CEO da Microsoft diz que Google tem vantagens estruturais no mercado
Por Guilherme Haas | Editado por Douglas Ciriaco | 23 de Outubro de 2023 às 17h50
O CEO da Microsoft, Satya Nadella, reforçou seus comentários sobre a forte participação do Google no mercado de tecnologia e como ele analisa o julgamento da Alphabet no caso de monopólio e abuso de posição dominante movido pelo de Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
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Durante seu depoimento no processo, Nadella afirmou que é muito difícil competir com o Google, pois a empresa controla a internet e tem “vantagens estruturais” no mercado. Segundo o executivo, a Big Tech chefiada por Sundar Pichai tem 97% do segmento de busca, com grande benefício de acordos com fabricantes para trazer o seu mecanismo de busca como padrão.
No julgamento, Nadella confirmou que a Microsoft faria qualquer coisa para fechar um acordo com a Apple e colocar o Bing como a busca padrão no lugar do Google em seus aparelhos. A companhia estaria disposta a perder até US$ 15 bilhões por ano e a ocultar a marca Bing para ter acesso a mais dados de pesquisa de usuários.
Para o CEO, ter o mecanismo de busca padrão em celulares e computadores é vital para os negócios, e a ideia de que as pessoas podem alterar essa configuração é “falsa”, pois as plataformas dificultam esse acesso.
Nadella explicou a decisão da Microsoft em continuar no mercado de busca com o Bing apesar das dificuldades como uma forma de “tornar a pesquisa mais competitiva” e oferecer um “serviço público”.
Elogios ao concorrente
Entre os comentários mais sinceros sobre o concorrente, Satya Nadella também elogiou os serviços e soluções do Google.
Em uma entrevista ao Insider, o executivo falou que o Bard “já é um produto bastante competitivo” e reconheceu a força da companhia em diferentes frentes. Além da busca, lembrou ele, o Google controle o Android e o Chrome.
“Sempre digo que o Google ganha mais dinheiro com o Windows do que toda a Microsoft. Isso nos mantém com os pés no chão”, afirmou o CEO.
Nadella comentou também sobre a chegada dos chatbots de IA generativa e como isso pode impactar a forma de fazer busca na internet. Para ele, a mudança de comportamento dos usuários será lenta, mas “o Google terá que repensar o seu modelo de negócio a longo prazo”.