Chernobyl sob domínio da Rússia representa ameaça grave à saúde
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Na última semana, a usina nuclear de Chernobyl, localizada no norte da Ucrânia, chegou a ser tomada por forças da Rússia. O ataque à usina ocorre durante a a maior invasão já realizada em um país da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Mas considerando que o local foi palco do maior desastre nuclear da história, a situação representa grave ameaça à saúde.
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O que acontece é que a Ucrânia abriga o Reator nº 4 de Chernobyl, que sofreu o famoso desastre de 1986. O ambiente por quilômetros ao redor do local de Chernobyl ainda está altamente contaminado pelos lançamentos do colapso, e o preocupante é que desde que as tropas russas assumiram o controle, há relatos de aumento da radiação. Isso porque a atividade militar eleva a poeira radioativa, e os veículos militares pesados agitam o solo contaminado.
Esses resíduos nucleares radioativos aumentam o risco de câncer e outras doenças, afetando principalmente bebês e crianças pequenas, que são mais vulneráveis. A tomada de Chernobyl por forças militares hostis desloca a cadeia de comando no gerenciamento de reatores para longe dos cientistas, o que é um perigo: a presença desses especialistas é essencial para manter tudo sob controle.
A tomada de Chernobyl não foi por acaso — já que representa a rota mais curta da Rússia para a capital da Ucrânia, Kiev — e também não foi pacífica, com direito a conflitos e até reféns. Mas o que parece não ter sido colocado em pauta é que uma troca de tiros em Chernobyl poderia ter consequências devastadoras. Se o Reator No. 4 for perfurado, pode liberar quantidades significativas de radiação.
Por enquanto, a declaração da Agência Internacional de Energia Atômica é que a radioatividade detectada ainda é baixa e não representa perigo para o público. De qualquer forma, os combates intensos nas proximidades carregam o perigo de um iminente ataque acidental no abrigo de concreto que contém a radiação que ainda está vazando do núcleo do reator.
E não são apenas os seres humanos que correm perigo. Segundo um estudo conduzido pela National Academy of Sciences of Belarus, os descendentes dos animais que experimentaram uma alta radiação no passado continuam a mostrar muitas anormalidades cromossômicas.
Fonte: National Academy of Sciences of Belarus, The Conversation, Counter Punch