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Chernobyl | O que é, onde fica, o que aconteceu e como está hoje

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Fevereiro de 2022 às 18h40

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Efrem Lukatsky/Reuters
Efrem Lukatsky/Reuters

Em 26 de abril de 1986, ocorreu o Acidente Nuclear de Chernobyl, que ficou marcado como o pior da história. Naquele dia, um dos reatores da antiga usina nuclear de Chernobyl explodiu após alguns testes que violavam os protocolos de segurança. Houve uma sequência de explosões, que deixaram exposto o material nuclear do componente. Mas, afinal, o que é Chernobyl? E onde fica Chernobyl?

A explosão do reator foi tão grande que liberou uma nuvem de gases 200 vezes mais radioativa que aquela formada nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, atingidas por bombas atômicas em 1945. Na ocasião, o governo da então União Soviética tentou esconder o acidente da comunidade internacional, sem sucesso: os níveis anormais de radiação detectados nos países vizinhos denunciavam que algo grave havia acontecido.

O Comitê Científico das Nações Unidas para os Efeitos da Radiação Atômica acredita que mais de 6.000 crianças e adolescentes desenvolveram câncer de tireoide após serem expostos à radiação do incidente. Apesar de esta constatação ser discutida por alguns especialistas, é certo que as consequências do acidente, incluindo impactos nas gerações subsequentes de quem o viveu, são significativas, principalmente para aqueles que as sofreram.

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Onde fica Chernobyl?

A Usina Nuclear de Chernobyl fica a cerca de 130 km a norte de Kiev, na Ucrânia, e a aproximadamente 20 km da fronteira sul com a Bielorrússia. Os reatores 1 e 2 da usina foram construídos entre 1970 e 1977, enquanto os 3 e 4 foram criados em 1983, seguindo o mesmo projeto dos anteriores.

E o que significa Chernobyl? O nome vem da antiga cidade próxima da usina, localizada a cerca de 15 km do complexo, e que abrigou uma população de 12.500 pessoas.

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A cerca de 3 km da usina, foi construída a cidade de Pripyat para abrigar os funcionários do complexo. Durante anos, Pripyat abrigou cerca de 50 mil habitantes. Os reatores da usina eram resfriados por um lago artificial de aproximadamente 22 quilômetros quadrados, construído próximo do rio Pripyat.

O que aconteceu em Chernobyl?

Falhas humanas somadas a erros de projeto são algumas das principais causas por trás do acidente nuclear de Chernobyl. Em 26 de abril de 1986, os operadores da usina decidiram aproveitar uma manutenção de rotina para verificar se o reator nº 4 poderia se manter resfriado mesmo se a usina ficasse sem energia. Durante o teste, eles desligaram os geradores de emergência e reduziram a potência do reator, violando protocolos de segurança.

Não demorou muito para o componente começar a mostrar atividade instável e níveis de energia anormais. Mesmo com tentativas de desativá-lo totalmente, um pico de energia causou reações em cadeia no interior do reator, seguidos de explosões que o destruíram e expuseram o material nuclear que havia ali. As explosões mataram dois funcionários que trabalhavam no local, e expeliram material radioativo pela atmosfera.

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Grandes esforços foram empregados para tentar controlar o incêndio que se espalhava cada vez mais — até mesmo helicópteros foram usados para despejar areia e outros materiais, como uma tentativa de conter o fogo e a contaminação radioativa. Mesmo com a morte de dois funcionários, a hospitalização de bombeiros e outros profissionais envolvidos, naquele momento não houve evacuação de ninguém nas áreas próximas do desastre de Chernobyl.

Foram necessárias 36 horas até Pripyat, a cidade mais próxima da usina, ser evacuada. Na época, trazer a público um acidente nuclear tão devastador era considerado um grande risco político para o bloco, mas já era tarde: o derretimento do reator espalhou radiação para longe. Oficiais suecos notaram altos níveis radioativos, e começaram a questionar o que havia acontecido na União Soviética. Após negar o acidente em um primeiro momento, a URSS o comunicou ao mundo em um breve anúncio, realizado no dia 28 de abril.

Como está Chernobyl hoje?

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Já se passaram mais de 30 anos desde o acidente nuclear de Chernobyl e, mesmo assim, a cidade continua deserta. Cerca de 36 horas após os eventos, a região foi evacuada, e seus arredores foram cercados no que chamamos de “zona de exclusão de Chernobyl”, uma área com quase 3 mil quilômetros quadrados que isola a usina. Após a evacuação, grande parte dos moradores abandonaram suas casas; hoje, 300 pessoas retornaram e vivem por lá.

Dentro da zona de radiação, os níveis de radiação são considerados abaixo do que seria perigoso para seres humanos; obviamente, quanto mais perto da usina, maior a radiação. Mesmo assim, há quem realize passeios turísticos pela região abandonada, vestindo trajes específicos e permanecendo por lá durante breves períodos.

Poucos animais sobreviveram às altas quantidades de radiação, mas há plantas e animais vivos na Zona de Exclusão. Ursos marrons, bisões, lobos, cavalos e várias outras espécies vivem por lá sem apresentar tantos efeitos da radiação. E as plantas parecem ser ainda mais resilientes: todas sobreviveram ao acidente e apenas três anos foram necessários para a vegetação das áreas mais radioativas da zona de exclusão ser recuperada.

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O reator quatro da usina, por sua vez, foi encerrado no interior de uma grande estrutura de concreto. Este grande “sarcófago” foi instalado ali em 1986, como uma forma de deter a liberação da radiação na atmosfera. Contudo, passado tanto tempo, o sarcófago está bastante deteriorado, e há planos para substituí-lo com o apoio de um consórcio internacional.

Fonte: National Geographic, World Nuclear Association