Bing pode ter anúncios inovadores gerados por IA

A Microsoft pode ter começado a conversar com agências de publicidade para alinhar estratégias de criação de anúncios para o "novo Bing". O propósito seria exibir propagandas com links patrocinados nas respostas dadas pela IA de conversa natural e na modelagem tradicional por palavras-chave.

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Segundo a agência Reuters, um executivo da Microsoft teria feito uma demonstração para uma grande agência sobre o produto. Enquanto tiram suas dúvidas ou pedem para o chatbot realizar alguma ação, o usuário seria submetido a um conjunto de anúncios na tela, em um modelo similar ao já adotado pela versão antiga do mecanismo de busca.

O Bing começou a se destacar desde que a Microsoft decidiu implementar a tecnologia do ChatGPT no buscador. O problema é que até agora não existe uma forma direta de se lucrar com isso, mesmo porque a ferramenta ainda está em fase de testes.

É provável que todo esse burburinho gere ainda mais pessoas para testar o Bing renovado. Na pior das hipóteses, que seria não implementar nenhuma propaganda no Bing com IA, ainda seria possível tirar algum dinheiro dos anúncios voltados para sites, graças ao aumento no total de usuários do buscador.

Como seriam os novos anúncios Bing?

Como a reunião foi a portas fechadas, a Reuters não mostrou o projeto em si pensado para o "BingGPT". O que se especula seria a exibição na página inicial e na interface de conversas, porém sem atrapalhar a interação do usuário com o robô. As propagandas ficariam na parte superior ou inferior da janela de chat, sem impactar tanto no andamento do bate-papo.

Outra proposta seria acabar com o modelo de busca por palavras-chave para implementar a indicação via chatbot do Bing. Em vez de dar respostas isentas, a IA passaria a reforçar marcas, produtos ou serviços que pagarem pelo destaque.

Isso permitiria, por exemplo, que o Bing exibisse o nome de um hotel quando o usuário pesquisar por "hospedagens em São Paulo". Seria uma maneira menos invasiva de adicionar uma propaganda sem deixar o design poluído, além de dar um caráter mais "isento" para os anúncios.

Bing com anúncios focados na IA

Possivelmente, os mandachuvas da Gigante de Redmond já estão pensando em como vão tirar proveito do serviço. Um dos problemas seria que os chatbots ficam no topo da tela, o que joga anúncios para o fim da página. Isso reduz a efetividade da exibição e poderia levar a uma fuga de investimentos no curto prazo.

O Bing tenta há anos rivalizar com o Google nas buscas, mas nunca conseguiu fazê-lo pela falta de inovação. Agora, parece ser o movimento ideal para tentar virar esse jogo, principalmente porque a solução rival Bard não superou as expectativas.

A Alphabet, dona do Google, perdeu cerca de US$ 100 bilhões (mais de R$ 515 bilhões, em conversão direta) com a queda nas ações após o Bard errar uma resposta sobre astronomia logo na apresentação. Isso fez com que os próprios funcionários da empresa criassem memes para caçoar do lançamento, considerado por eles como "apressado".

A Microsoft ainda deve expandir os testes do "novo Bing" para outros navegadores além do Edge, com o propósito de liberar o acesso para as milhões de pessoas na lista de espera. Resta saber se a empresa fará isto antes ou depois da modelagem de anúncios, que poderia começar a render mais dinheiro para os cofres da Microsoft.

Fonte: Reuters