Publicidade

Máscara PFF2 ou N95: você pode estar usando errado

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Fevereiro de 2022 às 11h11

Link copiado!

Jonathan J. Castellon/Unsplash
Jonathan J. Castellon/Unsplash

Na pandemia da covid-19, a variante Ômicron (B.1.1.529) do coronavírus SARS-CoV-2 é considerada a cepa mais transmissível até agora identificada e é também responsável por uma nova onda de casos que atinge o mundo todo, incluindo o Brasil. Nesse cenário, especialistas recomendam o uso de máscaras com maior poder de filtragem, como o respirador PFF2 (N95).

Vale lembrar que, inicialmente, a recomendação era o uso da máscara caseira — como a de pano — ou a cirúrgica para a população em geral, enquanto os respiradores eram de uso exclusivo dos profissionais de saúde. No entanto, a situação é outra e os cuidados devem ser reforçados, principalmente, em ambientes com pouca circulação de ar, como o transporte público e os supermercados.

Continua após a publicidade

No entanto, para que os respiradores, como o PFF2 ou o N95 (versão norte-americana), funcionem bem e consigam filtrar o ar, é preciso usar a máscara de forma ajustada no rosto. Afinal, "a máscara coleta praticamente todas as partículas que chegam até o filtro. Então, a limitação na proteção está no vazamento", explica o físico Vitor Mori, integrante do Observatório Covid-19 BR, para a BBC News Brasil.

Para descobrir se você está usando sua máscara direito, o Canaltech preparou este guia rápido.

Como adaptar bem a PFF2 ou N95 ao rosto

Quando o ajuste da máscara está correto no rosto, a pessoa só irá inspirar ar que tenha sido filtrado e a possibilidade de inalar o coronavírus SARS-CoV-2 cai drasticamente, o que não acontece com o mesmo grau de eficácia com as máscaras cirúrgicas ou de pano.

Continua após a publicidade

Do outro lado, o ar que a pessoa deve expelir, usando a máscara, estará mais limpo também. Caso ela esteja contaminada pelo vírus da covid-19, as chances de infectar outras pessoas com as suas partículas virais é menor, já que há um filtro e este funciona para os dois lados. Em outras palavras, o benefício é tanto para quem usa quanto para quem está próximo.

No entanto, a filtragem é somente obtida quando as máscaras estão bem vedadas. Isso significa que o efeito não será alcançado quando o respirador deixa pequenos espaços abertos no rosto. É necessário se atentar para a vedação, principalmente, acima do nariz e nas laterais. Os dois pontos são mais conhecidos por deixaram vazar o ar não-filtrado.

"Vedação das máscaras é um ponto crítico que não é tão levado em conta. Não adianta o filtro da máscara ser bom se o ar não estiver passando por esse filtro", explica o físico Mori.

Questão do elástico

Continua após a publicidade

Os usuários de máscaras também devem se atentar para o elástico que vai atrás da cabeça. Este é responsável por garantir a aderência do equipamento ao rosto. Quando possível, a pessoa deve sempre evitar as máscaras em que os elásticos que se prendem na orelha, já que isso pode limitar a capacidade de ajuste.

Por fim, é importante verificar a questão da umidade das máscaras, já que os efeitos de proteção são reduzidas quando o equipamento está úmido. Isso pode ocorrer naturalmente e, por isso, é recomendado o rodízio dos respiradores.

Estudo sobre ajustes do equipamento

Continua após a publicidade

Publicado na revista científica PLOS One, um estudo verificou a capacidade das pessoas em ajustarem bem as próprias máscaras ao rosto. Na pesquisa da Cambridge University, foram considerados diferentes modelos, como os respiradores N95 (PFF2) e as máscaras cirúrgicas e as de tecido.

Quando a máscara está bem ajustada, o ar de dentro deve estar bem mais limpo do que o ar do ambiente. No entanto, os pesquisadores observaram que este cenário ideal não era identificado entre aquelas pessoas que usavam as máscaras de forma inadequada.

"Os respiradores N95 ofereceram maiores graus de proteção do que as outras categorias de máscaras testadas; no entanto, deve-se notar que a maioria dos respiradores N95 não se ajustou adequadamente aos participantes", afirmam os cientistas.

"Para que essas máscaras sejam altamente protetoras, elas devem se adequar corretamente ao [rosto do usuário, mas é comum que isso não aconteça", escreveu uma das autoras do estudo, Eugenia O'Kelly, em artigo para o site The Conversation.

Continua após a publicidade

Fonte: BBC, PLOS One e The Conversation