Review Xiaomi 13 Pro | Topo de linha com desempenho impecável
Por Bruno Bertonzin • Editado por Léo Müller |
O Xiaomi 13 Pro foi anunciado oficialmente na China no final do ano passado e chegou ao mercado global no começo de 2023, tendo como grande destaque o conjunto de câmeras robusto. Com três sensores traseiros de 50 MP assinados pela Leica e dimensão de 1 polegada no componente principal, ele promete imagens bem avançadas.
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Além disso, o celular traz um chip de alto desempenho da Qualcomm com um hardware bem competente para realizar praticamente qualquer atividade do dia-a-dia sem dificuldades.
Mas será que, na prática, ele funciona tão bem quanto a promessa? Eu usei o Xiaomi 13 Pro como meu celular principal nos últimos dias e agora trago a minha opinião sobre ele, assim como seus pontos positivos e negativos para te ajudar a decidir se vale a pena ou não.
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Design e construção
- Dimensões: 162.9 x 74.6 x 8.38 mm
- Peso: 229 gramas
O design do Xiaomi 13 Pro certamente é um dos principais atrativos e o celular chama atenção pela construção premium. Ele tem acabamento em vidro na traseira e as laterais, como já é de se esperar de um topo de linha, são feitas em metal.
Apesar de isso garantir um visual bem premium, há um ponto “negativo” a se destacar. A traseira em vidro acaba absorvendo bastante marcas de dedos e fica com muitas digitais mesmo com poucos toques no aparelho. Além disso, o bump da câmera é bem saltado do corpo do telefone — o que é normal, se considerarmos que o sensor principal tem 1 polegada.
Ainda assim, achei o Xiaomi 13 Pro muito bonito, principalmente pela tela com as bordas laterais curvadas. Eu recebi o aparelho na cor preta e gostei bastante do tom espelhado que ele tem no painel traseiro.
É importante frisar, no entanto, que escolhas de visual à parte, o Xiaomi 13 Pro passa a impressão de ser um celular bem pesado e isso pode incomodar um pouco, ainda mais nos primeiros dias. Por outro lado, a pegada é bem confortável e o acabamento ajuda a manter o celular bem preso na mão, sem deslizar muito.
Por fim, é válido destacar que ele tem certificação IP68 de proteção contra poeira e água — o que já é bastante esperado de um celular topo de linha, mas é válido destacar, já que o modelo base, o Xiaomi 13 Lite, não possui.
Tela
O Xiaomi 13 Pro conta com uma tela LTPO AMOLED com resolução de 1440 x 3200 pixels e taxa de atualização de 120 Hz. O painel é de 6,73 polegadas e a proteção é feita com o vidro Gorilla Glass Victus, que garante bastante resistência contra arranhões.
A qualidade de exibição é muito boa e o nível de cores do display é bem alto, com imagens bem vibrantes e intensas. O brilho também é consideravelmente alto e você poderá usar o celular normalmente mesmo se estiver sob um sol muito forte.
Um ponto positivo extra é o suporte para reprodução de conteúdos em Dolby Vision, que garante uma boa qualidade de imagem ao assistir filmes e séries em plataformas de streaming compatíveis.
Configuração e desempenho
- Chipset: Snapdragon 8 Gen 2
- Memória: 12 GB
- Armazenamento: 256 GB / 512 GB
O desempenho do Xiaomi 13 Pro é bem o que se espera de um celular topo de linha. Com o chipset mais avançado da Qualcomm no momento e nada menos do que 12 GB de RAM, ele executa qualquer tarefa sem dificuldades.
Aqui eu utilizei bastante o celular, tanto para um uso mais cotidiano — como para acessar redes sociais e mensageiros — quanto para jogos. Em Asphalt 9 e CoD Mobile ele teve uma performance bastante satisfatória, com muita fluidez em ambos os títulos, mesmo na configuração máxima de gráficos e taxa de quadros.
Quanto ao teste de desempenho padrão, ele atingiu 1.556.355 pontos no AnTuTu Benchmark. Como comparação, esse número é superior ao Lenovo ThinkPhone, que é equipado com Snapdragon 8+ Gen 1, que chegou a 1.0640.93 pontos, ou até mesmo do Galaxy S23 Ultra, que marcou 1.218.997 e conta com o Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy.
Ele também é consideravelmente bom no gerenciamento da temperatura. Enquanto usei, o aparelho não apresentou nenhum aquecimento, mas é válido destacar que não cheguei a jogar por muitas horas seguidas, então não foi exigido muito do processador neste sentido.
Usabilidade
O Xiaomi 13 Pro conta com a interface da MIUI 14 instalada sob o Android 13, então já executa as últimas versões dos sistemas operacionais disponibilizadas de forma oficial.
A interface tem seus altos e baixos. Para quem está acostumado, o Centro de Controle facilita bastante para ativar ou desativar recursos como o Bluetooth, redes móveis ou Wi-Fi. Por outro lado, a interface altamente customizada pode incomodar quem for pegar um celular da Xiaomi pela primeira vez.
De qualquer forma, o celular tem recursos interessantes embarcados e algo que pode chamar atenção é o sensor infravermelho, que permite usar o celular como controle remoto para TV por meio do app Mi Remote.
Câmeras
O sistema de câmeras do Xiaomi 13 Pro é bem encorpado e tem um trio traseiro de bastante respeito, com um sensor principal de 50,3 MP, auxiliado por um ultrawide e um telefoto, cada um com 50 MP. Já a frontal é de 32 MP, que também está de bom tamanho.
No papel, ele traz um conjunto bem respeitável e que promete muito, mas na prática o resultado pode não ser como o esperado. Não por ser ruim, muito pelo contrário, mas eu esperava um pouco mais das fotos dele — principalmente por se tratar de um flagship com preço próximo do Galaxy S23 Ultra.
Câmera principal e ultrawide
Com boas condições de iluminação, todas as câmeras conseguem tirar fotos muito boas. O nível de detalhe é consideravelmente bom, assim como a textura e o nível de cores da imagem, que fica bem realista. Nesse ponto, é importante destacar que o Xiaomi 13 Pro tem dois modos: o Leica Authentic, que tira fotos mais “comuns” e o Leica Vibrant, que capricha mais na intensidade das cores. Mesmo no Authentic, porém, a qualidade é muito boa.
Eu só achei que há bastante perda de qualidade em locais com pouca iluminação — não necessariamente de noite, mas também em áreas sombreadas, por exemplo. Neste cenário, a qualidade cai um pouco e a faixa dinâmica é bem baixa. Em árvores, por exemplo, as partes sem iluminação solar parecem apenas um borrão preto, em vez de apresentarem tons de verde mais escuros.
Como eu disse, não é nada que deixe a qualidade de imagem ruim ou decepcione no dia-a-dia, mas fica aquém do esperado para um celular dessa categoria.
Modo retrato, macro e super macro
O modo retrato é extremamente competente e, graças ao sensor dedicado de 50 MP, consegue fazer fotografias com ótima qualidade, tanto no nível de detalhes — que mostra com precisão as marcas na pele sem exagerar no pós-processamento — quanto no recorte, que é preciso e dá um desfoque bem agradável ao fundo do cenário.
Já para fotos mais aproximadas, o celular conta com dois modos: o macro e o super macro. Estas foram outras surpresas boas que tive com o Xiaomi 13 Pro. Isso porque ele não tem um sensor dedicado para isso — que muitas vezes entregam uma qualidade bem baixa —, mas usa a câmera ultrawide de alta resolução.
O modo macro “comum” é ativado automaticamente quando aproxima a câmera do seu foco, assim como acontece com os iPhones, Galaxy e alguns Motorola. Já o Super Macro deve ser ativado nas opções extras da câmera. Em ambos os casos, o Xiaomi 13 Pro entrega registros com bastante definição, sem apresentar aquela textura “estranha” que vemos em celulares com câmera macro dedicada, que geralmente é de apenas 2 MP.
Gravação de vídeo
O Xiaomi 13 Pro oferece bastante versatilidade para gravação. Com a câmera traseira, ele pode chegar a 8K, mas neste caso entrega uma taxa de quadros bem baixa, de apenas 24 fps. Mas é possível filmar com resolução mais baixa, de até 4K, com frequência de 60 fps. Já na câmera frontal ele chega “apenas” a 1080p a 30 fps.
Em ambos os casos, o nível de estabilidade e a definição são muito bons, mas a frontal peca um pouco mais no equilíbrio do branco e, às vezes, deixa o céu bem estourado. Veja, abaixo, alguns vídeos feitos com o celular.
Sistema de som
O Xiaomi 13 Pro tem um sistema de som estéreo com duas saídas de áudio: uma na parte inferior e a outra na superior, que divide espaço com o alto-falante usado nas ligações. Além disso, conta com Dolby Atmos para uma melhor equalização.
Na prática, o som é bem alto e potente — sem fugir do padrão para smartphones, é claro. Dá para ouvir tudo com muita clareza, mas a qualidade sonora fica um pouco baixa no volume máximo, principalmente para escutar músicas, algo que é comum em muitos celulares, no entanto.
Bateria
O Xiaomi 13 Pro conta com uma bateria de 4.820 mAh. Na teoria, está um pouco abaixo da média, que é de 5.000 mAh, mas o celular consegue gerenciar bem essa capacidade para entregar uma boa autonomia.
No nosso teste padrão, ele consumiu apenas 24% da carga — resultado que o deixa entre os melhores aparelhos que passaram por nossas análises. Neste cenário, ele teria uma autonomia total estimada em 25 horas.
Também usei o celular bastante no dia-a-dia e isso se mostrou verdade. Com um uso moderado ele chegava tranquilamente a um dia de uso e ainda sobrava muita carga para o dia seguinte.
Quanto ao carregamento, é importante destacar que eu não consegui usar o carregador original do Xiaomi 13 Pro, pois seu formato e a espessura dos pinos do acessório não entraram em nenhuma tomada aqui de casa. De qualquer forma, ele suporta carga rápida de 100 W, característica que promete um carregamento bem rápido.
Concorrentes diretos
Os principais concorrentes do Xiaomi 13 Pro são o Galaxy S23 Ultra e o Motorola Edge 40 Pro. Apesar de o Xiaomi e o Motorola não serem vendidos oficialmente no mercado brasileiro, é importante frisar as semelhanças entre os três modelos.
Para começar, todos são equipados com a mesma plataforma móvel: o Snapdragon 8 Gen 2. No entanto, o modelo da Samsung tem uma versão personalizada especialmente para ele — o que, na teoria, promete uma melhor otimização e, consequentemente, uma melhor fluidez do sistema.
Além disso, eles também trazem a mesma quantidade de memória RAM, que é de 12 GB. Mas as opções de armazenamento são mais generosas no modelo sul-coreano, podendo chegar a 1 TB, enquanto o Edge 40 Pro e o Xiaomi 13 Pro chegam só a 256 GB e 512 GB, respectivamente.
O conjunto de câmeras é mais encorpado e mais eficiente no Galaxy S23 Ultra. Com uma combinação de 200 MP + 10 MP + 10 MP + 12 MP na traseira e uma lente de 12 MP na frontal, o celular da Samsung consegue obter imagens melhores e mais bem definidas do que os adversários.
O consumo de bateria é bem parecido e, no nosso teste padrão, o Galaxy e o Xiaomi tiveram um desempenho bem parecido: apenas 1% de vantagem para o celular Samsung. Infelizmente, ainda não tivemos a oportunidade de testar o Motorola Edge 40 Pro, mas seus 4.600 mAh de bateria também são bem promissores.
Quanto à faixa de preço, temos uma clara vantagem do Galaxy S23 Ultra. O modelo de 512 GB já é encontrado entre 6.500 e R$ 7.000 no mercado nacional — a mesma faixa de preço do Xiaomi 13 Pro, que tem a desvantagem de só ser comprado aqui por meio de importação. Já o Motorola Edge 40 Pro ainda não é encontrado no Brasil, então não tem uma estimativa de preço.
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Xiaomi 13 Pro: um ótimo celular, mas sem espaço entre a concorrência
O Xiaomi 13 Pro é, sem dúvidas, um excelente celular. Ele tem um desempenho excelente e consegue executar praticamente qualquer tarefa disponível para ele sem qualquer dificuldade.
O conjunto de câmeras pode ficar um pouco aquém do esperado, mas ainda entrega bons resultados e os modos macro e retrato são, sem dúvidas, o principal atrativo dos sensores do smartphone chinês.
No entanto, o preço alto pode assustar um pouco e acaba tornando-o uma opção pouco atrativa, principalmente se considerarmos que ele só é encontrado aqui por importação e, basicamente, na mesma faixa de preço do Galaxy S23 Ultra que já é vendido oficialmente no nosso país.
O Xiaomi 13 Pro é um ótimo aparelho, mas infelizmente não tem espaço para ele no nosso país ainda. Talvez, se seu preço cair cerca de R$ 1.000 ou R$ 1.500 nos próximos meses, ele comece a fazer mais sentido, mas, por enquanto, a melhor opção é apostar no concorrente.