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Review Peugeot 208 | O mais belo compacto do Brasil é mais caro do que deveria

Por| Editado por Jones Oliveira | 01 de Agosto de 2021 às 07h00

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Felipe Ribeiro/ Canaltech
Felipe Ribeiro/ Canaltech

A nova geração do Peugeot 208 ganhou prêmios e mais prêmios na Europa, chegando a receber a alcunha de "carro do ano". E mesmo com sua versão brasileira sendo menos recheada, dá para entender os motivos pelos quais o automóvel foi tão elogiado. Além de lindo e muito bem-acabado, seu pacote de equipamentos o coloca como o hatch compacto mais tecnológico do Brasil — isso, porém, tem um preço.

Produzido na Argentina, o Peugeot 208 tem um preço exorbitante no já inflacionado mercado brasileiro. E nem mesmo suas valências justificam um carrinho deste tamanho e motor beirar os R$ 100 mil na variante topo de linha, a Griffe, que testamos no Canaltech. E esse valor fica ainda mais alto quando pensamos que, além da ausência de equipamentos presentes na Europa, ele não tem o motor turbo vendido no país vizinho.

Mesmo com todas essas dificuldades e concorrentes mais baratos — e rápidos —, o Peugeot 208 consegue se destacar e é um produto dos mais atraentes que temos por aqui.

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Prós e contras Peugeot 208

Prós

  • Conjunto mecânico confiável, apesar de defasado;
  • Acabamento acima da média da categoria;
  • Design inigualável;
  • Bom pacote de tecnologias semi-autônomas.

Contras

  • Pouquíssimo espaço para passageiros e bagagem;
  • Ausência de motor turbo;
  • Preço exorbitante.

Conectividade e segurança

O Peugeot 208 é um ótimo automóvel quando pensamos em segurança e conectividade. Muito embora sua central multimídia seja a mesma da geração anterior (e de outros modelos da empresa), todo o pacote tecnológico sofreu um excelente banho de loja e ganhou itens importantes e, por enquanto, dos mais avançados dentro do seu segmento, hoje dominado pelo Hyundai HB20 e o Fiat Argo.

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No campo da segurança, o compacto francês é equipado com seis airbags e recursos de condução semiautônoma dos melhores já avaliados pelo Canaltech. O destaque nesse quesito vai para o alerta de colisão frontal e o sistema de frenagem automática de emergência, que demonstraram funcionamento dos mais precisos e sensíveis do mercado. A diferença por aqui vai para a maneira como o carro faz a leitura do que acontece à frente.

Segundo a Peugeot, o 208 lê o que há nas vias com uma câmera e não um radar. Por isso, de acordo com a marca, o carro se torna mais atento do que se utilizasse o sensor comumente usado no mercado dentro dessa categoria. E de fato, em nossos testes, o automóvel sempre nos avisava ao menor risco de colisão ou invasão de nosso raio de ação nas ruas, com uma sensibilidade comparável a de modelos mais caros.

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Além desses dois recursos, o Peugeot 208 Griffe ostenta um excelente sistema de alerta de saída de faixa com correção, item exclusivo na categoria. Em vez de somente avisar se você está invadindo outra pista, ele corrige sua trajetória de maneira ativa, com a movimentação do volante acontecendo de maneira bem forte e contumaz, bem diferente dos toquinhos que vimos em outros modelos até mais caros.

Voltando para a central multimídia, o modelo que equipa o 208 é o mesmo presente em outros modelos do antigo Grupo PSA (Peugeot-Citroën), mas traz uma boa resolução, sistema de som competente e o espelhamento com Android Auto e Apple Car Play com fio. O ponto negativo é a entrada USB posicionada logo ao lado da tela, o que deixa tudo bem estranho — para dizer o mínimo.

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Os itens de segurança são complementados pelo auxílio de partida em rampa, alarme perimetral, câmera de ré, sensor de ré, sensor de estacionamento dianteiro, piloto automático com limitador de velocidade, sistema ISOFIX para conexão de cadeirinhas infantis, monitoramento da pressão dos pneus, controles de estabilidade e tração.

i-Cockpit 3D

Uma das melhores novidades trazidas pela Peugeot no 208 foi o i-Cockpit 3D. O cluster principal (aquele que o motorista tem à sua frente) é totalmente digital e exibe detalhes totalmente tridimensionais. Ele é configurável e dá um aspecto muito mais futurista à cabine. Somado ao pequeno volante característico da marca, esse conjunto exala elegância, modernidade e, claro, tecnologia.

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Conforto e Experiência de Uso

O Peugeot 208 é um bom automóvel quando pensamos no conjunto mecânico, mesmo com um motor antigo e já defasado. O propulsor 1.6 flex de 118cv e 15,5 kgf/m de torque é suficiente para o carro, mas a sensação é de que, para fazer juz ao preço e ao pacote de equipamentos completo, ele deveria estar equipado com a opção turbo, presente na Europa e na Argentina.

Durante os testes para o Canaltech, o motor se mostrou interessante no desempenho, principalmente no dia-a-dia da cidade. No entanto, quando precisávamos de mais força para ultrapassagens e retomadas, faltou fôlego. Já no consumo, o 208 não foi de todo ruim, marcando 9 km/l no etanol em nosso circuito cidade/estrada. O 0 a 100 km/h é em módicos 12 segundos, bem mais lento do que os concorrentes.

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Já quando vamos para o conforto, o Peugeot 208 perde um pouco do seu encanto. Pessoas com mais de 1,80m terão enormes dificuldades não apenas nos bancos de trás, mas também como motoristas, já que é bem difícil achar uma posição de guiar que seja realmente confortável. Mas o que mais espanta mesmo é a falta de espaço na segunda fileira. Se eu, com 1,85m, dirigir o 208, ninguém (a não ser uma criança) conseguirá ir atrás. Já o porta-malas é um escárnio: 265 litros.

De modo geral, o Peugeot 208 é um bom carro, confiável e que se encaixa em qualquer vaga na cidade. Mas a sensação é de que falta alguma coisa. Informações de bastidores, confirmadas pelo Canaltech,dão conta de que, talvez, a montadora use o propulsor 1.0 turbo desenvolvido pela Fiat e que vai estrear no novo SUV Pulse, a ser lançado no mês que vem.

Os itens de conforto são complementados pela chave presencial com destravamento automático, carregamento de smartphones por indução, direção elétrica, câmbio automático de seis velocidades, ar condicionado digital e dual zone, comandos do multimídia no volante, regulagem de altura e profundidade do volante, ajustes elétricos dos retrovisores, acendimento automático dos faróis, sensores de chuva e farol alto ajustável.

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Design e acabamento

Não é nem necessário usar a cartinha do "gosto é gosto" por aqui. O Peugeot 208 é lindo demais e foram muitas as torcidas de pescoço durante os trajetos que fizemos com o carro. A nova identidade visual da marca ficou espetacular, sobretudo pelo uso das assinaturas em LED, chamadas de "dentes de sabre", que ajudam a compor o conjunto óptico inteiramente em LED.

A grade frontal usa uma solução de 3D infinito que dá um charme a mais ao carro, enquanto a traseira usa uma solução já aplicada por montadoras como Volkswagen, Ford e Nissan em seus carros, ligando uma lanterna à outra por meio de uma peça escurecida.

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Já o acabamento também dispensa comentários. Os materiais utilizados são excelentes e o visual lembra muito o de uma nave espacial. Os bancos, por sua vez, são em tecido semelhante a uma camurça, conhecido como alcantara, um requinte a mais para esse compacto.

Concorrentes

Os concorrentes do Peugeot 208 são muitos, já que se trata de um hatch compacto. São eles: Hyundai HB20, Chevrolet Onix, Fiat Argo, Renault Sandero, Fiat Mobi, Renault Kwid, Volkswagen Polo e Volkswagen Gol.

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Veredicto

O Peugeot 208 é um excelente automóvel. Lindo, bem equipado e seguro, ele conquista ao primeiro olhar e, mesmo com um motor aspirado, é competente para o uso na cidade. Seu maior problema, além do espaço pequeno, é o preço, bem superior a modelos maiores e mais potentes.

O Peugeot 208 Griffe pode ser adquirido em todo o Brasil por preços a partir de R$ 99.990. Há, no entanto, versões a partir de R$ 81.890.

No Canaltech, o Peugeot 208 Griffe foi avaliado graças a uma unidade gentilmente cedida pelo Grupo Stellantis.