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Apple defende Google em processo contra monopólio nas buscas

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 27 de Setembro de 2023 às 12h09

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Solen Feyissa/Unsplash
Solen Feyissa/Unsplash
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A Apple defendeu sua decisão de manter o Google como o buscador padrão em dispositivos como iPhones, iPads e Macs afirmando que, à época em que a decisão foi tomada, não havia outra alternativa viável no mercado. A fala foi registrada em depoimento do vice-presidente sênior de serviços da Maçã, Eddy Cue, ao Departamento de Justiça do governo dos EUA como parte de um processo contra monopólio.

A fala de Cue acompanha a posição do próprio Google durante a ação — a empresa afirma que sua ferramenta domina o mercado por ser a melhor opção disponível. Enquanto isso, legisladores investigam possíveis práticas predatórias da companhia, principalmente em relação à configuração automática do buscador como padrão em celulares de grandes marcas, como a Samsung e a própria Apple.

Outro método de estabelecer domínio seria o pagamento. A própria Apple, por exemplo, tem um contrato vigente em que receberia bilhões de dólares anuais para que o Google seja o buscador padrão em seus dispositivos. O montante, claro, foi considerado importante por Cue, mas ainda assim ele reforçou sua posição de que o buscador da gigante é o melhor do mercado atual como a principal justificativa para o acordo.

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Isso valeria, inclusive, diante de questões de privacidade. Quando questionado, o executivo da Apple disse que as proteções aos usuários presentes nos dispositivos da Maçã ficam acima da coleta de dados promovida pelo Google, enquanto as duas empresas têm acordos focados nesse aspecto. Entre as medidas, estariam permissões para a realização de buscas sem que o utilizador precise fazer login e o respeito às políticas e mecanismos contra rastreamento disponíveis nos dispositivos da marca.

O que é visto como uma contradição de postura, entretanto, foi o ponto principal nos questionamentos feitos a Cue pelo governo dos EUA. Enquanto números relacionados a pagamentos e acordos foram mantidos em sigilo, a ideia do Departamento de Justiça é de que a Apple seria, ao mesmo tempo, um agente de possíveis ações predatórias praticadas pelo Google. Na visão das autoridades, ela também seria beneficiada por tais práticas em uma relação simbiótica que acaba atingindo negativamente outros players do setor.

Inovações na busca e setup rápido

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Um desses pontos positivos estaria relacionado à configuração inicial dos aparelhos. Enquanto o iPhone coloca os controles de privacidade diante dos usuários logo no começo, o mesmo não vale para a escolha de mecanismo de busca. Para Cue, essa opção traria complexidade extra, principalmente para quem não entende de tecnologia, e iria contra a ideia da Apple de que seus aparelhos já vêm prontos para o uso assim que são ligados pela primeira vez — quem quiser fazer isso, porém, não encontra dificuldades.

Por outro lado, o executivo citou inovações como o uso da barra de endereços do Safari para dar acesso direto ao mecanismo de pesquisas, algo que hoje é o padrão do mercado de browsers. Seria, segundo ele, um exemplo de que o Google não forçou a mão da Apple como o processo afirma, já que a interação trouxe benefício mútuo, aumentando o volume de buscas e solidificando a ideia de simplicidade por trás do Mac, por exemplo.

Processo sobre monopólio só deve ser decidido no ano que vem

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Enquanto a Apple parece estar do lado do Google, o governo dos EUA também investiga irregularidades relacionadas à presença de demais companhias do mercado. A ideia geral é que a Microsoft seria a mais afetada negativamente pelas práticas consideradas anticompetitivas, que teriam se intensificado desde a chegada das inteligências artificiais generativas.

A Samsung também estaria do lado negativo, principalmente após as revelações de que teria sido ameaçada de processos e multas pelo Google devido a uma suposta decisão de facilitar a alteração do mecanismo de busca padrão dos celulares Galaxy. A marca sul-coreana teria desistido da mudança após ser acusada de quebra de contrato pela gigante.

O processo que investiga as supostas práticas monopolistas do Google é o maior desde o início dos anos 2000, quando a Microsoft enfrentou escrutínio semelhante das autoridades estadunidenses. As primeiras decisões, porém, só devem sair no ano que vem. Caso seja considerada culpada, a empresa de Mountain View ficaria sujeita a multas e obrigações de alterar suas práticas corporativas de acordo com o que for decidido pela justiça.

Fonte: The Verge