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Como é o clima nos planetas do Sistema Solar?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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Clare Harrison
Clare Harrison

Se você pudesse visitar os planetas vizinhos da Terra no Sistema Solar, encontraria tempestades bem mais fortes que qualquer outra já ocorrida por aqui, ou furacões e ventos que, além de intensos, já sopram há um século sem parar. Embora o clima dos planetas do Sistema Solar tenha características curiosas e diferentes, é certo que somente a Terra tem condições que permitem a nossa sobrevivência, apesar de estar enfrentando mudanças preocupantes impulsionadas pela ação humana.

Muitas vezes, as palavras “tempo” e “clima” são usadas como sinônimos, mas elas têm diferenças importantes entre si. Uma forma simples de entendê-las é considerar que o tempo são as condições temporárias que ocorrem na atmosfera, enquanto o clima é como o tempo se comporta em um período de tempo mais extenso em determinada região. Por isso, os registros dos dados climáticos acabam incluindo também valores extremos, como recordes de temperatura ou do nível de chuvas.

Hoje, já sabemos que o Sistema Solar abriga fenômenos climáticos que, embora sejam fascinantes, não seriam nada agradáveis para nós se estivéssemos neste mundos — afinal, quem gostaria de experimentar o calor brutal de Vênus, ou os ventos que sopram a mais de 1.600 km/h em Saturno?

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O clima nos planetas internos do Sistema Solar

Vamos começar por Mercúrio, o mundo mais próximo do Sol. Como praticamente não tem atmosfera, as temperaturas por lá são altíssimas — mas, por outro lado, essa ausência de atmosfera impede que o calor seja retido, o que causa grandes flutuações nas temperaturas do planeta. Por lá, os dias chegam a 800 ºC, enquanto as noites chegam a -180 ºC. Além disso, como Mercúrio gira em torno de um eixo perpendicular ao seu plano orbital (ou seja, não tem uma inclinação como a da Terra), não há mudanças de estações.

Já Vênus, considerado um planeta "irmão da Terra" devido ao seu tamanho, massa e geologia, pode ser considerado um dos menos hospitaleiros em todo o Sistema Solar. Além da pressão atmosférica 90 vezes maior que a daqui, Vênus tem sua atmosfera espessa formada principalmente por dióxido de carbono, que retém grande parte da radiação solar. Por isso, as temperaturas chegam a 460 ºC e, para completar, há ainda chuvas de ácido sulfúrico, composto capaz de causar queimaduras graves na pele. Já para quem adora o frio, saiba que até há “neve” por lá, mas ela é formada por remanescentes de metais vaporizados.

Eis que chegamos a Marte, um planeta cuja atmosfera reúne algumas características daquelas presentes em Vênus e Mercúrio. Por lá, também há grandes quantidades de dióxido de carbono, ainda que a atmosfera marciana seja extremamente fina. Se passasse algum tempo no Planeta Vermelho, você encontraria várias calotas de gelo e tempestades de areia intensas, capazes de criar redemoinhos apelidados de “demônios de poeira”. Por fim, também existe neve por lá, com a diferença de que esta é feita de dióxido de carbono congelado. O Planeta Vermelho tem um inverno mais rigoroso do que o nosso, com temperaturas não muito amigáveis a nós, ficando na média dos -125 ºC no inverno; já o verão marciano tem temperaturas de 22 ºC, o que não parece nada mal.

O clima nos planetas gasosos do Sistema Solar

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De Marte em diante, o clima dos demais planetas fica ainda mais "diferentão" — e um dos melhores exemplos disso é Júpiter. Como o planeta é gasoso, não há uma superfície para você descansar enquanto conhece o clima tempestuoso deste mundo que abriga a Grande Mancha Vermelha, uma tempestade que faz jus ao seu nome por muito maior que a Terra. Essa tempestade icônica já sopra por lá há séculos e pode ser 100 vezes mais profunda que nos nossos oceanos, apesar de evidências recentes sugerirem que, talvez, ela esteja encolhendo. O restante do gigante gasoso está coberto por grupos de nuvens rodopiantes na atmosfera, que provavelmente são feitas de amônia.

Saturno tem algumas características parecidas com Júpiter, como uma atmosfera rica em hidrogênio e nuvens de amônia congelada. Os ventos por lá podem chegar a 1609 km/h — considere que esta é uma velocidade equivalente àquela de uma bala disparada — e o polo norte do planeta abriga uma tempestade curiosa. Em vez de ser arredondada, como acontece em grande parte dos sistemas climáticos extremos, ela tem forma hexagonal.

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Enquanto isso, Urano é o planeta mais frio da nossa vizinhança, com temperaturas de -224 ºC. E não se deixe enganar pela aparente tranquilidade deste mundo azulado, já que ela esconde um sistema climático ativo e furacões enormes, que podem ser observados somente com o uso de telescópios infravermelhos. Devido à inclinação de 98º em seu eixo, Urano experimenta alguns extremos em suas estações, que acabam durando algumas décadas.

Finalmente, chegamos a Netuno, o planeta mais distante do Sistema Solar, sendo também o lar de alguns fenômenos climáticos extremos parecidos com aqueles de seus vizinhos. Além de ter coloração azul escura devido ao metano, há tempestades grandes o suficiente para engolir a Terra inteira e ventos considerados os mais violentos de todo o nosso sistema — isso porque eles chegam a assustadores 2.414 km/h! Como a topografia de Netuno é considerada principalmente plana, não há estruturas que causem fricção suficiente para desacelerar estas rajadas intensas.

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E aí, você imaginava que o clima dos demais planetas do Sistema Solar seria assim tão diferente?

Fonte: NOAA, Astronomy, IFLScience, Space.com, NASA