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Tudo o que sabemos sobre a subvariante BA.2, a "irmã da Ômicron"

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Fevereiro de 2022 às 12h40

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Fusion Medical Animation/Unsplash
Fusion Medical Animation/Unsplash

Nas últimas semanas, pesquisadores começaram a relatar casos da subvariante BA.2 da cepa Ômicron (B.1.1.529) do coronavírus. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a BA.2 já foi identificada em 57 países e está em alta, principalmente, na Dinamarca e na Índia. No entanto, esta ainda está longe de se tornar predominante no globo.

"Em vez de uma filha da variante Ômicron BA.1 (ou B.1.1.529), é mais útil pensar na BA.2 como irmã de Ômicron", explica Paul Griffin, professor associado da Universidade de Queensland, na Austrália. Isso porque a subvariante tem algumas mutações que a diferem da versão original. No futuro, ela pode receber uma letra do alfabeto grego própria, caso a incidência de casos continue a aumentar e chegue, com força, em outros países.

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Entenda o que é uma subvariante do coronavírus

Vale explicar que uma subvariante ou linhagem é um grupo geneticamente relacionado a uma variante de vírus, que foi derivada de um ancestral comum. No caso da covid-19, a ancestral comum de todas as variantes é a cepa identificada em Wuhan, na China.

No momento, Griffin explica que são três as principais subvariantes da Ômicron: a BA.1 (B.1.1.529), a BA.2 e a BA.3. Só que, em qualquer momento, uma outra pode surgir, já que o que as diferenciam são mutações de vírus que estão em constante replicação — este é o momento em que novas mutações positivas, neutras ou negativas podem surgir.

Esse é um fenômeno novo na pandemia da covid-19? Na verdade, não. Isso porque, no final do ano passado — antes da descoberta da Ômicron —, pesquisadores investigavam a Delta Plus (AY.4.2). Só que esta subvariante não conseguiu se estabelecer e foi reduzida pela Ômicron.

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O que a BA.2 tem de diferente da Ômicron original?

As primeiras sequências da BA.2 foram identificadas nas Filipinas, mas ainda não é possível dizer se o país foi o seu local de origem. Por enquanto, as propriedades da nova subvariante ainda são investigadas e, até o momento, não há nenhuma evidência que aponte para casos mais graves da covid-19.

A OMS ainda não definiu a BA.2 como uma variante de preocupação (VOC) ou como uma variante de interesse (VOI), já que a circulação ainda é restrita. No entanto, o Reino Unido a classifica como uma variante “sob investigação”.

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Questão de diferenciação

A Ômicron (BA.1) possuí um marcador que a diferencia de outras variantes da covid-19: é a ausência do gene S, conhecido como “falha no alvo do gene S”. Essa característica permitia a sua rápida identificação em exames do tipo RT-PCR.

No entanto, este não parece ser o caso da BA.2. Inclusive, a incapacidade de detectar a linhagem dessa forma leva alguns cientistas a rotulá-la como “subvariante furtiva”.

Só que "isso não significa que não podemos diagnosticar BA.2 com testes de RT-PCR. Significa apenas que quando alguém testar positivo para SARS-CoV-2, levará um pouco mais de tempo para saber qual variante é responsável, por meio do sequenciamento do genoma. Este foi o caso das variantes anteriores", explica o pesquisador Griffin.

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Pode ser mais infecciosa

Até agora, o mais "preocupante" são algumas evidências preliminares que apontam a BA.2 como mais infecciosa do que a Ômicron original. Desenvolvido por cientistas dinamarqueses, um preprint — estudo ainda não revisado por pares — sugere que a BA.2 aumenta a suscetibilidade à infecção de pessoas não-vacinadas em pouco mais de duas vezes quando comparado à variante Ômicron. Mesmo para pessoas imunizadas, o risco de infecção cresce também.

Fonte: University of Queensland