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Como é viver com implante cerebral? 1º paciente da Neuralink explica

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Junho de 2024 às 09h45

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Reprodução/Neuralink
Reprodução/Neuralink

O norte-americano Noland Arbaugh, de 30 anos, está prestes a completar os primeiros 180 dias de uso contínuo do implante cerebral da Neuralink. Após a cirurgia em janeiro, ele se tornou a primeira pessoa do mundo a viver com um chip no cérebro desenvolvido pela startup cofundada por Elon Musk. Agora, ele revela como é viver com a tecnologia pioneira e as mudanças no dia a dia.

A interface cérebro-computador (BCI) da Neuralink é composta por um chip de computador embutido no cérebro de Arbaugh e um conjunto de eletrodos. Com essa tecnologia, ele já consegue controlar um cursor de mouse e realizar inúmeras atividades no dia a dia. Para o futuro, Arbaugh sonha em comandar um robô humanoide da Tesla, o Optimus.

Entretanto, os primeiros desafios já foram avistados, como o período em que os eletrodos retraíram e o software que interpreta os seus sinais cerebrais precisou ser ajustado para retomar o controle.

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Dá para sentir o implante cerebral?

“Se eu tivesse perdido a memória, acordasse e você me dissesse que havia algo implantado em meu cérebro, provavelmente, não acreditaria em você”, conta  Noland Arbaugh para a revista Scientific American

Basicamente, o chip cerebral é imperceptível para o usuário, algo que até pode ser perigoso. “Não tenho nenhuma sensação disso — não há como saber se está lá, a menos que alguém vá e o empurre fisicamente”, acrescenta.

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Usando o poder da mente

Para mover o cursor digital com o “poder da mente”, Arbaugh explica que é possível acioná-lo por dois mecanismos diferentes:

  1. Tentativa de movimento: o paciente tenta forçar, com a mente, que um membro paralisado se mova;
  2. Movimento imaginado: o paciente olha para o cursor e imagina para onde ele deveria navegar na tela do monitor.

O primeiro paciente da Neuralink explica que mistura os dois tipos de comandos no dia a dia para controlar o cursor. Em ambos os casos, tudo é muito mais simples do que antes da cirurgia. Para aprender esses truques, ele levou algo próximo de uma semana.

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Desde o acidente que provocou a paralisia em 2016, Arbaugh somente conseguia usar um computador através de comandos de voz ou com um bastão bucal usado em uma tela sensível ao toque. A experiência estava longe de ser agardável.

Rotina do primeiro paciente da Neuralink

Por dia, Arbaugh usa ativamente o implante cerebral por 8h a 10h — isso inclui o período em que realiza testes com a Neuralink e os seus momentos de lazer. No momento, pode usar o cursor para navegar na web, enviar mensagens, acessar as redes sociais e jogar videogame, como Mario Kart, Civilization VI ou partidas de xadrez.

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Entretanto, há algo que o limita: a necessidade de recarregar o chip, o que pode interromper as suas sessões de uso. Nesses períodos de bateria baixa, ele veste uma espécie de chapéu com um carregador sem fio integrado.

Até o momento, o paciente parece ter se adaptado bem aos quase seis primeiros meses de uso do implante da Neuralink. Inclusive, a empresa deve começar os testes em um segundo voluntário em breve.

Fonte: Scientific American