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Linha Redmi Note 11 explicada: o exército de celulares quase idênticos da Xiaomi

Por| Editado por Wallace Moté | 02 de Abril de 2022 às 20h00

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A Xiaomi tem levado muito a sério o objetivo de se tornar a maior fabricante de celulares do mundo, apostando em investimentos bilionários para desbancar as gigantes Samsung e Apple nos próximos anos. Mas tal objetivo chega com grandes compromissos aos usuários, e a linha Redmi Note 11 tem sido mais do que nunca a prova que tal expansão trará muitas confusões.

Lançada na China em outubro de 2021 com três modelos, a série Redmi Note 11 foi levada ao mercado global apenas em fevereiro. E para crescer no mercado, a Xiaomi tem apostado em lançar os mesmos dispositivos ao redor do mundo com nomes diferentes e poucas mudanças.

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Embora essa prática da Xiaomi não seja novidade, este ano tivemos uma enorme concentração de aparelhos "reciclados" com a linha Redmi Note 11 — e olha que acabamos de entrar no quarto mês de 2022.

A Poco também entra na jogada por ser uma subsidiária da gigante chinesa. Mesmo afirmando ser uma empresa "independente", a grande maioria de seus lançamentos não passam de celulares renomeados da Redmi.

Tal atitude da Xiaomi resulta em uma grande quantidade de aparelhos que são praticamente idênticos e que repetem as nomenclaturas em vários mercados diferentes, criando um emaranhado cada vez mais caótico para a série Redmi Note 11 que fica cada vez mais complicada de esclarecer. E é o que tento fazer a seguir.

Quem é quem na (enorme) fila do pão?

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O Redmi Note 11 5G foi um dos primeiros modelos da nova linha lançados pela Xiaomi. Identificado pelo codinome Evergo, suas vendas começaram na China em outubro.

Em novembro o aparelho estava sendo vendido na Índia como Redmi Note 11T 5G. Três meses depois, em fevereiro, a Xiaomi lançou o mesmo dispositivo na Índia, agora sendo chamado de Poco M4 Pro 5G.

O aparelho mantém as especificações e design, mas com mudanças no visual da tampa traseira para dar maior identidade à Poco. O Poco M4 Pro 5G também foi levado ao mercado internacional, agora com codinome Evergreen e sem diferenças em relação ao modelo indiano.

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Qual a diferença entre estes quatro modelos? Nenhuma. Todos compartilham da exata mesma ficha técnica com processador Dimensity 810, câmera traseira dupla com 50 MP e 8 MP, tela de 6,6 polegadas e bateria de 5.000 mAh com recarga de 33 W.

A Xiaomi também apresentou ao mundo mais uma quinta variante dos modelos acima. O Redmi Note 11S 5G global é idêntico aos smartphones citados, mas adota um codinome diferente e terceira câmera macro com míseros 2 MP. Fora isso compartilha do design e especificações.

O exército de clones continua...

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Os aparelhos de codinome Veux e Peux mantêm o esquema de reciclar o design e especificações em diferentes regiões com diferentes nomes. A expansão da vez começou pelo Redmi Note 11 Pro 5G, modelo global lançado em janeiro que em fevereiro foi lançado novamente no mercado global como Poco X4 Pro 5G.

Ele mantém as especificações, mas agora com um design mais característico da Poco com bloco largo na região das câmeras e nenhuma outra diferença.

Na China o dispositivo foi lançado como Redmi Note 11E Pro 5G, enquanto que na Índia o modelo foi chamado de Redmi Note 11 Pro Plus 5G.

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A Xiaomi lançou o smartphone mais uma vez na Índia, com o segundo modelo sendo vendido como Poco X4 Pro 5G, mesmo nome da versão global, mas com uma diferença: a empresa substituiu o sensor principal de 108 MP por um com resolução de 64 MP.

Redmi aqui, Poco ali, Xiaomi acolá...

Apesar de tudo, os exemplos citados acima mantiveram uma certa "lógica" em relação à nomenclatura, visto que todos os aparelhos fazem parte da linha Redmi Note 11 ou chegaram apenas como modelos da série Poco X4 ou M4. Mas nem tudo são flores (e olha que até aqui nem estavam sendo).

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Em janeiro a Xiaomi lançou o Xiaomi 11i HyperCharge na Índia. Embora faça parte da linha Xiaomi 11 (a principal da empresa em 2021), o celular é uma versão renomada do Redmi Note 11 Pro Plus 5G global.

Mas é importante não confundir com o smartphone com o Redmi Note 11 Pro Plus 5Gjá vendido na Índia, que na verdade é uma versão renomeada do Redmi Note 11 Pro 5G global. Pois é.

Outro exemplo começa a surgir agora com o lançamento do novo Redmi Note 11E 5G. O modelo foi lançado primeiro na China e finalmente chega como um produto inédito após tantas reciclagens.

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O smartphone já foi lançado no mercado global sendo chamado de Redmi 10 5G, mas a Xiaomi também prepara o lançamento do dispositivo como Poco M4 5G tanto no mercado global quanto na Índia, que também receberá o aparelho como Redmi 10 Prime Plus 5G.

Linha Redmi Note 11 e quase 30 variações (até agora)

No dia de fechamento desta matéria (1 de abril de 2022), a Xiaomi já havia anunciado 13 modelos da linha Redmi Note 11 ao redor do mundo (Global, Índia e China).

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Ao todo são basicamente 10 celulares de mesmo codinome no mundo, mas em vez de lançá-los com uma só nomenclatura consistente, a empresa expande o repertório para oferecer 30 celulares semelhantes.

E a estratégia tem dado certo. Como os celulares possuem nomes diferentes, usuários são levados a acreditar que os smartphones também são diferentes. Não é à toa que a Xiaomi ocupa a terceira posição entre as fabricantes de celulares que mais vendem no mundo.

Para tentar facilitar o entendimento, colocamos os modelos já anunciados na lista abaixo. As colunas unem os aparelhos por região, enquanto as linhas mostram os smartphones lançados em outros países com diferentes nomes.

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Um outro smartphone ainda foi revelado durante o desenvolvimento desta pauta: o Redmi Note 11 Festival Edition que não passa do mesmo Redmi Note 11 global com uma caixa diferente e nova opção de cor.

Redmi Note 11 no Brasil

Em abril de 2022 a Xiaomi trouxe a série Redmi Note 11 ao Brasil com a estreia de quatro modelos globais: o Redmi Note 11, Note 11S, Note 11 Pro e Note 11 Pro 5G.

Os modelos não apresentam diferentes características das versões internacionais e foram lançados com preços entre R$ 2.599 e R$ 3.999. Confira detalhes sobre o lançamento

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Xiaomi: a #1 do mundo a todo custo?

Fica claro que, para superar a Samsung e Apple, uma das principais estratégias da Xiaomi tem sido vender o mesmo celular intermediário apenas com nomes diferentes em várias regiões — e às vezes até no mesmo país.

O foco é muito diferente da Apple, que embora tenha celulares caros em todo o mundo, acaba atraindo por sua qualidade, ecossistema, sistema operacional, consistência entre seus lançamentos e anos de atualização de software oficial.

A Samsung acaba atraindo mais usuários pelos ótimos celulares que tem lançado com sistema operacional rápido, até 4 grandes updates do Android (incluindo até mesmo smartphones intermediários) e ótimo custo-benefício no geral. O investimento em modelos premium e no segmento de dobráveis também são diferenciais enormes da marca.

A Xiaomi, em vez de se concentrar em vender uma menor quantidade de dispositivos de alta qualidade, acaba "atirando para todos os lados". No fim, não importa se um modelo é idêntico ao outro. Se uma pessoa comprar, é vantagem para a Xiaomi.

Com o fim do primeiro trimestre de 2022, o saldo atual é de 13 celulares da linha Redmi Note 11 e 30 modelos relacionados.

A série Redmi Note 12 já aparece em primeiros rumores, mas será que a Xiaomi continuará com a estratégia de realizar pequenas mudanças na próxima geração? Será que 2022 vai acabar com uma quantidade ainda maior de celulares Redmi Note 11? A série Note 12 vai superar a atual em quantidade de smartphones relançados por outras submarcas da Xiaomi? É o que vemos no decorrer dos próximos meses.