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Rival do ChatGPT, Google Bard comete erro em demonstração

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 08 de Fevereiro de 2023 às 17h35

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Reprodução/Google
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O chatbot de conversas Bard, lançado pelo Google na segunda-feira (6), cometeu uma falha já durante a sua apresentação. O erro foi apontado pela revista New Science e endossado por astrônomos, que correram para o Twitter para mostrar o deslize cometido pela inteligência artificial.

Um GIF compartilhado pelo Google mostra o Bard respondendo a uma pergunta sobre o telescópio James Webb. A dúvida era sobre quais descobertas poderiam ser contadas a uma criança de 9 anos, mas houve um problema na resposta.

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O Bard ofereceu três pontos no total, mas apenas dois estavam corretos. No terceiro, o bot disse que o telescópio tirou as primeiras fotos de um planeta fora do "nosso próprio sistema solar". Na verdade, a primeira imagem de um exoplaneta foi tirada pela NASA em 2004, muito antes da missão espacial do James Webb.

Críticas ao erro do Bard

As críticas, em geral, foram voltadas para a escolha ruim do Google em falar justamente sobre um assunto como esse. O diretor dos Observatórios da Universidade da Califórnia, Bruce Macintosh, disse que a empresa deveria ter encontrado um exemplo melhor.

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Outro profissional da área que se pronunciou foi Chris Harrison, astrônomo e comunicador. Ele criticou a apresentação por não se dar ao trabalho de ao menos checar o exemplo compartilhado. "Tente pesquisar no Google: 'quando foi feita a primeira imagem direta de um exoplaneta?'", provocou.

Já o astrofísico Grant Tremblay disse que o Bard deverá ser uma tecnologia impressionante, mas ressaltou o erro. "O JWST [telescópio James Webb] não tirou 'a primeira imagem de um planeta fora do nosso sistema solar'”, escreveu em seu perfil no Twitter. Ele ainda tentou amenizar o caso dizendo que amou o fato de uma das empresas mais poderosas do planeta usar um exemplo como este, mas que seria bom ver esses robôs corrigindo os erros.

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Tremblay tem razão na crítica, pois esta é uma das maiores falhas de todos os chatbots de conversação natural da atualidade. Em muitos casos, informações incorretas são apresentadas como verdadeiras, o que pode confundir quem não detém conhecimento sobre um assunto.

Há também uma grande reclamação dos criadores de conteúdo pelo fato de as soluções capturarem informações dos sites, mas não darem o devido crédito. Os modelos dessas IAs precisam ser alimentados por toneladas de informação para conseguir compreender a maneira correta de escrever.

Bard ainda deve ser otimizado

O Google Bard é apontado como a resposta da empresa ao ChatGPT, mas ainda deve passar por ajustes até a disponibilização ao público em algumas semanas. Uma das preocupações do Google, expostas a todo momento no anúncio, era de construir uma inteligência artificial mais cautelosa ao cravar afirmações.

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Em entrevista ao site The Verge, um porta-voz da companhia disse que será feito um rigoroso processo de testes nos próximos dias com o programa Trusted Tester:

"Combinaremos feedback externo com nossos próprios testes internos para garantir que as respostas de Bard atendam a um alto padrão de qualidade, segurança e fundamentação em informações do mundo real”

Ainda não há uma data definida para lançamento do Bard, mas o Google tem urgência para aproveitar o hype. Além disso, é fundamental ter algo assim para reforçar os produtos da companhia, principalmente a Pesquisa, que pode ser ameaçada por uma tecnologia que traga respostas diretas.

A rival Microsoft demonstrou ontem (7) a integração da IA que alimenta o ChatGPT ao buscador Bing e ao navegador Edge. No caso desta ferramenta, a criadora do Windows disse que surpresas e erros são possíveis, jogando para o usuário a responsabilidade da verificação de fatos e pedindo o feedback para problemas.

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Fonte: The Verge