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Review Realme 9 | Celular intermediário que dá conta do recado

Por| Editado por Léo Müller | 12 de Julho de 2022 às 12h30

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Review Realme 9 | Celular intermediário que dá conta do recado
Review Realme 9 | Celular intermediário que dá conta do recado
Realme 9 4G

O Realme 9 4G pertence à chamada ‘Number Series” da fabricante chinesa, linha escolhida para o início das atividades no Brasil. O modelo faz parte da terceira geração a ser lançada oficialmente por aqui, e traz mais mudanças que o modelo de oitava geração.

O dispositivo é, de maneira resumida, um celular intermediário de 2022 sem suporte ao 5G. Ou seja, traz processador para rodar o mais importante para o dia a dia, bastante memória e conjunto de câmeras já mais atraente. E foco grande em bateria, tanto no tempo de uso quanto em recarga.

O Canaltech teve a oportunidade de testar o dispositivo, emprestado pela própria empresa. Nesta análise, eu explico tudo sobre o Realme 9, e espero ajudar quem está interessado nele a encontrar uma resposta se o celular vale a pena.

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Melhor preço para o Realme 9

Design e Construção

  • Dimensões: 160,2 x 73,3 x 7,9 mm;
  • Peso: 178 gramas.
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O Realme 9 é um celular em barra, com acabamento em plástico nas laterais e traseira e vidro na parte frontal. Este celular tem design fino, com cerca de 7,9 mm de espessura, e um acabamento em ondas holográficas que dão um efeito bacana de cores em sua tampa traseira.

Na frente, o sensor de selfies fica no canto superior esquerdo, em um pequeno furo na tela. O módulo de câmeras traseira também fica na parte de cima, à esquerda, com duas lentes grandes e uma menor ao lado, acima do flash. A lombada é bem perceptível.

O aparelho tem os lados retos, com conectores P2 e USB-C embaixo, ao lado da saída de som, e botões de volume à esquerda e de energia à direita.

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Os grandes destaques são a traseira com textura ondulada, que dá o efeito de luz e é coberta por uma camada lisa; e a espessura de quase 8 mm. Isso torna o aparelho interessante de se olhar e confortável de segurar.

Para fazer o desbloqueio por impressão digital, o Realme 9 tem um sensor sob a tela. A leitura é relativamente rápida e precisa, apesar de ser um pouco menos veloz que a de um leitor físico. E ele também faz a leitura de batimentos cardíacos, com precisão razoável.

Tela

  • Tamanho: 6,4 polegadas, 98,9 cm² de área, ~84,2% de ocupação;
  • Tecnologia do painel: Super AMOLED;
  • Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2400 pixels), 20:9;
  • Densidade aproximada: 411 pixels por polegada;
  • Extras: 90 Hz.
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O design fino é possível, em parte, pela opção do painel OLED no Realme 9. Além de ocupar menos espaço, este tipo de display também possui brilho mais intenso e contraste mais marcante do que a tecnologia IPS LCD.

O Realme 9 ainda tem resolução Full HD+ e taxa de atualização de 90 Hz. Ou seja, oferece ótima nitidez e fluidez de movimentos — neste último caso, apenas em apps compatíveis.

Eu usei o brilho em 50% para o teste na Netflix e achei até um pouco alto para usar em ambientes internos. Dá para reduzir um pouco e usar com conforto, ou seja, o máximo é alto o bastante para usar na rua, mesmo em dias ensolarados.

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A tela do Realme 9 é tudo o que você espera de um celular intermediário. Tem excelente nitidez, bons níveis de brilho e traz recursos para reduzir emissão de luz azul ou mudar o estilo de cores. Não chega a ser tão bom quanto o display de um topo de linha, mas é ótimo.

Configuração e Desempenho

  • Sistema operacional: Android 12, Realme UI 3.0;
  • Plataforma:Qualcomm Snapdragon 680 4G (6 nm);
  • Processador: Octa-core (4x 2,4 GHz Kryo 265 Gold + 4x 1,9 GHz Kryo 265 Silver);
  • GPU: Adreno 610;
  • RAM e armazenamento: 8/128 GB.

A plataforma Snapdragon 680 utilizada no Realme 9 4G é a mesma do Moto G52, que me decepcionou. Porém, no celular da empresa chinesa, não notei tantos engasgos em tarefas comuns do dia a dia, o que indica otimização melhor do sistema.

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Continua não sendo o melhor processador que um intermediário poderia oferecer atualmente. Mas isso vai ficar restrito aos modelos 5G a partir de agora. Ou seja, se você quer um smartphone com potência para uso mais pesado por mais de um ano, tem que partir para estes mais avançados.

Seja como for, o Realme 9 se beneficia pela quantidade de memória RAM no modelo lançado oficialmente por aqui. São 8 GB, que auxiliam a manter mais apps abertos em segundo plano sem prejudicar o desempenho, além de garantir maior fluidez.

E mesmo assim, houve momentos durante os testes em que o aparelho apresentou leves engasgadas. Senti isso principalmente ao trocar do jogo Subway Surfers para o Telegram, que estava em um chat com GIF animado na tela. A animação ficou um pouco travada.

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Para jogos, também não está entre as melhores opções. Há intermediários mais velozes, especialmente modelos com suporte ao 5G. E dá para encontrar opções com preço similar ao Realme 9 que entreguem maior fluidez em games, especialmente os mais pesados.

Eu testei um pouco de Asplaht 9 e PUBG Mobile, e mesmo reduzindo um pouco a qualidade gráfica, ainda sofri com alguns engasgos. Títulos mais leves, como Subway Surfers ou Candy Crush, o aparelho roda tranquilo.

A pontuação nos benchmarks foi semelhante ao que já vimos no Moto G52. Porém, talvez por ter o dobro de memória RAM, o Realme 9 conseguiu realizar todo o teste Wild Life Extreme, versão Unlimited, apesar de ter demorado mais de 30 minutos para isso.

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O celular da Realme somou 437 pontos com 2,6 fps no Wild Life e 123 pontos com 0,7 fps na versão Extreme. No Geekbench, foram 379 pontos no single-core, 1588 pontos no multicore. O teste de GPU resultou em 438 pontos.

Usabilidade

O Realme 9 vem com o Android 12 instalado sob a Realme UI 3.0. A interface da companhia tem visual bastante semelhante à MIUI, que também imita um pouco o iOS. O menu de configurações é cheio de opções, mas pode ser um pouco confuso no início.

A empresa não compartilha detalhes sobre atualizações, e não tem um histórico muito bom neste quesito. E demora mais que a média para liberar novas versões do Android para seus dispositivos, especialmente os intermediários. Além disso, o aparelho vem cheio de apps instalados.

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Aqui vale compartilhar uma curiosidade. A Netflix é um dos apps mais importantes nos testes aqui do Canaltech, e eu não consegui encontrá-lo na Google Play Store. Por sorte, uma outra loja que já vem instalada, a App Market, tinha o serviço de streaming para instalar.

Câmeras

  • Principal: 108 MP, abertura f/1.8, auto foco;
  • Ultrawide: 8 MP, abertura f/2.2, 120˚;
  • Macro: 2 MP, abertura f/2.4;
  • Selfies: 16 MP, abertura f/2.5;
  • Vídeos: 1080p a 30 fps (máx., principal e frontal).
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Fotógrafos gostam de luz, porque ela é essencial para uma boa imagem. Mas iluminação demais não é bom, e o Realme 9 deixa isso bem evidente. As fotos que eu tirei em um dia ensolarado ficaram ruins, com alguns granulados e áreas estouradas. Diferente de outras, em ambientes internos.

Sim, eu consegui algumas fotos bem legais em quartos com boa iluminação. Você só precisa de luz equilibrada, ou seja, nada de um ponto claro demais e outro muito escuro. E isso é bem comum de acontecer em um parque perto das duas horas da tarde, por exemplo.

Para tirar fotos bacanas com o Realme 9, você só precisa saber o que está fazendo. Não basta apontar o celular e tocar no obturador, é preciso pensar na composição e na incidência da luz sobre os objetos enquadrados.

E isso pode ser ruim para muita gente. Quem só quer apontar o celular e fotografar torcendo pra ficar uma foto decente, vai se decepcionar.

A ultrawide segue mais ou menos a mesma toada: granulados mesmo em ambientes muito iluminados, com equilíbrio melhor em locais com luz equilibrada. Em ambientes escuros, a nitidez fica interessante, apesar de alguns poucos ruídos.

Eu tive dificuldade de conseguir boas fotos com a macro, que aparece no menu como ultramacro. Ele fala em distância de 4 cm, mas o foco não me pareceu certo mesmo quando medi com uma régua.

A Realme ainda oferece um modo que chama de urbano, que nada mais é do que uma opção que facilita o zoom na hora de fotografar. O resultado fica igual ao modo automático.

Selfies e gravação de vídeo

Como era de se esperar, a câmera frontal não é melhor que a principal. A faixa dinâmica fica ainda pior, e dependendo da iluminação, uma parte do seu rosto pode ficar estourada. Ao menos o nível de textura é satisfatório, e quando você usa a luz de maneira inteligente, a foto fica boa.

O modo retrato, por outro lado, é um desastre. O software recortou o canto dos meus óculos mais de uma vez no resultado final.

Sistema de Som

Nada de som estéreo aqui. O Realme 9 segue o sistema de som mono da maioria de seus concorrentes. Ao menos o alto-falante tem boa qualidade, com foco nos médios. O volume tem boa potência e não sofre muita distorção em volumes mais altos.

Você ainda pode usar um fone de ouvido conectado por cabo, pelo conector P2, ou um Bluetooth.

Bateria e Carregamento

  • Capacidade de carga: 5.000 mAh;
  • Recarga: até 33 W com fio.

A fabricante fala em bateria para mais de um dia de uso com os 5.000 mAh de carga do Realme 9. De fato, o aparelho está mais ou menos em linha com outros intermediários atuais, e aguenta o primeiro dia tranquilamente.

Para provar isso, eu fiz um teste de reprodução de vídeos na Netflix e outro que simula um dia inteiro em redes sociais, jogos e vídeos. No primeiro, o dispositivo conseguiu uma estimativa de quase 21,5 horas de uso direto, com a tela em 50% do brilho.

O outro teste é feito com o visor em brilho automático, ou seja, o celular escolhe a intensidade que achar melhor para ambientes internos. São cerca de 30 minutos de uso em apps como YouTube, Netflix, Instagram, TikTok e Twitter. Além de jogos e navegação na internet.

E com 6 horas fora da tomada, das quais quase 4 horas são de tela ativa, o Realme 9 conseguiu ficar com 78% de carga restante. Uma média de 3,66 pontos percentuais de consumo a cada hora, e mais ou menos 60% de tempo com o display aceso.

É um uso mais exigente do que a maioria dos usuários. Considerando que a gente dorme cerca de 8 horas por dia e não fica no smartphone tanto tempo assim quando estamos acordados, dá para acreditar que o aparelho entrega quase dois dias longe da tomada.

Já o carregador de 33 W tem a promessa de preencher 50% da carga em pouco mais de 30 minutos. Pelo que eu testei, é um tempo plausível, mas apenas para a primeira metade dos 5.000 mAh. A segunda metade carrega um pouco mais devagar, e o tempo total fica um pouco acima de 1 hora.

Concorrentes Diretos

Praticamente qualquer modelo intermediário 4G pode ser considerado um concorrente direto do Realme 9. Mas os principais são outros com o Snapdragon 680 ou equivalente. E aí cito Moto G52, Galaxy A23 e Redmi Note 11 de Motorola, Samsung, e Xiaomi, respectivamente.

Todos eles possuem a mesma plataforma da Qualcomm, com algumas diferenças no desempenho do dia a dia. Isso se deve à otimização de cada companhia com o Android 12, e aí você tem o Moto G52 em desvantagem, pois é o que apresenta mais engasgos em tarefas comuns.

Pensando em câmeras, a vantagem fica para o Galaxy A23, mas o Realme 9 tem faixa dinâmica um pouco superior ao Redmi Note 11. E a qualidade é superior à do Moto G52.

Já em bateria, a disputa é equilibrada com pelo menos um dia de uso tranquilo em qualquer modelo. Por fim, a tela é praticamente igual, com painel OLED, em todos, exceto o Galaxy A23, que tem display PLS LCD.

Realme 9: vale a pena?

O Realme 9 é um concorrente de aparelhos que foram lançados a preço mais baixo aqui no Brasil. Motorola e Samsung conseguem valores mais interessantes para o público nacional, e lançaram Moto G52 e Galaxy A23 por menos de R$ 2.000.

Este é um valor bem mais em conta do que os R$ 3.000 de lançamento do Realme 9. Além disso, os concorrentes aparecem a valores ainda mais baixos no varejo nacional, uma competição ainda difícil para a empresa chinesa que iniciou operações no país há cerca de um ano.

Mas o objeto desta análise se mostrou mais competente em desempenho que o Moto G52, além de tirar fotos melhores. E tem tela Super AMOLED, contra uma PLS LCD do concorrente da Samsung. A questão é: vale pagar quase dois celulares por essas vantagens?

Não preciso responder, até porque isso vai de cada um. O Realme 9 pode ser uma opção interessante para importar, já que está bem mais barato em sites chineses. Para quem não quer esperar, dá para encontrá-lo na faixa de R$ 1.800 com importadores em marketplaces.