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Com 5G, Huawei promete um futuro com cada vez menos fios

Por| 21 de Outubro de 2020 às 15h00

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A nova geração da telefonia móvel já é realidade em diversas partes do mundo, e o Canaltech foi convidado pela Huawei para conhecer o que a fabricante chinesa prepara e planeja para o 5G nos próximos anos. Mais do que apenas uma turbinada na conexão dos nossos celulares, a tecnologia oferece o potencial de simplificar, aproximar e viabilizar diferentes modelos de negócios.

A apresentação aconteceu de forma virtual, em uma transmissão feita a partir da China. O que normalmente aconteceria com uma visita presencial no Galileo Exhibition Hall, localizado na cidade de Shenzhen, serviu como mais uma exibição do próprio 5G. Segundo a empresa, todo o evento destinado à imprensa foi filmado em um smartphone da Huawei conectado via rede móvel.

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Investimento bilionário e preços em queda

O trabalho de pesquisa e desenvolvimento da empresa no 5G começou em 2009, quase uma década antes do lançamento das primeiras redes comerciais. Após cerca de US$ 4 bilhões em investimentos (até junho de 2019, cerca de R$ 23 bilhões), a Huawei é a maior detentora de patentes relacionadas à quinta geração da telefonia móvel, com cerca de 3.371 registros. Além disso, a empresa garante ter contribuído com mais de 21 mil propostas ao 3GPP, consórcio que definiu os protocolos da nova rede celular.

A estimativa feita pela Huawei é de que já existam mais de 100 redes 5G operando de maneira comercial, com mais de 180 milhões de usuários conectados a elas. A marca destacou, ainda, que já estão disponíveis mais de 440 modelos diferentes de terminais (aparelhos) de nova geração, com destaque para a queda de preços dos modelos.

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Curiosamente, a apresentação dos executivos da Huawei ressaltou que o preço-base para um celular 5G quebrou a barreira dos US$ 150 um trimestre antes do esperado, citando que o feito foi atingido por um modelo da rival Realme — o Q2i 5G, com preço abaixo de mil iuanes (cerca de US$ 149 ou R$ 842). O resultado é uma adoção acelerada, três vezes mais rápida do que a do 4G para alcançar 100 milhões de usuários.

E isso antes mesmo de a Apple lançar seu primeiro smartphone 5G, anunciado na semana passada.

Tchau, florestas de antenas

A apresentação da Huawei foi mais voltada para empresas, destacando como os equipamentos de infraestrutura da marca podem simplificar a instalação física das estações-base. Um exemplo foi como as antenas integradas da fabricante podem substituir em apenas um mastro o emaranhado de postes com diferentes transmissores e unidades de rádio.

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Mais do que simplesmente reduzir a poluição visual, o equipamento simplifica a instalação da estrutura, que pode ser feita por apenas duas pessoas, sem precisar de guindastes para içar a unidade 5G com 64 antenas integradas e 28 quilos.

A Huawei mostrou também um equipamento que inclui não apenas as antenas 5G como também as usadas pelas gerações anteriores em uma só unidade. O dispositivo é compatível com as frequências sub-3GHz — ou seja, sem as ondas mmWave de alta velocidade — e promete consumir menos energia, além de ocupar menos espaço.

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5G para usuários domésticos

A fabricante destacou que a nova tecnologia móvel pode ser usada não apenas para celulares, mas também como alternativa à banda larga com fio. A apresentação destacou como o 5G tem o potencial de substituir as conexões xDSL, que usam a antiga infraestrutura de fios de cobre das operadoras de telefonia fixa e em muitos casos não oferecem desempenho suficiente para vídeos online.

O uso do 5G para oferecer acesso doméstico a domicílios inclusive foi a estratégia adotada pela operadora TIM para inaugurar sua estrutura de nova geração no Brasil. O chamado FWA (acesso fixo sem fio, em tradução direta do inglês) oferece ao assinante um modem 5G para compartilhamento de internet dentro de casa.

O sistema não só tem o potencial de velocidades mais altas do que as conexões cabeadas, como também simplifica o processo de instalação da conexão, dispensando a visita de um técnico, uso de infraestrutura com fios etc.

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Como não poderia faltar em uma apresentação do 5G, a Huawei fez uma comparação com o 4G usando um teste de velocidade em um smartphone. Começando pelo dado enfatizado pelas fabricantes e operadoras, o modelo de nova geração apresentou um desempenho cerca de sete vezes superior ao baixar arquivos — 700 mbps contra 100.

Tão importante quanto isto, o envio de dados foi cerca de três vezes mais rápido — 36 contra 12 mbps —, o que resulta em menos tempo para enviar fotos e vídeos em aplicativos de mensagens ou redes sociais.

Para quem usa aplicações que exigem menos tempo de resposta — jogos, por exemplo —, o teste de latência feito no showroom da Huawei mostrou um desempenho duas vezes melhor para o 5G, com 23 milissegundos contra 48 ms do 4G. Neste caso, quanto menor o número, mais ágil é o tempo que leva para um comando ou informação trafegar entre o dispositivo e a operadora.

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Entretenimento em tempos de isolamento

Um uso potencial da tecnologia 5G combina bem com o tempo de pandemia em que a apresentação foi realizada. A Huawei demonstrou como as altas velocidades e baixo tempo de resposta podem ser empregados em atividades de lazer e cultura, começando com um simulador que utilizava um novo tipo de óculos de realidade virtual, menor e mais leve.

Outro uso foi para reaproximar virtualmente pessoas em diferentes locais com o uso da realidade aumentada. O sistema exibido pela fabricante reuniu integrantes de uma banda em um palco remoto, com a participação de um dos executivos. O vídeo mostrou um tempo de resposta abaixo de 20 ms, indicando um bom potencial para a tecnologia — que já foi demonstrada em larga escala no Brasil pela Claro e a Ericsson.

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A telepresença também foi lembrada em aplicações que levam o usuário a exibições e museus em outras partes do mundo, misturando realidade virtual e aumentada para retomar o acesso à cultura e história enquanto muitos pontos turísticos e viagens internacionais seguem restritos devido a pandemia.

Negócios

A transmissão de eventos como futebol e coberturas jornalísticas também foi lembrada pela Huawei, que apresentou uma alternativa para os links via satélites usados nas ilhas de edição móveis dos canais de TV (aqueles caminhões ou vans com antenas no teto estacionados em volta de estádios). A substituição pelo 5G permitiria reduzir o delay de até 1,5 segundos para 20 milissegundos, segundo a empresa.

Links ao vivo também podem se beneficiar da nova tecnologia, utilizando sistemas mais compactos que enviam as imagens diretamente à internet utilizando redes móveis.

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Já em áreas mais especializadas como a mineração, segurança, fábricas e portos, o 5G tem o potencial de simplificar o custo de implementação de tecnologias e maquinário — dispensando os delicados cabos de fibra ótica — além de viabilizar escalas de trabalho diferenciadas, com opções de controle remoto na operação de gruas, patrulhamento e escavações, por exemplo.

E como não podia faltar em tempos de pandemia, o uso da tecnologia 5G em aplicações de telemedicina também foi citado pela fabricante chinesa. A conexão à internet pode não apenas facilitar o diagnóstico remoto, como também ser aplicado em cirurgias operadas à distância.

Neste caso, a tecnologia ajuda a compensar deficiências de pessoal especializado em regiões afastadas das grandes cidades, que encontram maior dificuldade de preencher vagas em clínicas e hospitais públicos.

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Além dos smartphones

Grande parte das aplicações demonstradas pela Huawei já está em uso em diversas partes do mundo, inclusive com estruturas fornecidas por rivais da empresa. E mesmo nos casos em que a tecnologia não tenha um impacto direto nas nossas vidas, apresentações do tipo ajudam a lembrar como as redes móveis viabilizaram uma série de coisas presentes no dia a dia.

Serviços como transporte individual, mobilidade urbana, entregas a domicílio, maquininhas de cartões e pagamentos eletrônicos, para ficar em alguns exemplos, já fazem parte do cotidiano de grande parte das pessoas e foram revolucionados pelos dados móveis. O 5G abre um novo leque de oportunidades e pelo visto os usos apresentados pela Huawei neste passeio virtual são apenas uma prévia do que vem por aí.