Exercícios físicos mudam a biologia do cérebro e protegem a saúde mental
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Especialistas já vêm destacando, há um bom tempo, os benefícios dos exercícios físicos. Mas muito se engana quem acredita que apenas o corpo pode usufruir desses impactos positivos. Acontece que a prática pode mudar a biologia do cérebro e proteger a saúde mental.
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Tudo gira em torno de uma molécula chamada fator neurotrófico derivado do cérebro, que ajuda o órgão a produzir neurônios. Exercícios aeróbicos e treinos de alta intensidade aumentam significativamente os níveis dessas moléculas, e as mudanças estão no nível epigenético, o que significa que esses comportamentos afetam a forma como os genes são expressos, levando a mudanças nas conexões e funções neuronais.
Existem, ainda, evidências dos efeitos positivos do exercício nos neurotransmissores (substâncias químicas cerebrais que enviam sinais entre os neurônios) dopamina e endorfinas, envolvidos no humor positivo e na motivação.
Os pesquisadores da área apontam que o exercício pode até mesmo dessensibilizar as pessoas para sintomas físicos de ansiedade. Isso ocorre devido à semelhança entre os efeitos corporais do exercício e os da ansiedade, incluindo falta de ar, palpitações cardíacas e aperto no peito. As atividades físicas também reduzem a frequência cardíaca basal, levando à sinalização de um ambiente físico interno mais calmo para o cérebro.
Exercícios físicos fazem bem à saúde?
Estudos anteriores já apontaram que fazer atividade física pode alterar a ação das células imunológicas do cérebro, o que reduz a inflamação, e consequentemente protege do Alzheimer. As micróglias (um tipo de célula do sistema nervoso central que inspeciona o tecido cerebral em busca de danos ou infecções e remove detritos ou células mortas) podem ser ativadas de maneira inadequada conforme a pessoa envelhece, mas os exercícios podem reduzir a ativação microglial e melhorar função cognitiva no cérebro humano.
Além disso, exercícios físicos podem reduzir o risco de morte, conforme apontam estudos anteriores. No artigo, quem realizou duas a quatro vezes a quantidade recomendada de atividade física teve um risco 31% menor.
Fonte: The Conversation