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Elon Musk apresenta Neuralink, seu sistema que conecta mente e máquina

Por| 17 de Julho de 2019 às 12h34

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Captura/YouTube
Captura/YouTube

Em março de 2018, surgiram as primeiras informações de um projeto chamado Neuralink, uma nova empresa de Elon Musk cujo objetivo é ligar o cérebro humano a máquinas. Porém, somente agora é que o executivo apresentou pela primeira vez um protótipo do que seria tal ideia.

Em suma, a proposta é que pessoas possam se comunicar com máquinas sem que haja efetivamente a necessidade de mecanismos físicos intermediando isso. Assim, pessoas com deficiência poderiam acessar tais equipamentos de forma muito mais fácil.

A grande inovação proposta pelo Neuralink é a coleção de pequenos fios flexíveis que se ligam ao cérebro humano. De tamanho bem pequeno, eles conseguem transferir uma quantidade gigante de informação do cérebro sem causar danos ao órgão humano.

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Tais fios têm entre 4 a 6 nanômetros, sendo menores até mesmo que um fio de cabelo. No total, o sistema é capaz de transmitir informações equivalentes a 3.072 eletrodos por conjunto com 96 fios.

A novidade foi apresentada pelo próprio Musk nesta terça-feira (16). Segundo o executivo, o objetivo agora é recrutar pessoas interessadas em trabalhar no projeto. Atualmente, o aparelho está sendo testado somente por neurocientistas, sem que haja pacientes reais. Contudo, Musk foi claro em mostrar o avanço da pesquisa: “Um macaco conseguiu controlar um computador com seu cérebro”, disse.

Segundo o executivo, a proposta é fazer com que o cérebro se conecte não diretamente com uma máquina, mas seja ligado a uma inteligência artificial. “Não vai ser da noite para o dia que o Neuralink vai ser a ligação neural e começar a assumir o cérebro das pessoas. Importante é alcançar a simbiose com a inteligência artificial”, conta.

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O executivo também ressaltou que a tecnologia não foi criada do zero, sendo que várias pesquisas no meio foram aproveitadas. Uma delas é a do BrainGate, um sistema que permitiu a Matthew Nagle jogar Pong, do Atari, usando apenas seu cérebro. Ele tem paralisia no corpo e é considerado a primeira pessoa da história a controlar um computador com sua mente.

Em comparação, o BrainGate usa agulhas com capacidade de até 128 canais de eletrodos. O Neuralink terá capacidade para até 24 vezes mais.

Um dos problemas relatados com o BrainGate foi exatamente que as agulhas passaram a causar danos ao cérebro com o tempo de utilização. O mecanismo era rígido e acabava por machucar a cabeça do usuário. Já no Neuralink, a ideia é que se tenha um polímero mais fino e também flexível, o que pode evitar esse tipo de dano.

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Em contrapartida, essa característica faz com que a implantação também seja mais difícil. Para isso, a empresa criou um robô capaz de fazer a implantação de até seis fios (total de 192 eletrodos) por minuto. Tal explicação vem de um artigo encabeçado por Musk e o time do Neuralink.

Outra novidade está no chip. A companhia desenvolveu uma peça capaz de identificar, limpar e amplificar sinais do cérebro para as máquinas. Até o momento, isso é feito por um cabo USB-C, mas o objetivo final é uma versão sem fio. Para isso, a empresa está trabalhando em um sensor chamado N1, que será inserido no corpo do usuário e ficará responsável pela transmissão dos dados. No total, devem ser implantados até quatro sensores, três em áreas motoras e outro em uma região somatossensorial.

O sensor também é micrométrico e será conectado ao aparelho principal na parte de trás do ouvido do usuário, com uma bateria recarregável. Tudo será gerenciado por aplicativos móveis.

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O plano final, para além da comunicação de pessoas com deficiência, é fazer com que a relação entre seres humanos e máquinas seja mais eficiente. O trabalho aponta que o controle por cérebro se mostrou bem mais veloz na quantidade de dados que a utilização de voz e toque.

Mas será que estamos realmente próximos disso? “Há todo um processo do FDA pelo qual precisamos ainda passar”, explicou Musk. Ele se refere ao Food and Drug Administration, órgão do governo norte-americano semelhante a Anvisa aqui no Brasil. Para que produtos de saúde sejam liberados nos Estados Unidos, é preciso aprovação desta agência. “Ainda não fizemos isso”, confessa.

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Por enquanto, a pesquisa continua avançando com testes em ratos para tentar reconhecer os riscos. Contudo, ainda não há previsão para a tecnologia chegar ao mercado.

Fonte: Neuralink