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Review Realme C30 | um celular simples demais

Por| Editado por Léo Müller | 19 de Setembro de 2022 às 15h25

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Review Realme C30 | um celular simples demais
Review Realme C30 | um celular simples demais

Em agosto de 2022 a Realme atualizou sua linha de celulares básicos no Brasil e trouxe ao nosso mercado o Realme C30. O dispositivo chegou às lojas com a proposta de atrair o público um pouco menos exigente para os smartphones da marca e tem como um dos destaques o preço baixo e a bateria de longa duração.

Mas será que ele tem espaço em meio a alternativas da Xiaomi, Samsung ou Motorola? Seu custo-benefício é maior que a concorrência ou é mais seguro optar por modelos de empresas já consagradas no país?

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Nesta análise, respondo essas e outras questões e também levanto os principais pontos positivos e negativos deste telefone para te ajudar na hora de comprar seu próximo celular.

Design e construção

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O design do Realme C30 é o que mais chama atenção neste celular. Logo de cara, ele passa a impressão de se tratar de um modelo intermediário, apesar de só ter uma câmera traseira — o que revela que, na verdade, é um celular mais básico.

Sua construção é feita em plástico na traseira com acabamento em metal nas laterais. Em volta, tem apenas duas teclas: o controle de volume e o botão de energia. Todos seus conectores ficam na parte inferior: um micro-USB para carregamento e uma entrada para fones de ouvido com plugue de 3,5 mm.

Ainda em baixo do aparelho, encontramos o microfone e o alto-falante que, sem surpresas, é o único, ou seja, nada de áudio estéreo. A gaveta para SIM Card fica no lado esquerdo, e ela tem espaço para dois chips de operadora e um cartão de memória — o que é bom para você não precisar escolher entre ter duas redes ou apenas uma com cartão SD.

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Ele tem um design ultra fino com linhas retas nas laterais e é bem confortável. Mesmo sem uma capinha, não fica escorregando na mão, mas, caso você seja mais desastrado, é recomendável usar uma, já que ele não tem qualquer nível de proteção em caso de quedas ou acidentes do tipo.

  • Dimensões:164,1 x 75,6 x 8,5 mm
  • Peso: 182 g

Tela

O Realme C30 conta com uma tela IPS LCD de 6,5 polegadas, com taxa de atualização de 60 Hz e resolução de 720 x 1600 pixels. São especificações bem comuns para um celular dessa categoria e, neste aspecto, ele não deixa a desejar nem um pouco em relação a possíveis concorrentes.

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Para a exibição de conteúdos de mídia, como vídeos, filmes ou séries, há um bom equilíbrio de cor e definição aceitável para um modelo com resolução mais baixa. O brilho da tela é o suficiente para ver as coisas com bastante clareza, mas o painel fica um pouco escuro quando visto sob a luz do sol.

Em relação ao visual, ela tem um bom aproveitamento. O recorte é feito em forma de uma gota bem discreta, e isso deixa bastante espaço para agrupar os ícones de notificações e configurações na barra de status.

Configuração e desempenho

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O Realme C30 é um celular bem simples, equipado com a plataforma móvel Unisoc T612, que oferece uma frequência máxima de 1,8 GHz em dois núcleos Cortex-A75 e 1,8 GHz em seis Cortex-A55. Aliado a isso, o telefone tem apenas 2 GB de RAM e 32 GB de armazenamento interno.

Na prática, isso representa um conjunto muito simples que, no dia-a-dia, teria bastante trabalho para a execução até mesmo de tarefas mais simples. A presença do Android 11 “Go Edition”, no entanto, ajuda a melhorar um pouco a performance.

A versão “Go” do sistema operacional do Google é otimizada para funcionar melhor em aparelhos com pouca memória RAM e, no caso do Realme C30, contribui para uma fluidez um pouco melhor. O aparelho aguenta bem na hora de acessar redes sociais e mensageiros, e só apresenta um pouco de lentidão para rolar o feed, o que é normal nesta categoria.

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Ele não é muito indicado para jogos, já que, mesmo que os games sejam bem otimizados para funcionar com pouco hardware, ainda há bastante lentidão e um pouco de perda de quadros, principalmente em títulos mais “pesados”, como CoD: Mobile e League of Legends: Wild Rift.

Já nos nossos testes de desempenho padrão, ele atingiu a marca de 988 pontos na análise Sling Shot Extreme Unlimited do 3D Mark e 1.525 no Sling Shot Unlimited. Como efeito de comparação, essa marca é inferior até mesmo a dispositivos antigos, como o Realme 2 Pro — celular lançado em 2018, quando a marca ainda era uma subsidiária da OPPO.

Usabilidade

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O Realme C30 chega com o sistema um pouco “atrasado”. Mesmo após o lançamento do Android 13, o celular chinês ainda está com o Android 11, com a interface da Realme UI Go Edition.

Apesar disso, o sistema até é bem fluido para a categoria. Os aplicativos pré-instalados chegam com suas versões mais “leves”, como o Google Go e o Assistente Go, e isso deixa a interface um pouco mais leve, apesar de a memória e armazenamento serem baixos.

Outro ponto que gostei na interface da Realme é que o controle de dispositivos de casa inteligente continuam no menu de energia, ou seja, basta pressionar a tecla power para poder acender e apagar luzes ou gerenciar outros aparelhos. Como comparação, outras marcas atribuíram esses comandos ao Centro de Controle — o que nem sempre acaba sendo uma boa ideia, já que envolve alguns passos a mais para acessar as opções.

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Um ponto negativo, no entanto, é que o aparelho não tem sensor de impressões digitais para desbloqueio da tela ou autenticação em apps. Dessa forma, ele disponibiliza apenas a biometria facial. No entanto, eu achei o sistema bem falho e com pouca segurança.

Primeiro porque meu rosto não foi cadastrado com bastante precisão, já que levou cerca de um segundo para completar a leitura. E segundo porque eu pude desbloquear a tela do Realme C30 só apontando uma foto minha tirada em outro celular, então qualquer um poderia ter acesso aos meus dados se roubasse o aparelho.

Câmeras

O conjunto de câmeras do Realme C30 é bem modesto: ele tem apenas uma câmera traseira, com resolução de 8 MP e abertura f/2.0 e uma frontal de 5 MP com abertura f/2.2. Com isso, ele não oferece tanta versatilidade na hora de fotografar, já que não pode obter imagens macro ou ultrawide, por exemplo.

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A imagem, no geral, é bem simples. O celular permite registrar fotos ocasionais com uma qualidade aceitável, então não espere muito em relação à textura ou cores, mas a nitidez é até boa para uma câmera básica como essa.

O modo retrato é o maior destaque. Apesar das configurações de entrada, o recorte é feito com bastante precisão e ainda tem um modo para aumentar ou diminuir o nível de desfoque do fundo. No entanto, essa configuração só é válida para a câmera traseira. Não há modo retrato para selfies.

Por falar em selfies, a câmera frontal também entrega um bom resultado. Apesar da baixa resolução, o equilíbrio de cores é razoável, e o céu não fica com o branco estourado, por exemplo — algo que, às vezes, acontece até com modelos intermediários.

Gravação de vídeo

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A gravação de vídeo do celular deixa um pouco a desejar em alguns aspectos. Primeiro porque a textura, tanto na frontal quanto na traseira, fica bem ruim, principalmente se você estiver gravando em locais com bastante árvores ou plantas.

Na câmera frontal, o branco fica bastante estourado de forma automática, mas melhora quando mexe no foco, dando ênfase ao centro da imagem — ou ao rosto. Ainda assim, após um pouco de movimento, o foco volta ao normal, e o branco volta a estourar. Veja, abaixo, alguns exemplos de vídeos feitos com o celular.

Sistema de som

Como é de se esperar, o Realme C30 tem um sistema de áudio mono, ou seja, ele conta com apenas uma saída de áudio. A qualidade sonora não é das melhores se você quiser ouvir músicas. Ela quebra o galho de forma ocasional, mas se você quiser algo de qualidade, é melhor usar um fone ou uma caixa de som Bluetooth.

De qualquer forma, se for só para assistir filmes ou séries em serviços de streaming, ele dá conta do recado. Não é um som tão encorpado, mas está de bom tamanho para um celular de entrada.

Bateria e carregamento

O Realme C30 conta com uma bateria de 5.000 mAh — algo que está bem na média para celulares de entrada ou intermediários disponíveis no mercado. Com essa capacidade, ele aguenta tranquilamente um dia longe das tomadas, caso você utilize o dispositivo de forma mais moderada.

No nosso teste padrão de durabilidade, ele consumiu 22% de carga em uma sessão de três horas de reprodução de filmes na Netflix com brilho na metade. Com isso, é estimado que ele possa chegar a cerca de 13 horas de duração dentro desses parâmetros.

O carregamento é algo em que ele peca bastante. Isso porque o aparelho chega às lojas com um conector micro-USB — algo que já está bem defasado para celulares de qualquer categoria em 2022. Além disso, com o carregador original, o dispositivo demora cerca de duas horas e meia para encher a carga de 15% a 100%.

Concorrentes diretos

É difícil encontrar um concorrente direto ao Realme C30 que tenha especificações parecidas com o modelo chinês. Isso porque a maioria já tem configurações um pouco mais avançadas do que seus 2 GB + 32 GB de combinação de RAM e armazenamento.

Pela faixa de preço na qual o smartphone é encontrado, no entanto, é possível compará-lo mais com o Galaxy M13. O modelo da Samsung é vendido na mesma faixa de preço — de R$ 1.000 a R$ 1.200 — e conta com uma combinação de 4 GB de RAM com 128 GB de armazenamento interno.

Além disso, seu chip Exynos 850 oferece um desempenho mais avançado, com frequência máxima de 2,0 GHz em seus oito núcleos. O conjunto de câmeras também é mais encorpado, com três câmeras traseiras (50 MP + 5 MP + 2 MP) e uma câmera frontal de 8 MP.

Realme C30: celular simples com preço não tão atrativo

O Realme C30 até que é um bom celular dentro do que se propõe. Mesmo com pouca memória RAM e um chipset mais básico, ele consegue executar bem as tarefas do dia-a-dia, como acessar redes sociais ou mensageiros. Ele peca um pouco com o conjunto de câmeras, mas não é nada preocupante.

Tudo isso é bem executado graças ao sistema operacional com a edição Go, que visa oferecer uma boa performance mesmo com pouca memória.

No entanto, ele se perde entre a concorrência pelo preço menos convidativo. Pela mesma faixa de preço, é possível comprar, por exemplo, um Galaxy M13 — que ainda é um celular de entrada, mas oferece especificações mais atrativas, como a câmera tripla ou o chipset ligeiramente superior.

Dessa forma, acaba não sendo uma boa ideia optar pelo modelo chinês, ao menos que encontre alguma oferta ou promoção que derrube seu preço por pelo menos R$ 400, já que seu preço oficial no mercado brasileiro está muito acima do valor de importação.