TikTok cria conselho para analisar políticas de conteúdo inapropriado na Europa
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |
A rede social TikTok estabeleceu um conselho consultivo de segurança para a Europa que moldará suas políticas de moderação de conteúdo. O objetivo é ajudar no desenvolvimento de estratégias de combate a temáticas sensíveis que afetam principalmente crianças e adolescentes que utilizam o aplicativo. A iniciativa chega em meio a uma série de reclamações de usuários e investigações de autoridades europeias contra a rede social.
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O conselho será composto por nove membros de vários países do continente (Reino Unido, Alemanha, França e Finlândia), incluindo especialistas em cyberbullying e saúde mental, além de membros de organizações sem fins lucrativos que lutam contra o abuso infantil, a violência e o combate à discriminação.
A ideia segue o mesmo conceito do conselho formado nos Estados Unidos, estabelecido pela empresa chinesa em março do ano passado. As decisões tomadas pelo comitê europeu do TikTok não são obrigatórias: caberá aos executivos decidir se adotam ou não.
Casos de violência no TikTok
Os relatos violência não são exclusivos do TikTok, mas ganharam muita força devido aos sucessivos casos ocorridos em solo europeu. Há poucos dias, uma menina de 10 anos foi encontrada morta na Itália, a situação está supostamente ligada a um desafio da rede social no qual os usuários tinham que prender a respiração.
Além disso, pais e responsáveis se queixam da falta de filtros de idade, da não remoção de conteúdos impróprios e até questões que ameaçam a segurança, a privacidade e o bem-estar de sua base de usuários, constituída por um público mais jovem.
O TikTok já foi alvo de ações de consumidores por supostas violações da GDPR (sigla em inglês para Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), a lei de proteção de dados da Europa. O app é acusado de coletar informações pessoais sem o consentimento, por utilizar termos e condições vagos e por não deixar clara a diferença entre publicidade e conteúdo gerado pelos usuários.
Mesmo com tantas polêmicas, a rede social chinesa continua muito popular em todo o mundo. Os concorrentes estão em busca de funcionalidades semelhantes para tentar atrair o público do TikTok e conter o crescimento. O YouTube, por exemplo, está investindo na expansão do Shorts, ferramenta de vídeos curtos, que deve desembarcar em solo norte-americano neste mês.
Será que o conselho europeu vai ajudar na retomada da confiança dos usuários? O jeito é aguardar para ver o que vai mudar.
Fonte: Engadget