Musk afirma que a única salvação para a humanidade é se fundir com as máquinas
Por Rafael Rodrigues da Silva |
Depois de um tempo relativamente quieto, Elon Musk voltou essa semana a dar suas já conhecidas declarações polêmicas. E, mais uma vez, o alvo das críticas do milionário são as inteligências artificiais.
Em entrevista para o site Axios, Musk afirmou que o único modo dos humanos não se tornarem uma espécie em extinção é se fundindo com as máquinas. E esse será o objetivo de sua nova empresa, a Neuralink: fazer com que todos os seres humanos possam ter um processo simbiótico com sistemas de inteligência artificial para que essas ferramentas não sejam monopolizadas por governos e grandes corporações. Ele acredita ainda que esse processo de simbiose pode ajudar a equiparar a inteligência dos humanos às digitais, que ele acredita que logo irão ultrapassar nossa capacidade mental por uma ampla margem.
Na mesma entrevista, Musk ainda comparou nossa compreensão sobre IA com crianças brincando em um parquinho, que ficam abusando dos brinquedos até perceberem tarde demais que podem se machucar feio neles. E, perguntado sobre se temia que as IAs evoluíssem tanto que relegariam os humanos a viver excluídos da sociedade, Musk prontamente respondeu que sim, alegando que isso acontece não só com os humanos mas também com algumas espécies de macacos: quando uma espécie mais forte surge na região, todas as outras inferiores são obrigadas a se refugiar. E ele já deu alguns exemplos de como IAs existentes hoje poderiam já ameaçar a humanidade, como drones assassinos que conseguiria encontrar seus alvos humanos através de rastros digitais que os levariam até a posição geográfica do smartphone da vítima, ou algoritmos de propaganda que poderiam ser usados para influenciar o resultado de eleições.
Essa não é a primeira vez que Musk mostra temer a evolução das IAs. Em 2015, o bilionário assinou, junto com uma série de notáveis como Stephen Hawking, Steve Wozniak e vários professores, programadores, fabricantes de robôs e especialistas em IA, uma carta aberta que pedia o aumento do número de pesquisas sobre como as IAs poderiam afetar a sociedade, e que mostrassem tanto as vantagens quanto as desvantagens desse tipo de avanço tecnológico.
Dois anos depois da carta, durante uma reunião entre governadores ocorrida em julho do ano passado, Musk chamou a IA de “a maior ameaça para a civilização”, e pressionou para que os governantes fossem mais rápidos na criação de leis para regular esses avanços antes que fosse tarde demais. Ele urgia pela velocidade na criação dessas regulações devido à velocidade dos avanços científicos ser muito maior do que a da burocracia dos órgãos legisladores, e esperar até que as IAs estejam avançadas o suficiente para ficar claro a ameaça que elas podem ser à humanidade antes de criar essas leis seria um erro sem volta. E em setembro do mesmo ano, Musk foi ainda mais longe, ao apostar que uma IA seria a causadora da Terceira Guerra Mundial.
Fonte: Axios