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As 10 melhores histórias em quadrinhos da Marvel e da DC em 2020

Por| 24 de Dezembro de 2020 às 19h10

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DC Comics
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O ano (finalmente) está acabando e aqui está mais uma lista para você curtir, discordar ou apenas conferir. Sem muitas delongas, abaixo estão as melhores publicações que li ao longo dessa difícil temporada de pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), que, vale lembrar, assim como tudo no entretenimento, causou um hiato de publicações entre maio e agosto.

A seleção prevê a Marvel e a DC, que são as editoras que mais acompanho semanalmente — como você já deve saber, um “resumão” do que acontece no mês anterior sai sempre na primeira semana, na minha coluna de quadrinhos de super-heróis (as últimas publicações estão linkadas acima). Vale lembrar que todas as citações são referentes aos lançamentos gringos, e que boa parte desse material está chegando ou desembarcará muito em breve no Brasil.

Atenção: há alguns spoilers sobre vários quadrinhos publicados pela Marvel e DC neste ano, então fique avisado sobre possíveis surpresas sendo reveladas abaixo. Então, fique com os melhores de 2020, na ordem decrescente:

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10. Thor (Marvel)

Quando a excelente passagem de Jason Aaron acabou, Odinson voltou a ser digno do Mjolnir e tornou-se o rei de Asgard. Já esperava que Donny Cates fosse agitar as coisas, pois o “roteirista roqueiro” sabe fazer muito bem isso; mas não achava que tudo começasse a “mil por hora” como começou.

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Nas cinco primeiras edições teve de tudo: Mjolnir esquisito, Thor ficando poderoso no estilo “Dragonball”, Odison acabando com Galactus, entre outras coisas que abalam as fundações do próprio Universo Marvel. Gosto do estilo de Cates, só não curto muito sua adoração por simbiontes.

9. Immortal Hulk (Marvel)

A fase do Hulk imortal do escritor Al Ewing ao lado do artista brasileiro Joe Bennet entra em seu quarto ano em 2021, e parece que a dupla não se cansa de trazer um material assustador, divertido, intrigante e consistente. É incrível como eles conseguem manter aquela atmosfera de suspense em contos intimistas da era do Banner solitário da TV com as origens de histórias de mistério.

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Neste ano, Ewing e Bennet expandiram o horror cósmico da revista e cavaram cada vez mais fundo as conexões da radiação Gama com elementos fundamentais do Universo Marvel. Infelizmente, de vez em quando dá para notar um certo desgaste da fórmula, o que significa que não estamos muito longe do final dessa jornada.

8. Dark Nights: Death Metal (DC)

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Esta é, sem dúvida, a “Crise nas Infinitas Terras” mais caótica, absurda e divertida imaginada no Universo DC. Sem as rédeas do ex-coeditor-chefe Dan Didio, que vinha basicamente criando remendo atrás de remendo, digo, reboot atrás de reboot, Scott Snyder orquestrou uma trama que mescla tudo o que de melhor (e pior) já aconteceu em todas as reformulações da editora. Nenhuma propriedade ficou de fora, seja de menor o ou maior escala.

Tudo bem que Death Metal perdeu um pouco do brilho porque é muito confusa para novos leitores e, mais uma vez, chegou atropelada com outro evento simultâneo, o DCeased. Mas se você pegar apenas as edições da minissérie e os one-shots conectados, terá um bom tempo de entretenimento nas mãos. Esqueça tudo o que sabe sobre a DC e se jogue em pérolas como Dark Nights: Death Metal — The Secret Origin, que traz Geoff Johns assinando a redenção de Superboy Prime.

7. Batman: Joker War (DC)

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O que ainda dá para fazer com a dinâmica entre Batman e o Coringa que já não vimos nos quadrinhos, nas animações ou na TV? Bem, uma guerra. Essa trama reposicionou o Palhaço do Crime como um gênio estrategista das ruas, com a ascensão de dois exércitos, que agora sabem bem quem são seus comandantes e qual é a missão.

Em vez de ficar somente entre Batman e Coringa, James Tynion IV deixou ambos em segundo plano e foi mais generoso com os coadjuvantes. Dessa forma, sobrou mais espaço para a “Batfamília” brilhar, assim como novos personagens, a exemplo do clássico instantâneo chamado de Punchline. Além disso, serviu para “limpar o paladar" antes da chegada da nova fase Infinite Frontier, em março de 2021.

6. The Batman's Grave (DC)

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Warren Ellis anda meio sumido ultimamente, por conta das várias acusações de assédio sexual de mulheres que disseram terem sido abordadas de forma ofensiva pelo roteirista britânico nos últimos anos. O autor é dono de várias boas histórias, a exemplo do incrível Planetary, e, antes de entrar em um hiato para tentar ser uma pessoa melhor, deixou este belo conto de detetive.

Em Batman’s Grave, vemos o lado sherlockiano do Homem-Morcego mais evidente, com o herói investigando o assassinato de um homem enquanto tenta sobreviver ao assassino. É uma clássica história de mistério, que ganha uma espetacular narrativa realista de Brian Hitch. O ilustrador consegue transmitir graficamente a dedução lógica do Batman e, por incrível que pareça, não atrasou tanto, já que sua 12ª e última edição chegou este mês às bancas gringas — um ano e dois meses depois da estreia, algo raro na carreira de Hitch.

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Ah, sim, não se surpreenda se esta maxissérie se tornar uma referência em The Batman, de Matt Reeves e Robert Pattinson, já que a pegada detetivesca será semelhante.

5. Batman - White Knight presents Harley Quinn (DC Black Label)

Sean Murphy há anos vem impressionando o mercado com seus traços leves e dinâmicos, sua narrativa cinematográfica e sua precisão na arte-final. Foi assim que ele conquistou a todos com sua versão de John Constantine, título que também já viu outro jovem com talento semelhante ao de Murphy, um cara chamado Matteo Scalera. Guarde esse nome.

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Pois bem, Murphy alçou novos voos nos últimos anos e criou seu próprio universo no Multiverso DC, chamado de Batman: White Knight, que reúne os especiais de uma realidade em que o Coringa tenta se tornar um cidadão reabilitado na forma de Jack Napier. Os dois arcos criados pelo autor são sensacionais, e agora temos esta minissérie com a Arlequina, que se vê com dois filhos gêmeos e um vilão para cuidar.

E por que isso é bom? Bem, lembra-se do Matteo Scalera? Pois bem, não à toa, Murphy escolheu-o para seguir seus passos nesse especial. E o resultado também é excelente.

4. American Vampire 1976 (DC Black Label)

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Quer outro cara talentoso na mesma linha de Scalera e Murphy? Então não precisa ir muito longe, pois temos o brasileiro Rafael Albuquerque. Em comum ele divide a paixão pelos traços finos que sugerem movimento e design requintado de personagens, com narrativas em perspectivas incomuns e arte-final cuidadosa.

A série Vampiro Americano, que reimagina o mito dos chupadores de sangue na América, vem sendo um sucesso desde suas primeiras edições e o retorno da dupla Snyder/Albuquerque não poderia ser melhor: ambientada no cenário rock’n’roll dos anos 1970. Já é bonito só de ver as páginas. Somado ao bom roteiro, vira um clássico moderno.

3. Batman: The Three Jokers (DC Black Label)

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Não sei se você notou, mas tem bastante Batman nessa lista. Bem, na verdade os culpados são os autores, que parecem ter um fascínio especial por este personagem. Aqui temos Geoff Johns finalmente “respondendo” quem são os três Coringas. A verdade é que os “esclarecimentos” foram um tanto mornos, assim como a conclusão.

Mas o legal é que a história pretende ser canônica e estabeleceu de vez que sempre haverá um Coringa e um Batman, não importa suas identidades. E, de quebra, foi legal ver como Johns trouxe para as histórias atuais reflexões sobre consequências reais de heróis mirins combaterem o crime, como o que aconteceu com Jason Todd na época que morreu nas mãos do Palhaço do Crime.

Pode ser que não venha com o final que esperávamos, mas a revelação de que o Coringa tem um filho e esposa vivos, entre outros detalhes, fazem desta uma história imperdível em 2021. E vale lembrar que tudo foi publicado no formato premium do selo adulto Black Label.

2. X-Men: X of Swords (Marvel)

O cantinho dos X-Men anda um show à parte na Marvel Comics, mas, para contemplar tudo da melhor forma, é preciso se dedicar bastante fora dos eventos. Isso porque a linha mensal ficou abarrotada e os assuntos que Jonathan Hickman propõe com uma nova mitologia e sci-fi densa conta com vários elementos criados somente para as histórias dos mutantes.

Achei que fosse mais difícil acompanhar esta saga, mas, se você pegar todos os capítulos espalhados pelos títulos mensais dos Filhos do Átomo, é como ler um daqueles eventos mutantes dos anos 1990 — só que com roteiros muito melhor elaborados e dezenas de personagens a mais. Hickman e sua turma trazem uma divertida competição que, no final, desencadeia em pancadaria do mesmo jeito.

O resultado dessa treta nem é tão importante assim, mas sim a maneira como os próprios mutantes criam e tentam lidar com seus próprios problemas, mesmo afastados da humanidade que tanto os odeia. Os X-Men, contudo, voltaram a se tornar párias, mesmo dentro de sua comunidade. A ousadia pelo formato de publicação e a busca pelo frescor, sem deixar para trás o passado, é uma das grandes qualidades dessa fase de Hickman. E X of Swords é uma prova disso.

1. History of the Marvel Universe (Marvel)

A Marvel Comics já vem mexendo em suas fundações, especialmente para sincronizar as alterações de continuidade realizadas nos últimos anos. A Casa das Ideias, para estabelecer melhor a conexão com os filmes, mexeu em vários personagens e origens cósmicas. Temos agora, por exemplo, melhores explicações sobre o Estigma, a Força Fênix, o Punho de Ferro e o Motoqueiro Fantasma, graças aos Vingadores Pré-Históricos.

Também já vimos que um Celestial doente teve suas forças vitais e seu próprio corpo mesclado à Terra, o que pode explicar o nascimento dos genes mutantes; e as forças ancestrais dos simbiontes que geraram Venom. Várias dessas mudanças alteraram o status quo de entidades cósmicas há muito conhecidas pelos leitores, a exemplo de Galactus, que ultimamente anda bem mais falível e “humano”.

Mas como saber de tudo isso? Quem vai reorganizar a coisa toda? A resposta é Mark Waid, roteirista veterano que trabalhou ao lado de Javier Rodriguez e Alvaro Lopez para resumir todos os principais momentos do Universo Marvel, desde os primeiros dias de sua criação, lá nos anos 1940. Embora esta minissérie em seis partes tenha terminado quase no final de 2019, chegou mesmo às bancas gringas no início de 2020. Então, ainda cabe aqui como primeiro lugar de melhor leitura entre Marvel e DC nesta temporada.

Menções honrosas que não são da Marvel ou DC

TMNT: The Last Ronin (IDW)

Esta edição está aqui por trazer de volta a vibe mais violenta, sombria e original das Tartarugas Ninja, em um futuro distópico quando só quem sobrevive é Michelangelo, portando as armas de todos os seus irmãos em um uniforme preto.

The Walking Dead Deluxe (Image Comics)

Já esta está aqui por republicar em cores, formato premium e cheio de extras os primeiros momentos de uma novela de horror que, pela primeira vez, ampliou as possibilidades de narrativa das “histórias de zumbi”, explorando os instintos humanos em situações limítrofes.

E, claro, legal também é saber de opiniões diferentes. Não se acanhem em colocar abaixo quais seriam os favoritos do ano para vocês. E boas festas para todos!