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EUA x Google: entenda a disputa que pode afetar o futuro da web

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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Alex Dudar/Unsplash
Alex Dudar/Unsplash
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O Google enfrenta o banco dos réus em um processo do Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos que acusa a gigante do setor de tecnologia de monopólio e abuso de posição dominante no que se refere aos serviços de busca na internet.

O julgamento tem previsão de durar 10 semanas e convocou figuras do alto escalão da companhia e de suas concorrentes — incluindo o CEO do Google, Sundar Pichai, e o vice-presidente de serviços da Apple, Eddy Cue.

A acusação contra o Google

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O Departamento de Justiça dos EUA acusa o Google de conquistar e manter a posição dominante no mercado através de práticas anticompetitivas, o que incluiu o pagamento para que fabricantes de aparelhos e navegadores utilizassem o seu mecanismo de busca como padrão.

Segundo a acusação, a empresa pagou bilhões de dólares para a Apple para exibir a sua barra de busca no Safari, e acordos similares foram feitos com a Mozilla e a empresa de telecomunicações AT&T.

E se o Google for derrotado?

O processo visa tornar ilegal isso que é considerado pele DoJ um abuso de poder e determinar medidas para restaurar as condições de livre concorrência no setor de internet. Não estão definidas quais seriam essas medidas caso o Google saia derrotado, mas é provável que elas romperiam com os acordos e modelos de negócio vigentes da companhia.

O julgamento pode abrir ainda uma nova era de vigilância antitruste por parte do Departamento de Justiça e da Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês, órgão semelhante ao Cade no Brasil) contra as Big Techs.

Além disso, uma possível derrota da empresa de Mountain View pode interferir diretamente no mercado de buscadores, ao menos criando mais frentes para que rivais como Bing sejam apresentados aos usuários como uma alternativa.

Por outro lado, também existe a possibilidade de um impacto nas empresas que hoje têm contratos com o Google para usar o buscador da empresa como padrão — imagine que a proibição desse tipo de contrato pode causar alguma perda financeira para ambos os lados do negócio.

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A defesa do Google

Em uma publicação no blog da companhia, o presidente de Assuntos Globais da Alphabet e do Google, Kent Walker, respondeu às acusações afirmando que “as pessoas não usam o Google porque são obrigadas, mas porque elas querem”.

De acordo com o executivo, a empresa vai “demonstrar em julgamento que os contratos de distribuição do mecanismo de busca refletem as escolhas das fabricantes de dispositivos e navegadores com base na qualidade do serviço e nas preferências dos consumidores”.

Walker conta que o Google reúne uma grande equipe de engenheiros de software que trabalha para oferecer o melhor buscador da internet e afirma que a concorrência ajudou a melhorar o desempenho e a qualidade dos navegadores.

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No blog, o executivo exemplifica ainda como é possível mudar o mecanismo padrão de busca em celulares Android e iOS, mas que o buscador do Google é a preferência dos usuários. Ele cita como exemplo o ano de 2014, “quando a Mozilla tornou o Yahoo! o mecanismo de pesquisa padrão, muitas pessoas mudaram de volta para o Google”.

Para Walker, o sucesso da companhia e sua posição dominante no mercado não são resultados de práticas abusivas, mas sim “da inovação e da oferta de produtos úteis que as pessoas desejam usar”.

O julgamento do caso EUA x Google começou na última terça-feira (12), em Washington, capital dos Estados Unidos.