7 obras que podem influenciar o novo Batman de Robert Pattinson
Por Claudio Yuge | •
Há pouco mais de três semanas tivemos a primeira imagem oficial de The Batman, com Robert Pattinson mostrando um uniforme diferente de suas encarnações anteriores no cinema. Ao longo da pré-produção, tanto o ator quanto o diretor Matt Reeves falaram bastante sobre suas inspirações e como veem o personagem. Além disso, vazamentos do desenvolvimento do longa e a escalação do elenco também deram pistas sobre o que vem por aí.
Baseado em todas essas informações, o Canaltech montou uma lista de obras que podem influenciar a nova aventura do Homem-Morcego, que deve chegar aos cinemas no dia 25 de junho de 2021. A ideia é que vejamos um Batman mais jovem e cerebral. O escritor escocês Grant Morrison disse certa vez que, ao escrever o personagem, trata sua mente como um “superpoder” — e é assim que ele se equivale aos outros heróis e parece ser sobre-humano.
Essa concepção do personagem foi vista várias vezes nos quadrinhos e nas animações, mas raramente foi mostrada nas telonas, com exceção de alguns breves momentos da trilogia de Christopher Nolan. Então, The Batman tem tudo para revigorar a franquia e se tornar um novo patamar para o Cavaleiro das Trevas na Sétima Arte.
1. Batman: Ano Um
A história em quadrinhos escrita por Frank Miller e desenhada por David Mazzucchelli em 1987 já foi referência para Nolan em Batman Begins e deve ser amplamente usada por Reeves em The Batman. Diferente da trama de papel, a adaptação deve mostrar Bruce Wayne em seu segundo ano de atuação, mas a construção do personagem, que aos poucos se torna um gênio da dedução, provavelmente será muito semelhante. O próprio diretor postou uma cena desse arco em sua conta do Twitter.
Vale destacar que o policial James Gordon, que um dia viria a se tornar comissário, também tem grande importância no processo de amadurecimento de Bruce Wayne/Batman. É bem possível que vejamos também a introdução dos Flying Graysons — os pais do Robin Dick Grayson — e uma jovem Barbara Gordon — que futuramente viria a se tornar a Batgirl.
2. Batman: O Longo Dia das Bruxas
Na maxissérie criada por Jeph Loeb e Tim Sale em 1996, Batman, Gordon e o promotor público Harvey Dent (também conhecido por ser o vilão Duas-Caras) tentam desbancar o mafioso Carmine Falcone, mas são surpreendidos por um assassino serial que ataca as vítimas de Gotham durante os principais feriados do ano.
Embora o grande antagonista deva ser diferente, a ideia aqui é que vários inimigos de Batman saiam das sombras para mostrar suas intenções. E por isso é que Reeves já escalou Zöe Kravitz como Mulher-Gato, Colin Farrell como Pinguim, Paul Dano como Charada e John Turturo como Carmine Falcone. Isso é especialmente uma boa notícia se consideramos que The Batman é um reboot, pois uma boa construção da galeria de vilões do personagem é essencial para o sucesso dessa nova empreitada.
Aliás, vazamentos de imagens da própria produção mostraram velas em abóboras, o que seria outra grande evidência de inspiração em O Longo Dia das Bruxas — a identidade visual da revista é toda povoada por esses elementos.
3. Sherlock Holmes
Muitos se esquecem ou talvez nem mesmo saibam, mas, durante o processo de criação do Batman, o desenhista Bill Finger já pensava no personagem como um detetive extremamente minucioso, aos moldes de Sherlock Holmes. Em sua autobiografia, o roteirista Bob Kane, outro pai do Homem-Morcego, até disse que, inicialmente, “ele não tinha luvas, foram adicionadas para que não deixasse impressões digitais”. Veja bem, houveram até encontros entre Batman e Sherlock Holmes nos quadrinhos.
Rumores de bastidores até mesmo teriam confirmado que a trama ter um tom de mistério semelhante aos livros de Arthur Conan Doyle e que a Mulher-Gato faria o papel da ladra Irene Adler, enquanto o Charada seria um arqui-inimigo parecido com Moriarty e Gordon atuaria como Watson. Esses mesmos boatos dizem que o tratamento deve ser parecido com o que já vimos em Batman Animated, em que os vilões já estariam perambulando por Gotham há algum tempo.
4. Jekyll e Hyde
A dualidade de Bruce Wayne e Batman, que foi explorada de forma discreta na trilogia de Nolan e também foi de certa forma relevante nos longas de Tim Burton, deve ganhar mais importância no filme de Matt Reeves. Para isso, o cineasta afirma que tem olhado para o clássico O Médico e o Monstro — O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Sr. Hyde, de Robert Louis Stevenson.
“Uma das coisas interessantes em olhar para Jekyll e Hyde é essa ideia do seu ‘eu sombrio’ e de que somos todos múltiplos. São aspectos diferentes de quem somos, e acho que há momentos em que talvez a superfície de Bruce não seja realmente quem ele é, mas esse é seu disfarce. Há momentos em que Batman é o disfarce e outros em que sua verdadeira essência se manifesta, porque, ao ser contida, surge um tipo de lado instintivo que é visceral", disse Reeves em setembro de 2019.
5. Batman — Preto e Branco
O volume um dessa série de antologia, lançado em 1996, trouxe uma série de autores em histórias curtas, todas, claro, desenhadas em preto, branco e tons de cinza. Uma das tramas que mais chamou a atenção foi a de Ted McKeever, que mostra o Homem-Morcego “conversando mentalmente” com o cadáver de uma mulher no necrotério.
Esse “diálogo” é baseado em muita observação e dedução lógica e, no final, vemos o herói desvendar o assassinato sem sair da sala. Espere por algo assim em The Batman.
6. Batman's Grave
Mais um caso de mistério e assassinato, desta vez em uma história criada recentemente pelos astros Warren Ellis e Bryan Hitch. Nessa minissérie, ambos os autores investem bastante em uma narrativa detetivesca, trazendo de volta as origens “sherlockianas” do personagem para os tempos atuais. A maneira como ele enxerga uma cena de crime e usa seus aparatos tecnológicos para reconstruir, observar e analisar os eventos deve ser algo que provavelmente vejamos em The Batman.
E, veja bem, a publicação de uma história assim na mesma pegada do próximo filme certamente não é algo feito a esmo pela DC Comics. A editora já está preparando o terreno para o que vem por aí e pode apostar que Reeves tem o conhecimento dessa trama, que envolve dois grandes nomes (Ellis e Hitch) da indústria em um projeto especial.
7. Série de games Batman Arkham
Quem curtiu os games da série Batman Arkham com certeza associou o uniforme da prévia veiculada por Matt Reeves à “armadura” que Batman usa nos jogos. As partes mecânicas do símbolo do morcego (que, segundo boatos, seria feito da própria arma que matou seus pais), a proteção pesada e as várias traquitanas equipadas em seu traje lembram muito o título da Rocksteady, que sempre fez questão de manter um visual verossímil — sem personagens que arrancam objetos “do nada”.
A trama deve acontecer no segundo ano do herói como combatente do crime e, assim, é compreensível que ele use uma proteção mais pesada do que estamos acostumados a ver. Além disso, com vários gadgets, ele pode obter as pistas mais facilmente — exatamente da forma como vemos nos consoles e PCs.