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O que esperar do Snyder Cut da Liga da Justiça?

Por| 26 de Maio de 2020 às 12h43

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Warner Bros
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Zack Snyder

Como o mercado do entretenimento está devagar devido às paralisações causadas pela pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), as notícias do setor andavam um pouco insossas — até a semana passada: Zack Snyder chacoalhou as coisas com o anúncio de sua tão comentada edição da Liga da Justiça, o Snyder Cut, como atração do vindouro serviço de streaming HBO Max. E o que esperar disso? O Canaltech fez uma lista com 9 aspectos que mudam com essa nova versão.

Atenção: este texto contém spoilers de Liga da Justiça, lançado em 2017

Antes de entrarmos no mérito das principais alterações, vamos só lembrar um pouquinho como chegamos até aqui.

Depois de uma recepção “mista” de Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016), Snyder estava disposto a levar sua visão épica e sombria da Liga da Justiça para as telonas com um plano audacioso: tudo o que ele vinha construindo desde O Homem de Aço (2013) serviria de base para a expansão do Universo Estendido DC (DCEU, em inglês) nos anos seguintes. Liga da Justiça, aliás, seria como uma trilogia, lançada entre os filmes solos da DC Films nas temporadas seguintes.

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Mas Snyder vinha sendo pressionado para deixar tanto a Liga da Justiça quanto suas próximas produções mais, digamos, “ensolaradas”. As críticas sobre seu trabalho aumentavam quando veio um baque: sua filha cometeu suicídio e, com a tragédia familiar, o diretor deixou o filme. Joss Whedon, que havia comandando dois filmes dos Vingadores para o Marvel Studios, foi recrutado para terminar o longa.

Acontece que Whedon mudou praticamente tudo o que Snyder vinha construindo desde O Homem de Aço e fez o trabalho que a Warner Bros pediu: o de apenas reunir os heróis em um grande “filme para todas as idades”. Nesse ponto, já estava claro que a companhia pensava em outra forma de manter um multiverso compartilhado no DCEU — e, por isso, a visão que Snyder tinha para fazer isso anteriormente, possivelmente com referências à trama Flashpoint (ou Ponto de Ignição), foi completamente ignorada.

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Nessa Liga da Justiça, vimos muitas incongruências na trama, sentimos falta de uma apresentação decente de cada novo integrante e mais aprofundamento nas motivações dos personagens como uma equipe. Além disso, o retorno do Superman foi bastante decepcionante — ainda mais com o ridículo bigode de Henry Cavill, visivelmente apagado por computador, pois na época das regravações de Whedon ele participava das filmagens de Missão: Impossível — Efeito Fallout.

Tudo mudou com a chegada do HBO Max

Em 2018, após o fracasso do longa, começaram a surgir boatos sobre a existência de um “Snyder Cut” da Liga da Justiça, pois o diretor teria gravado o suficiente para fazer um corte de três horas e meia de filme — que seriam diminuídas para cerca de duas horas e meia, de acordo com as possibilidades de lançamento com a Warner Bros. O próprio Snyder seguia dando pistas sobre a existência dessa edição.

Com o tempo, outras pessoas disseram ter visto esse material, a exemplo do nerdão Kevin Smith. E, aparentemente movido pelos fãs nas redes sociais, Snyder passou a levar essa possibilidade a sério e realmente terminou uma versão “assistível”. Ele inicialmente teria mostrado o conteúdo para os executivos da Warner Bros, que teriam vetado veementemente o lançamento do Snyder Cut.

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Só que vieram os executivos da WarnerMedia, que, embora também estejam ligados à Warner Bros, vêm de uma direção diferente dentro do conglomerado AT&T. Essa galera está mais preocupada com a programação exclusiva para o streaming HBO Max, que chega ao mercado estadunidense nesta quarta-feira (27) e desembarca na América Latina no início de 2021.

Daí, a lógica foi simples: por que não lançar um material quase pronto e popular na web, com audiência garantida de milhões de fãs? A solução caiu praticamente no colo dos executivos da WarnerMedia, que aceitaram a proposta de Snyder e até injetaram de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões para ele finalizar o famigerado Snyder Cut.

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O pessoal da Warner Bros não curtiu muito a manobra e isso ficou visível quando o estúdio disse que novas gravações com o elenco seriam terminantemente proibidas. Ainda assim, o Snyder Cut foi oficializado, com novo material promocional da WarnerMedia e previsão de uma atração de quatro horas de duração. Ainda não há confirmação, mas é bem possível que a história seja dividida em capítulos, para exibição em formato de série.

Depois de toda essa recapitulação, vamos então às nove mudanças que devem acontecer em Liga da Justiça Snyder Cut:

1. Tom mais sério e sombrio

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A ambientação de Snyder sempre foi mais crua e sombria, desde O Homem de Aço. E isso deve ser mantido. Whedon cortou, por exemplo, grande parte das reações dos militares, do governo e da própria opinião pública com relação ao que acontece na Terra com a Liga da Justiça. A ausência desses pontos de vista fez muito mal ao filme, pois, sem a perspectiva de nós, humanos, fica a pergunta: quem esses deuses estão salvando?

Então, embora Whedon tenha trazido humor e deixado a ambientação muito mais leve que a de Snyder, todas as interações entre a Liga da Justiça e a humanidade foram resumidas a alguns momentos desconexos — como quando eles salvam uma família perto do final do filme e até na conversa durante a primeira ameaça que enfrentaram juntos, nas galerias pluviais da cidade.

2. Caçador Marte e Ryan Choi

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Snyder já confirmou que o Caçador de Marte faria sua grande revelação durante o filme da Liga da Justiça. E ele até mesmo adiantou que o General Swanwick (Harry Lennix), que apareceu em O Homem de Aço e Batman vs Superman, é, na verdade, o marciano J’onn J’onnz, conhecido como Ajax — e isso, de certa forma, fica alinhado com a versão do personagem no seriado Supergirl.

Outro rosto conhecido dos quadrinhos que deve dar as caras no Snyder Cut é o de Ryan Choi, a versão mais recente do Átomo — e que também estreou no Arrowverse, no evento Crise nas Infinitas Terras.

3. Flash, Ciborgue e Aquaman com mais destaque

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Talvez o maior problema da Liga da Justiça de Whedon resida no fato de os “estreantes” não terem o destaque que deveriam. Vale lembrar que, na época, ainda não tínhamos visto oficialmente a aparição do Flash de Ezra Miller, do Ciborgue de Ray Fisher e do Aquaman de Jason Momoa.

Relatos de bastidores dizem que esses três personagens terão muito mais tempo de tela, em especial Ciborgue, que conta com uma história trágica. Para quem não sabe, depois de seu reboot, sua origem é a de um jogador de futebol americano que perde grande parte do corpo em um acidente e recebe implantes da Caixa Materna para se tornar metade máquina e humano. Seu arco envolve uma discussão familiar e o próprio Snyder disse anteriormente que o personagem seria o “coração do filme”. Depois de confirmado do Snyder Cut, Fisher até mesmo chorou ao falar sobre isso.

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Além de um recrutamento mais detalhado do Aquaman, o Snyder Cut deve ter o desdobramento que não vimos anteriormente sobre o sonho estranho de Batman e a intervenção de Flash, em Batman vs Superman. Esse subplot conta com referências de Crise nas Infinitas Terras e Flashpoint (ou Ponto de Ignição) e finalmente deve ser explicado.

4. Batman, Lex Luthor e Lois Lane

Muita gente reclamou da ausência de Lex Luthor. Com razão, pois Snyder tinha dito na época que ele teria importância na trama, assim como Lois Lane, que teve uma participação discreta. Além de um destino mais trágico para Lois, é possível que vejamos Batman atuando com Luthor para tentar ressuscitar o Superman.

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Afinal, se Luthor conseguiu trazer Zod de volta em Batman vs Superman, mesmo sob a forma de Apocalypse, então ele poderia ajudá-lo a reviver Kal-El. Vale lembrar que o vilão também ganhou conhecimento sobre a cultura e a biologia kryptoniana no filme anterior.

5. Lanternas Verdes e amazonas

As amazonas e os Lanternas Verdes foram brevemente citados durante uma recapitulação feita sobre as Caixas Maternas. Contudo, aparentemente teríamos cenas com os dois grupos em combate, e de forma muito mais clara.

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Como isso é algo que muitos fãs aguardam ansiosamente, é bem possível que parte da nova verba para efeitos especiais seja para fazer com que a Tropa dos Lanternas Verdes e as guerreiras de Themiscyra apareçam em toda sua glória.

6. Mulher-Maravilha 

Depois de uma sólida participação em Batman vs Superman e de um filme de sucesso, a aparição de Diana Prince na Liga da Justiça de Whedon foi um tanto quanto “nerfada”. No roteiro original, a ameaça da armada comandada pelo Lobo da Estepe parece ser maior do que foi originalmente apresentada.

Assim, enquanto os outros heróis, liderados pelo Superman, estariam dando um jeito nos parademônios e, possivelmente, nas Fúrias de Darkseid, a Mulher-Maravilha é quem teria o combate decisivo e o golpe final contra o Lobo da Estepe.

7. Superman

Todo o retorno do Homem de Aço soou como um desastre, do bigode falso de Henry Cavill a sua integração à Liga da Justiça — embora o combate entre o Superman e seus colegas até tenha sido interessante. Aqui é bem possível que vejamos explicações bem mais plausíveis sobre seu retorno, incluindo detalhes sobre a biologia kryptoniana, revelados por Lex Luthor.

Assim como no arco O Retorno do Superman nas HQs, veríamos Kal-El em seu traje preto e a explicação de que ele, na verdade, é uma bateria viva e não morre assim tão facilmente como vimos em Batman vs Superman — de quebra, isso explicaria a cena em que vimos poeira levitando sobre o caixão do Homem de Aço, neste mesmo filme. E há quem aposte que ainda vejamos a Liga da Justiça toda reunida na Torre da Vigilância, o grande quartel-general da equipe nos quadrinhos.

8. Darkseid

Assim como Thanos foi para a Saga do Infinito do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês), Darkseid estava desenhado para ser a grande ameaça do DCEU nos próximos anos. A ideia seria apenas introduzi-lo em Liga da Justiça, para então explorar sua capacidade de destruição ao longo de filmes interligados, como Aquaman 2, Adão Negro, Shazam 2, Mulher-Maravilha: 1984, entre outros que estão no cronograma da DC Films.

Então, ainda que não tenhamos o vilão sendo mostrado com todos os detalhes, é bem possível que vejamos seu clássico modus operandi de observar calmamente o cenário e então montar uma estratégia para vencer os heróis.

9. Poder para o povo

Talvez a maior mudança que de fato vejamos com a chegada do Snyder Cut é o de relacionamento entre os estúdios e os fãs. Nunca antes da história do entretenimento presenciamos um momento em que as críticas, das mais acertadas às injustas, causam tanto impacto em Hollywood.

Veja bem: o backlash foi tão intenso em alguns casos que realmente resultou em mudanças profundas em vários projetos. Em Sonic: O Filme, a produção simplesmente atrasou todo o seu cronograma e refez o visual do personagem, com milhões de dólares sendo gastos. O último capítulo da nova trilogia de Star Wars teve seu roteiro completamente alterado após a fúria dos seguidores de George Lucas com Os Últimos Jedi.

E agora chegamos ao Snyder Cut, que pode ser considerada uma vitória para os fãs. E o que vem daqui para a frente, com “o poder nas mãos do povo”? David Ayer também já quer seu “Ayer Cut” do Esquadrão Suicida e corremos o risco de não termos mais uma “edição definitiva” de histórias tão populares como essas. Isso pode ser bom, mas traz várias implicações e só veremos as consequências após o resultado da exibição do Snyder Cut — afinal, como diz um certo rival da DC Comics, “com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”.