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Neuralink | O que é e como funciona o projeto que conecta um chip ao cérebro

Por| 26 de Agosto de 2020 às 15h45

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Neuralink
Neuralink
Elon Musk

Em julho de 2019, Elon Musk, CEO da SpaceX e da Tesla, apresentou definitivamente como estava o andamento de um de seus projetos mais recentes: a Neuralink. Como nenhuma das ambições do bilionário são medianas, o objetivo do plano é conectar o cérebro dos seres humanos com as máquinas, estreitando a comunicação com robôs em um conceito futurístico. Basicamente, resumindo-se ao implante de um chip ao cérebro humano.

Mais de um ano depois desse anúncio da conexão do cérebro com a máquina, surpreendendo quem acreditava que isso ainda estava em um futuro muito distante, Musk revelou que faria um evento importante da Neuralink no dia 28 de agosto às 19h (horário de Brasília), sem fornecer muitos detalhes. Mas, ao que tudo indica, a apresentação vai contar com nada menos do que uma demonstração do chip implantado no cérebro e tudo o que ele é capaz de fazer.

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O que é a Neuralink?

Elon Musk fundou a Neuralink ainda em 2016, na Califórnia, como uma empresa de pesquisa médica, criando chips que podem ajudar pacientes em tratamentos. Em setembro do mesmo ano, os interesses iam além e as coisas ficaram um pouco mais claras, com o executivo explicando o seu desejo de criar uma forma de integrar a inteligência humana com a artificial, literalmente conectando o cérebro ao computador.

Segundo suas próprias palavras, essa simbiose da máquina com o humano ajudaria a democratizar a inteligência artificial, sem se preocupar com alguma "IA ditadora maligna", porque seríamos a IA de forma coletiva. Basicamente, o maior medo de Musk é que a inteligência artificial se torne tão grande a ponto de ofuscar a humana. Em entrevista realizada em novembro do ano passado, Musk afirmou que é importante que a Neuralink resolva esse problema o quanto antes.

A preocupação do bilionário é tão grande que ele chegou a criar a empresa OpenAI, organização de pesquisa em inteligência artificial para diferentes propósitos. Porém, somente algo como a Neuralink poderia o ajudar a resolver esse problema. Então, no ano passado, Musk contou ao mundo que estava criando um minúsculo microchip que, na teoria, poderia ser implantado na cabeça de uma pessoa, vinculando eletrodos ao cérebro.

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O que é esse chip e como ele funciona?

Ainda no ano passado, Musk e sua equipe revelaram que o chip, armazenado em um cilindro selado, se chama N1, mede 4 mm por 4 mm e conta com 1.024 eletrodos capazes de detectar a atividade de neurônios de um cérebro humano. Cada um desses eletrodos mede apenas cinco micrômetros de espessura (95 micrômetros a menos que um fio de cabelo humano), ficando a 60 micrômetros de distância dos neurônios. Tudo isso sem causar danos ao tecido cerebral.

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Chips semelhantes são usados, atualmente, para o tratamento de pessoas com doença de Parkinson, mas estes possuem apenas 10 eletrodos. Além disso, esse conceito não é novo, sendo utilizado ainda em 2012, pela empresa BrainGate, quando pacientes com paralisia conseguiram controlar um braço robótico usando apenas os impulsos nervosos do cérebro.

Vamos ter que esperar a apresentação de Elon Musk para descobrir como, exatamente, esse chip funciona, claro. Mas com as informações que já temos em mãos, pode ser que quatro chips sejam implantados próximo às orelhas, três em áreas motoras e um perto do córtex somatossensorial, possibilitando o controle do smartphone e computadores usando apenas o cérebro. A equipe ainda criou um robô que faz as suturas após a implantação das sondas, através de uma incisão de apenas dois milímetros, levando menos de uma hora para a conclusão.

Então, o que esperar do evento da Neuralink?

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Em 2019, o executivo contou que os testes se iniciariam em pessoas tetraplégicas que sofriam de lesão medular na região das vértebras C1 a C4, ainda até o final deste ano, mas com a chegada da pandemia da COVID-19, nada ainda está certo sobre o andamento desses planos. Também no ano passado, o executivo revelou que a empresa conseguiu fazer com que um macaco controlasse um computador com a sua mente, trazendo grandes expectativas para os testes em seres humanos.

Neste ano, em fevereiro, Elon Musk declarou à imprensa qual será o impacto da tecnologia na indústria, deixando a entender que houve progresso. Porém, ele diz acreditar que interfaces de precisão neural são subestimadas, citando como referência o Utah Array, um implante de alta intensidade, de 256 microeletrodos, que vem sendo usado para estudar doenças como a epilepsia. O projeto, no entanto, foi comparado por Musk a um dispositivo de tortura medieval.

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"O impacto profundo da alta largura de banda e das interfaces neurais de alta precisão é subestimado. A Neuralink pode ter isso em humanos ainda neste ano. Só precisa ser inequivocamente melhor que o Utah Array, que já existe em alguns humanos e tem várias desvantagens", alfinetou Musk há cerca de seis meses.

Ainda em fevereiro, Musk disse também que o progresso da Neuralink pode ser algo transformador, afirmando que os chips serão usados principalmente para restaurar as funções motoras e sensoriais do sistema nervoso, deixando claro que se trata de um processo longo. Três meses depois, em maio, mais uma vez o bilionário sugeriu em sua conta pessoal no Twitter que a companhia vem presenciando um maior progresso de uma forma assustadoramente rápida.

It’s next-level for sure. Reality is getting weird fast.

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"É o próximo nível, com certeza. A realidade está ficando estranha muito rápido".

Mas as informações sobre a Neuralink e o projeto não foram divulgadas apenas à imprensa e nas redes sociais, como também em um artigo na revista científica Journal of Medical Internet Research, publicado em outubro do ano passado, detalhando os seus avanços. Você pode ler o artigo neste link.

No evento, Elon Musk deve apresentar todos os progressos da Neuralink, suas finalidades e objetivos para o futuro. As expectativas, no entanto, estão altas para uma possível demonstração do chip N1 em ação com um ser humano.

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Como assistir ao evento da Neuralink?

Elon Musk revelou que o evento está marcado para às 19h, no horário de Brasília, em streaming que deve acontecer, provavelmente, no canal oficial da Neuralink no YouTube. Enquanto isso, veja como foi a primeira apresentação em 2019.

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Fonte: Com informações de Inverse, Journal of Medical Internet Research