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O que é poluição radioativa?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Março de 2022 às 10h00

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diegograndi/Envato
diegograndi/Envato

Você sabe o que é poluição radioativa? A poluição radioativa pode ser entendida como um aumento nos níveis de radiação natural, geralmente em função de atividades humanas que liberam materiais radioativos no ambiente. Pensando nisso, pessoas com contato com esse material podem ficar contaminadas externamente, transmitindo-o para outras pessoas e superfícies através da poeira radioativa por meio de roupas e sapatos, por exemplo.

O nome “poluição” é dado quando materiais e/ou compostos nocivos são introduzidos em algum ambiente, danificando a qualidade do ar, da água e do solo. Nestes casos, os compostos responsáveis pela poluição são chamados “poluentes” e podem tanto ter origem na ação humana (no descarte inadequado de lixo ou de resíduos industriais, por exemplo) quanto em fenômenos naturais, como ocorre com as cinzas expelidas por vulcões durante erupções.

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Já a poluição radioativa está relacionada a eventos que fazem com que materiais radioativos sejam liberados no ambiente, expondo pessoas e objetos à radiação — e também o solo, a água e até superfícies. Se o material radioativo tiver contato com a pele, cabelo ou roupas de uma pessoa, ou acabar no interior do corpo dela, ela pode ter sido contaminada, e é capaz de contaminar outros ambientes e pessoas com a poeira.

Entenda o que é poluição radioativa

De forma resumida, podemos dizer que o nome “radiação” é dado à energia emitida por partículas ou ondas eletromagnéticas. Portanto, a luz visível, as ondas de rádio, os raios de luz infravermelha e até mesmo os raios X utilizados em procedimentos médicos são todos tipos de radiação. As principais diferenças entre eles está nas propriedades físicas que possuem, como a energia de cada um, a frequência e o comprimento de onda.

Já os elementos — ou materiais radioativos — são aqueles capazes de emitir radiação em onda ou partículas. O risco de a radiação deixar uma pessoa doente depende da quantidade absorvida pelo corpo: se alguém for exposto a 200 rems, por exemplo, esta pessoa pode, sim, desenvolver doenças relacionadas à radiação. Anualmente, ficamos expostos a aproximadamente 0,24 rem, vindos da radiação de fundo natural do ambiente.

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Assim, a poluição radioativa ocorre quando os níveis de algum tipo de radiação aumentam em função das atividades humanas, que podem ir desde a manipulação de materiais radioativos (como o armazenamento de resíduos) até acidentes nucleares. Dependendo da frequência com que ocorre, a poluição radioativa pode ser contínua, ocasional ou acidental.

Existem dois grandes grupos de radiação: as não ionizantes e as ionizantes. As primeiras são radiações de baixa frequência e energia e, normalmente, estão relacionadas à geração de luz ou de calor. Elas aparecem em nosso cotidiano através das ondas de rádio e até pela radiação emitida por telefones celulares, entre outros. Já a radiação ionizante se propaga em ondas eletromagnéticas de maior energia e frequência e, ao atravessar matéria, a torna eletricamente carregada (ou ionizada), afetando processos biológicos dos tecidos de seres vivos.

Quais os impactos da poluição radioativa?

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Em 1945, os Estados Unidos detonaram bombas nucleares sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Mesmo com a devastação causada pelas bombas, os níveis de radiação nestes locais hoje são tão baixos quanto em qualquer outro lugar do planeta, e as duas cidades são habitadas normalmente.

Já a usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, foi palco de um dos piores acidentes nucleares da história: em 1986, um dos reatores da usina explodiu e liberou uma nuvem radioativa na atmosfera.

Após o desastre, a usina ficou cercada por uma zona de exclusão com quilômetros de extensão. Hoje, passados mais de 30 anos desde o acidente, os arredores do local do desastre ainda são considerados um dos lugares mais contaminados por radiação em todo o mundo. Por isso, a movimentação de veículos pesados por lá pode agitar o solo e levantar poeira radioativa no ar, causando picos nos níveis de radioatividade da região — como ocorreu durante a invasão russa na usina de Chernobyl.

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Os resíduos radioativos podem aumentar o risco de câncer e outras doenças, mas especialistas acreditam que, se o aumento tiver durado apenas algumas horas, não há grandes motivos para preocupações, já que a poeira radioativa irá baixar eventualmente e não deverá causar outros grandes inconvenientes. Mesmo assim, isso não significa que a poluição radioativa do solo não mereça atenção: caso ocorra algum incêndio, por exemplo, esses materiais podem ser liberados no ar e espalhados por todo o planeta, colocando outras regiões em risco.

Em paralelo, temos também a usina nuclear de Fukushima, duramente afetada durante o terremoto que atingiu o Japão em 2011. Na época, o desastre acabou liberando poluição radioativa de isótopos variados, como o iodo-131, césio-134, césio-137 e xenônio-133 — destes, o césio-137 é um dos mais preocupantes pela contaminação de longo prazo que pode causar, permanecendo no ambiente por várias décadas.

As estimativas divulgadas inicialmente pelo governo japonês não consideraram as grandes quantidades de radioatividade que viajaram à América do Norte e Europa, e alguns dos equipamentos usados para o monitoramento estavam contaminados demais para fornecer dados confiáveis. Pesquisas independentes mostraram que mais xenônio-133 foi liberado do que aconteceu em Chernobyl, e havia cerca de duas vezes mais césio-137 do que o governo havia levado em conta.

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Depois do terremoto, mais de mil sacos preenchidos por solo radioativo foram removidos de Fukushima — isso sem contar os fragmentos de galhos de árvore, grama e outros materiais contaminados próximos de casas, escolas e prédios públicos, também removidos em uma tentativa de reduzir a poluição radioativa a níveis que permitissem o retorno dos habitantes da cidade. Até 2019, a prefeitura de Fukushima ainda não havia decidido um local para destinar os resíduos radioativos.

Fonte: CDC, Environmental Pollution Centers, The Conversation, National Geographic (1, 2), Live Science