocorrendo exclusivamente em veículos Soyuz, da Rússia, o transporte era de até três astronautas. Com o aumento no tamanho das tripulações, aumentará o tempo geral de pesquisa para 70 horas por semana, de acordo com o gerente do programa da NASA para a ISS, Joel Montalbano, sem mencionar quantas horas as equipes atuais de três a seis pessoas trabalham atualmente.

Não apenas voos privados, mas astronautas particulares também começarão a participar do programa da ISS. Isso significa que, em breve, mais pesquisas poderão ser realizadas na ISS. Módulos privados também poderão ser lançados e anexados à estação, como é o caso do módulo da empresa Axiom Space, de Houston, que foi selecionado pela NASA em janeiro deste ano, e deve ser lançado em 2024.

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As propostas para missões privadas de astronautas estão em andamento, de acordo com Angela Hart, gerente de comercialização da órbita baixa terrestre da NASA. Serão pessoas contratadas por uma empresa para realizar pesquisas privadas, recebendo os devidos treinamentos necessários para viver no espaço. A NASA recebeu propostas de várias empresas para este fim, mas não há maiores detalhes sobre o assunto, ou sobre quais foram as companhias consideradas para aprovação.

Hart revelou, no entanto, que as empresas selecionadas poderão enviar seus astronautas particulares à ISS até duas vezes por ano. Essas missões serão de curta duração, algo entre 10 a 30 dias para cada tripulação privada.

O futuro da pesquisa orbital é a parceria

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Marybeth Edeen, gerente do escritório de pesquisas da ISS, disse que as futuras pesquisas comerciais “precisam ser moderadas” para que seja possível dar prosseguimento à “pesquisa que iniciamos na última década”. Ou seja, todas as partes envolvidas terão que trabalhar para que haja um equilíbrio, de modo que as pesquisas realizadas até agora continuem em andamento, mesmo que não sejam interessantes do ponto de vista comercial.

Por outro lado, espera-se que a ISS receba mais verbas nos próximos cinco anos, inclusive do setor privado, além do investimento das outras agências espaciais internacionais. Alex MacDonald, economista-chefe da NASA e executivo do Programa de Laboratório Nacional da ISS, disse que também espera mais estudantes interessados nas pesquisas em órbita. Ou seja, enquanto a ISS durar, haverá recursos financeiros e humanos para manter as pesquisas por lá. Então, o fim do programa dependerá da parte mecânica da estação.

Nesse ponto, a ISS “pode ter uma grande contingência irrecuperável a qualquer momento", de acordo com Phil McAlister, diretor do programa de voos espaciais comerciais da NASA, sem dar muitos detalhes para o tipo de falhas mecânicas que podem ocorrer nos próximos anos. Mas a ISS já conta com as equipes sempre a bordo e robôs capazes de realizar reparos eventuais. Ainda assim, o fim é inevitável, e todos devem estar preparados para isso. “Em algum ponto, iremos gradualmente reduzir as operações da ISS”, disse McAlister.

Por isso, em algum momento, a NASA deve começar a trabalhar com parceiros comerciais para a criação de novas plataformas orbitais para dar continuidade às experiências em ambiente de micro gravidade. Só não se sabe ainda quando isso vai acontecer.

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Fonte: Space.com (1, 2)