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10 furos de roteiro das séries e filmes da Marvel em 2021

Por| Editado por Jones Oliveira | 10 de Janeiro de 2022 às 19h00

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Reprodução/Marvel Studios
Reprodução/Marvel Studios
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A gente já sabe que, para curtir um universo em constante expansão como o da Marvel, é preciso abrir algumas concessões e simplesmente aceitar fatos. São explicações mal dadas aqui, mudanças de conceito acolá e até aquela correção no rumo da história à medida que novos lançamentos vão acontecendo. Na maioria dos casos, o bom e velho “é melhor não pensar muito nisso” funciona, mas há aqueles casos em que os furos de roteiro saltam aos olhos.

E isso não quer dizer que o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) é inconsistente ou coisa parecida. Só que, com mais de 20 filmes e algumas séries no currículo, é de se esperar que essa sobreposição de histórias e ajustes no meio do caminho criem remendos que precisam de muitas vistas grossas e boa vontade dos fãs.

Para ilustrar como esses pequenos deslizes narrativos são comuns, listamos os 10 principais furos de roteiro presentes apenas nos filmes e séries que o MCU lançou em 2021 e que se somam a perguntas nunca respondidas — como a Manopla falsa de Odin, que fim levou o Extremis e por que diabos deu uma Joia do Infinito para Loki.

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10. Como o mundo sabe dos eventos de Ultimato?

Vamos combinar que o roteiro de Vingadores: Ultimato é uma salada até para nós que acompanhamos a história no cinema, então pense como deve ser confuso para as pessoas que vivem naquele mundo. E nem entramos no mérito de que a luta final é em uma enorme batalha campal no meio de uma Nova York destruída, que é algo que também não faz muito sentido, mas no fato de que as pessoas comuns sabem de coisas muito específicas do que aconteceu por lá.

Tudo bem, podemos imaginar que houve um anúncio oficial informando a morte de Tony Stark e da Viúva Negra, mas não tem lógica as pessoas terem ciência de que Natasha morreu enquanto estava em Vormir com o Gavião Arqueiro em outra linha temporal, por exemplo.

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E isso é citado diversas vezes. Toda a motivação de Yelena Belova querer matar o Gavião é por ela saber que isso aconteceu em algum momento do espaço-tempo, da mesma forma que Kate Bishop mostra também conhecer o episódio ao tentar consolar o herói.

9. A incongruência de Budapeste

Falando em Natasha, temos que destacar um dos pontos mais problemáticos de seu filme solo. Ao longo de toda a história do MCU, a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro sempre falavam com uma certa nostalgia sobre o que aconteceu em Budapeste. Uma das primeiras menções ao episódio é no primeiro Vingadores, quando eles riem e brincam com o fato de a batalha contra os Chitauri lembrar a missão no leste europeu.

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Contudo, quando vamos para Viúva Negra e finalmente descobrimos o que aconteceu na Hungria, vemos que a tal missão era muito pesada e que deixou marcas na própria Natasha. Como é mostrado, a espiã tentou matar o General Dreykov, o comandante da Sala Vermelha — e que ela se culpa por ter matado uma criança no processo — após passar dois dias escondida com Clint para dar sequência ao plano.

Assim, o tal episódio de Budapeste se torna um furo bastante problemático. Afinal, ou natasha é uma sádica que sai por aí fazendo piada e rindo do assassinato de uma menina ou a Marvel não sabe muito bem como fechar essa história.

8. Um mundo sem polícia

Entre as várias concessões que o MCU pede ao público é que a gente aceite que não existem redes sociais e que a polícia é bastante permissiva com a atuação dos heróis. Contudo, a série Gavião Arqueiro tensiona isso ao máximo ao simplesmente apagar a polícia de Nova York em meio a uma perseguição bastante violenta e perigosa durante uma das épocas mais movimentadas do ano.

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Isso acontece ainda no começo da temporada, quando Clint e Kate tentam escapar da Gangue do Agasalho e tem início uma grande perseguição pelas ruas da Cidade que Não Dorme Jamais. Carros explodem, sinais de trânsito são destruídos e até mesmo uma flecha gigante surge no meio de uma ponte e transforma a vida de todos os motoristas que passam pela região em um verdadeiro inferno — e não há uma única viatura policial acompanhando a ocorrência.

E não é a única vez que isso acontece. No episódio final, no meio da pista de patinação no gelo que é ponto turístico de Nova York, os heróis começam uma luta enorme com centenas de membros da Gangue (de onde saiu tanta gente, aliás?) e também não aparece nenhum policial para ver o que está acontecendo. Isso sem falar que tinha acabado de acontecer um enorme tiroteio em uma festa de gala, o que também é motivo para acionar as autoridades.

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No máximo, tem meia dúzia de oficiais de folga brincando RPG, preferindo vestir fantasias medievais do que suas fardas para lidar com o tumulto.

7. A manobra Bishop

E já que estamos reclamando do final de Gavião Arqueiro, ninguém vai falar que Eleanor Bishop conseguiu arrancar com o carro, manobrar e avançar para cima do Rei do Crime sem que o vilão ou mesmo sua filha Kate se dessem conta de toda essa manobra ao lado deles?

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É um tipo de situação boba, mas que força demais a mão na boa vontade do público. Tanto que, na hora que isso acontece, a gente fica achando que é outro personagem que entra em cena de tão absurda que é a baliza que a socialite precisou fazer ali.

6. Os magos ignoraram Westview

A gente sempre soube que WandaVision iria se conectar com Doutor Estranho no Multiverso da Loucura — até porque faria todo o sentido do mundo termos a participação do Mago Supremo para resolver a bagunça mágica que tomou conta de uma cidade inteira nos Estados Unidos. Só que isso não aconteceu, o que acaba se tornando um grande furo dentro do MCU.

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De acordo com as explicações dadas pelo próprio Doutor Estranho, a função do Mago Supremo é proteger o mundo e lidar com questões mágicas no planeta. E eis que temos duas bruxas travando uma batalha monumental a poucos quilômetros do Sanctum Santorum e ninguém moveu uma palha para ver o que estava acontecendo.

A coisa é tão inconsistente que o trailer de Multiverso da Loucura até levanta o questionamento, com Wanda dizendo que já esperava que Stephen Strange aparecesse depois do que aconteceu. E como se não bastasse ele ter dado as caras atrasado, ainda fez pouco caso do sequestro de milhares de moradores da cidade.

Isso fica ainda mais delicado quando lembramos que Wanda e Agatha travaram uma batalha enorme apenas com magia e que a bruxa estava mexendo com artes das trevas.

Nos bastidores, sabemos que o afastamento do Doutor Estranho foi proposital para fazer com que toda a jornada de Wanda fosse centrada nela, mas isso não apaga o fato de que Stephen Strange e Wong deixaram de cumprir seu papel.

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5. Os magos ignoraram os Dez Anéis por milhares de anos

No final de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, vemos Wong indo atrás do Mestre do Kung-Fu para poder analisar melhor os artefatos mágicos que herdou do seu pai. Agora como Mago Supremo, ele quer saber a natureza daqueles poderes e se mostra bastante surpreso com a primeira análise que faz do objeto.

Isso até seria muito legal se a gente não estivesse falando de um artefato místico que está na Terra há milhares de anos — literalmente falando. Por onde os magos tiveram neste tempo todo que não repararam nesse grande fluxo de energia mística sendo usada constantemente por WenWu, o pai de Shang-Chi ao longo dos séculos? Por que só agora o interesse repentino?

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É claro que você pode dizer que a Anciã pode ter tentado contato com o Mandarim séculos atrás, mas o vilão não estava aberto a colaborar. Só que nada disso é dito no filme e, até onde a gente sabe, isso ainda é um furo de roteiro dentro do MCU — e que só prova como os magos são incompetentes.

4. Por que ninguém defendeu Peter Parker?

Quando a identidade de Peter Parker é revelada, o mundo se volta contra o garoto. Ele é acusado de ter matado Mistério e até tentam incriminá-lo de roubar tecnologia Stark — um pepino que também acaba caindo nas costas de Happy Hogan. E por que nenhum dos Vingadores apareceu para dar uma declaração pública defendendo o colega?

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Tudo bem que a classe heróica não é lá muito unidade e o Homem-Aranha atuou muito mais ao lado do Homem de Ferro do que dos demais personagens que estão vivos, mas não custaria nada para o Doutor Estranho dar uma entrevista para a TV ou o Falcão aparecer com o uniforme do Capitão América para dizer que aquele jovem é um herói que ajudou a salvar o mundo.

Ok, a gente sabe que os heróis quase nunca interferem nas histórias dos outros, mas não isenta Pepper Potts. A herdeira das Indústrias Stark não moveu uma única palha para inocentar um adolescente acusado de roubar suas propriedades intelectuais — o que se torna ainda mais grave quando a gente se lembra que ela conhece Peter. Por sorte, o garoto tem um advogado muito bom.

3. Ned, o mago

Qual o limite do humor? No caso do MCU, é quando a piada ultrapassa o bom senso e contradiz aquilo que os próprios filmes já apresentaram. Afinal, Ned falando sobre acreditar ter poderes mágicos com o Doutor Estranho em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa é engraçado, mas a coisa muda de figura quando isso vira um ponto central do roteiro e o garoto começa abrir portais para todos os lados.

E por que isso é um furo? Em Doutor Estranho, nos é mostrado que usar esse tipo de feitiço não é algo simples e o próprio Stephen Strange demora um bom tempo até conseguir abrir o seu primeiro portal. Assim, quando a piada se torna parte da história, ela vira um rombo dentro de toda a mitologia do Mago Supremo e de tudo o que vimos sobre magia até aqui.

2. Os vilões de outras dimensões

Ainda falando de Sem Volta para Casa, há um furo que muita gente já tinha notado nos trailers e que o filme não se preocupou em justificar. De acordo com a explicação do Doutor Estranho, todos que sabiam que Peter Parker era o Homem-Aranha foram atraídos para o MCU após o feitiço sair de controle. O problema é que isso não é bem verdade.

Electro, por exemplo, não tinha ideia de quem era o herói. Ele admirava o Amigão da Vizinhança, mas em momento algum de O Espetacular Homem-Aranha 2 é mostrado ele descobrindo sua identidade secreta.

Da mesma forma, nem todo mundo iria morrer ao voltar para seu mundo de origem. Embora o Duende Verde, Doutor Octopus e Electro realmente estivessem fadados a perderem a vida em uma luta contra o Homem-Aranha, o Homem-Areia e o Lagarto terminam seus filmes vivos — algo que é completamente ignorado por Sem Volta para Casa.

Além disso, há um outro furo enorme dentro dessa lógica apresentada pelo filme. Levando em conta que todos eles foram retirados do momento que antecede sua morte — o Doutor Octopus repete a fala do poder do sol em suas mãos, que é algo que ele fala pouco antes de partir dessa para a melhor —, isso significa que Peter Parker curou todo mundo para devolvê-los à beira da morte.

Em termos práticos, significa que o Duende Verde vai voltar para o seu mundo instantes antes de ser empalado pelo seu planador. Parabéns, Parker.

1. O feitiço do Doutor Estranho

Vamos ser francos: o feitiço do Doutor Estranho é um enorme problema para o roteiro. Da mesma forma que ele resolve o problema de Peter Parker, ele cria um monte de pequenos problemas que o roteiro não resolve. Exemplo disso é o próprio conceito de que o mago poderia ter resolvido vários outros problemas do MCU com esse feitiço e evitado muitos problemas.

Se ele era capaz de fazer o mundo inteiro esquecer a identidade do Homem-Aranha — o que implica em destruir provas físicas, como vídeos e fotos —, por que diabos ele não usou essa magia para fazer as pessoas esquecerem quem foi o Mistério? Consequentemente, isso também faria todo mundo esquecer que ele revelou a identidade de Parker e tudo estaria resolvido.

Indo mais além, o Doutor Estranho poderia ter usado esse feitiço para forçar Thanos a esquecer as Joias do Infinito, a Terra ou qualquer outra coisa que evitasse o genecídio que veio na sequência. Será que entre as bilhões de realidades possíveis que ele observou, nenhuma abarcava essa solução?

E nem dá para dizer que ele desconhecia o feitiço, pois ele diz que já usou uma outra vez em Kamar-Taj para fazer os magos esquecerem do que aconteceu em uma festa.

Para completar, não podemos esquecer a irresponsabilidade (mais uma) do feiticeiro, que simplesmente não se deu ao trabalho de sentar e conversar com Parker sobre as consequências do feitiço que ele iria conjurar. Não era uma questão de vida ou morte ou algo que exigia pressa. Foi desleixado apenas porque o roteiro precisava.