Bard | Funcionários do Google estariam zombando do rival do ChatGPT
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco | •
Funcionários do Google teriam usado um fórum interno da empresa para criar memes e zombar do Bard, a aposta da empresa para enfretar o ChatGPT. Segundo a rede CNBC, membros da empresa teriam usado o MemeGen para falar mal da apresentação e até criticar o CEO do Google, Sundar Pichai. As críticas seriam direcionadas à suposta pressa da empresa em lançar algo ainda em fase de desenvolvimento em um evento organizado de forma inesperada.
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Uma das brincadeiras dizia que correr para lançar o Bard teria validado o medo do mercado sobre o Google. Esse é um dos pontos mais criticados pelas pessoas: a pressa teria causado falhas que provocaram a resposta errada, o que impactou negativamente na imagem da empresa.
Outro meme apontava as demissões recentes de 12 mil funcionários, que teria elevado o valor das ações em 3%. Ao que parece, os empregados que lá ficaram estariam chateados com o corte de pessoas, o que possivelmente afetará o desenvolvimento de produtos da empresa.
Ter os próprios engenheiros e desenvolvedores criticando um produto da sua empresa parece ser um cenário ruim para o Google. O Bard é um grande projeto da empresa, que evolui a incrível habilidade da LaMDA (Language Model for Developed Applications) e oferece melhorias para o buscador.
O que aconteceu com o Bard?
A solução de IA do Google foi lançada na semana passada de forma aparentemente apressada, como uma resposta ao concorrente ChatGPT, mas escorregou em uma explicação equivocada sobre astronomia. Isso gerou críticas do mercado e queda nas ações da Alphabet, empresa dona do Google — estima-se que a perda de valor de mercado tenha sido próxima a US$ 100 bilhões (mais de R$ 500 bilhões) em um só dia.
O temor da companhia é que o ChatGPT integrado Bing traga mais visibilidade para um buscador com uma fatia ínfima do mercado. Quando o assunto são as pesquisas na web, o Google navega por águas tranquilas há mais de 20 anos, mesmo tendo a Microsoft como concorrente.
Vale lembrar que a base do Bard, a LaMDA, teve uma repercussão muito negativa no ano passado, quando o engenheiro de software Blake Lemoine acusou o Google de ter criado uma IA consciente. Após um afastamento, ele acabou demitido e isso pegou muito mal.
A empresa adota uma postura muito cautelosa quanto ao lançamento de produtos, por isso é de se espantar que o Bard seja alvo de críticas por um "desenvolvimento atropelado". Quem sabe uma desacelerada, com a lição aprendida do Bard, ajude a reconquistar a confiança dos desenvolvedores.
É provável que 2023 reserve ainda mais momentos cruciais nesta temática, pois o Google prepara ao menos 20 produtos de IA. Uma delas é a Imagen, uma tecnologia inspirada no DALL-E 2 que converte texto em artes geradas por IA. Outro exemplo é o MusicLM, que faz algo semelhante, porém tendo as músicas como resultado final. Há também produtos na área de vídeos, meteorologia, prevenção de acidentes e muitas outras áreas.
Fonte: CBNC