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Andar de maneira "idiota" ou ineficiente ajuda a bater metas de exercício físico

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Dezembro de 2022 às 12h36

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Wegmann/CC-BY-3.0
Wegmann/CC-BY-3.0

Cientistas avaliaram os benefícios no alcance de metas de atividades físicas diárias gerados por andar de forma menos eficiente — sim, é isso mesmo que você leu. Por mais curioso que pareça, andar de formas incomuns, mais elaboradas e difíceis, ou seja, com menos eficiência, pode ajudar a ficar em forma caso você pratique um pouco todos os dias.

Publicado no periódico científico BMJ, o estudo mostra que as taxas de atividade física não mudaram nos últimos 20 anos, mesmo com campanhas mostrando os benefícios para a saúde cardiovascular e corporal em adultos. Pensando na praticidade, uma ideia surgiu: e se tentassem reproduzir andares incomuns? Os pesquisadores imediatamente lembraram do Ministério dos Andares Idiotas, esquete de humor do grupo britânico Monty Python, de 1971, e buscaram reproduzir as formas de caminhar em laboratório.

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O Ministério dos Testes Eficazes

Para verificar o gasto energético de cada forma de andar, os cientistas observaram 13 adultos saudáveis — 6 mulheres e 7 homens de 22 a 71 anos, média de 34 — sem histórico de doenças pulmonares ou cardíacas e nenhum problema conhecido que afetasse o andar ou passada. A altura e peso dos participantes também foi medida, e, por fim, todos assistiram ao Ministério dos Andares Idiotas antes de começar os testes, de 5 minutos cada, em um circuito interno de 30 metros.

Primeiro, os voluntários andaram de forma normal, como sempre fizeram, no ritmo que desejassem. Nos dois testes seguintes, eles deveriam buscar reproduzir o melhor que pudessem os andares do Sr. Teabag e do Sr. Putey, personagens da esquete. A distância percorrida durante os 5 minutos foi usada para calcular a média de velocidade, absorção de oxigênio e gasto energético. Também se avaliou a intensidade dos exercícios em METs, ou seja, a quantidade de calorias gasta por minuto de atividade física.

Apenas o andar do Sr. Teabag mostrou um gasto significativamente maior de energia, cerca de 2,5 vezes o de um andar normal. Combinando os dados de ambos os sexos, a inalação de oxigênio em um andar normal ficou em 11,3 mL/kg/min, ou 3,2 METs, bem próximo do andar do Sr. Putey, que gerou 12,3 mL/kg/min, ou 3,5 METs. Já o andar Teabag, o mais famoso, gerou 27,9 mL/kg/min, ou 8 METs, já se qualificando como exercício físico vigoroso.

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Trocar apenas um minuto de andar normal pelo andar Teabag já aumenta o gasto energético em 8 kcal/min para os homens e 5 kcal/min para as mulheres. Caso você troque seu andar normal pelo Teabag por 11 minutos ao dia, serão 75 minutos de exercício físico vigoroso por semana — fazer o mesmo de 12 a 19 minutos ao dia aumenta seu gasto energético em cerca de 100 kcal.

Tente isso em casa

Embora o estudo seja pequeno e não inclua pessoas com problemas de mobilidade, doenças nas juntas ou outras condições de saúde que impeçam a reprodução de maneiras de andar diferenciadas, é uma boa demonstração de como o gasto energético diário pode ser aumentado só buscando andar de forma ineficiente: o que parece idiota é, na verdade, muitíssimo saudável.

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Os pesquisadores lembram que pequenos disparos de atividade física de apenas um ou dois minutos, acumulados ao longo do tempo, já trazem benefícios cardiovasculares, e um andar ineficiente já entra nessa conta, podendo ser praticado em qualquer lugar e momento, inclusive dentro de casa. Não custa nada tentar quando estiver sozinho no lar, não é?

Fonte: British Medical Journals