Giro da Saúde: principal sintoma da Ômicron; vacinas e miocardite: tem relação?
Por Luciana Zaramela |

Começamos fevereiro, e com ele vieram também muitos destaques em relação ao coronavírus e às vacinas. Aliás, uma subvariante que pode ser descrita como "irmã" da Ômicron já está em circulação por quase 60 países; devemos nos preocupar? Veja agora essa e outras notícias, em resumo, aqui no Giro da Saúde!
Subvariante da Ômicron já circula em 57 países
Na última terça-feira (1), a Organização Mundial da Saúde afirmou que a subvariante BA.2 da Ômicron já foi identificada em 57 países. Apesar de não predominar nessa fase da pandemia, a BA.2 está em franco crescimento. Até o momento, ainda são escassos os dados relacionados à subvariante, e a descoberta sobre sua maior capacidade de transmissão vem de estudos preliminares, ou seja: ainda é cedo para determinar se a BA.2 é mais ou menos agressiva que a Ômicron.
Independente de implicações de evolução do coronavírus, Maria Van Kerkhove, especialista em covid-19 da OMS, avisa: "Precisamos que as pessoas estejam cientes de que esse vírus continua circulando e evoluindo”. Diante da alta de casos da covid-19, "é realmente importante que tomemos medidas para reduzir nossa exposição a esse vírus, qualquer que seja a variante que esteja circulando", completa.
Vacinas e miocardite: qual a relação?
Um questionamento que constantemente aparece, principalmente depois que iniciou-se a vacinação de crianças e adolescentes contra covid-19, é: vacinas podem desencadear quadros de miocardite? A resposta é sim, mas é necessário prestar atenção aos detalhes. Vacinas de mRNA, como as da Pfizer e da Moderna, podem causar miocardite, mas é importante dizer que este é um efeito adverso raro, com risco ligeiramente aumentado para adolescentes do sexo masculino. Entretanto, quando postos na balança, os riscos são tão baixos que compensam os benefícios da imunização.
Estudos clínicos da Pfizer apontam como sendo reações de frequência desconhecida, que "não pode ser estimada a partir dos dados disponíveis", já que os casos relatados são bastante baixos perto das milhões de pessoas já imunizadas com a fórmula.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou, em junho de 2021, sobre casos raros de inflamações no músculo cardíaco e no tecido que envolve o coração em pessoas que tomaram vacina, mas continuou a recomendar a imunização.
Sintomas mais comuns da Ômicron
Dados recentemente revelados pelo projeto britânico Zoe COVID Symptom Study concluem que a dor de garganta é o sintoma mais comum da variante Ômicron, e geralmente o primeiro a aparecer após a contaminação. O relatório aponta que a perda de olfato e paladar se tornou menos comum: o sintoma estava entre os 10 principais no início de 2021, e agora já se encontra em 17º lugar, atingindo apenas um em cada cinco pacientes.
Os principais sintomas da Ômicron são:
- Dor de garganta
- Dores musculares ou no corpo
- Dor de cabeça
- Cansaço extremo
- Febre
- Calafrios
- Tosse
- Falta de ar
- Congestão nasal ou coriza
- Náusea ou vômito
- Diarreia
- Perda de paladar ou olfato
Embora a variante possa parecer mais um resfriado para muitas pessoas, a cepa ainda pode hospitalizar, matar ou deixar sintomas de longo prazo. Por isso é tão válido reforçar a importância da vacinação.
Alecrim contra covid?
Um estudo recente, publicado na revista Antioxidants, avaliou uma molécula presente no alecrim, chamada ácido carnósico, e seu potencial no combate ao coronavírus. Tanto o ácido carnósico quanto seu derivado, o carnosol, também encontrado no alecrim, inibem a inflamação da proteína NLRP3. Tal proteína é associada à tempestade de citocinas, uma das complicações graves da covid-19, na qual o organismo passa a atacar a si próprio. Aliás, as citocinas também estão relacionadas à névoa mental na covid longa.
No estudo, os pesquisadores observaram que o ácido carnósico pode bloquear a interação entre a proteína spike do coronavírus SARS-CoV-2 e a porta de entrada do vírus nas células humanas, a proteína ACE2. A molécula conseguiu bloquear a infecção pelo SARS-CoV-2 em quase 90%, em culturas de células (in vitro). Agora, resta levar o estudo laboratorial para etapas clínicas, isto é, em humanos. Por isso, ainda é cedo para afirmar que a molécula encontrada no alecrim pode ou não funcionar.
ButanVac protege mais que AstraZeneca, segundo estudo
De acordo com o Ministério da Saúde do Vietnã, a ButanVac (chamada por lá de CoviVac) teve excelentes resultados na fase 2 de ensaios clínicos por lá. O estudo comparou essa fórmula com a vacina da AstraZeneca e concluiu que "as concentrações nucleares médias [de anticorpos neutralizantes] (GMC) nos grupos de 3 µg e 6 µg de CoviVac [a ButanVac] foram superiores às do grupo da vacina de controle [AstraZeneca] e comparáveis entre o grupo etário 18-59 e o grupo ≥ 60 anos".
Agora, para confirmar a eficácia da vacina no mundo real, os estudos partirão para a fase 3, com mais voluntários vacinados, o que resulta em amostragem maior para fazer o comparativo. A pesquisa recente avaliou 374 pessoas, com idades entre 18 e 59 anos e 60 anos ou mais. Dois grupos receberam doses da vacina ButanVac, mas em concentrações diferentes. E o terceiro grupo era considerado o de controle e, por isso, recebeu a vacina da AstraZeneca na versão padrão do país.
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