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As "maluquices" de Elon Musk e sua importância para o futuro da humanidade

Por| 13 de Fevereiro de 2018 às 17h10

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As "maluquices" de Elon Musk e sua importância para o futuro da humanidade
As "maluquices" de Elon Musk e sua importância para o futuro da humanidade

Visionário, ambicioso, à frente de nosso tempo ou "doido de pedra"? De um lado, admiradores da audácia de Elon Musk vibram a cada um de seus projetos que dá certo, enquanto, do outro, haters acham que todo mundo fica "pagando pau" para um "mauricinho" que tem dinheiro para brincar de "cientista maluco" enquanto o mundo sofre com "problemas de verdade".

Mas a verdade é que, críticas negativas e jogadas publicitárias à parte, as "doideiras" de Musk representam um salto enorme para o futuro da humanidade, futuro esse que pode ser bem mais promissor do que os cenários pós-apocalípticos imaginados pelos autores de ficção científica. Podemos dizer que Musk está ajudando a construir um roteiro sci-fi otimista, mas, na vida real, e, segundo o investidor-anjo Jason Calacanis, "apostar contra Elon Musk é apostar contra o futuro da humanidade, e é algo incrivelmente estúpido de se fazer".

Como Musk enxerga o futuro

Não é novidade que o CEO da Tesla aposta pesado nos veículos com direção autônoma, ainda que sua companhia não esteja exatamente pronta para começar a rodar veículos 100% independentes da condução humana no momento. Entre os motivos para apostar nessa tecnologia futurista estão as estimativas de redução no índice de acidentes fatais no trânsito e que os carros autônomos poderão salvar 30 mil vidas somente nos Estados Unidos. E a Tesla pretende fazer seu primeiro veículo autônomo cruzar o país dentro de três a seis meses.

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Além disso, motores elétricos trazem imensas vantagens ao meio-ambiente, dispensando a queima de combustíveis fósseis e reduzindo a poluição. E a Tesla é justamente especializada na fabricação de veículos elétricos, sendo esta uma das investidas de Musk para frear as consequências do aquecimento global. Já para o transporte de passageiros em massa, Musk também está envolvido no desenvolvimento do Hyperloop, uma espécie de trem subterrâneo de altíssima velocidade.

Em entrevista à Rolling Stone, Musk diz acreditar que "as mudanças climáticas são a maior ameaça à humanidade neste século, exceto pela inteligência artificial".

E por falar em IA, o bilionário não é lá muito amigável a essa tecnologia específica, ainda que ela já esteja empregada em uma imensidão de aplicações e serviços que usamos em nosso dia-a-dia. Musk acredita que as inteligências artificiais representam uma ameaça à humanidade, sendo capazes de superar as habilidades humanas de maneira que tornará as pessoas inúteis, dominando o mundo tal qual previram autores de ficção científica em seus roteiros distópicos.

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Musk já chegou, até mesmo, a pedir que governantes impusessem restrições ao desenvolvimento das IAs antes que seja tarde demais, criando a OpenAI para ajudar a desenvolver inteligências artificiais éticas e seguras. Ainda assim, o bilionário sul-africano acredita que a chance de se criar uma IA realmente segura para a sociedade é de "entre 5 e 10 por cento". "Entre Facebook, Google, Amazon e Apple, essas empresas têm mais informações sobre você do que você pode imaginar, e isso representa um enorme risco ao concentrar tanto poder. Então, se a inteligência artificial representa um nível extremo de poder, ela deveria mesmo ser controlada por algumas pessoas nessas companhias sem supervisão?", questiona.

A solução para esse problema seria mesclar homem e máquina. Para Musk, a humanidade só não se tornará obsoleta com o avanço das IAs caso a gente consiga mesclar o orgânico ao tecnológico. O empresário entende que a nossa dependência da tecnologia só aumentará com o passar do tempo, até chegar ao ponto em que a inteligência humana e a tecnologia se tornem uma coisa só.

Indo além, Musk acredita que, à medida em que a humanidade for deixada para trás pelo potencial robótico no mercado de trabalho, os seres humanos acabarão se transformando em ciborgues, usando novas tecnologias para aprimorarem suas habilidades físicas e mentais. Para isso, implantes cerebrais serão necessários para fazer com que fiquemos tão inteligentes quanto (ou quase) as IAs, que amedrontam tanto o imaginário de Musk. E ele leva a sério essa ideia: uma de suas empresas, a Neuralink, já vem desenvolvendo chips cerebrais para que as pessoas se comuniquem diretamente com as máquinas usando a força do pensamento.

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Fora da Terra

Tudo isso o que exploramos acima diz respeito ao futuro da humanidade aqui na Terra, mas o visionário não limita suas previsões somente ao nosso planeta. Com a SpaceX, Musk aposta na exploração espacial para colonizar outros mundos, como Marte, que, no que depender de sua companhia, se tornará habitável e possivelmente servindo como uma segunda morada para o ser humano.

Para que isso seja possível dentro de algumas décadas, é preciso desenvolver tecnologias inéditas e inovadoras desde já, começando por foguetes, cápsulas e trajes espaciais capazes de sustentar uma viagem como esta. E o sucesso dos lançamentos do foguete reutilizável Falcon 9, bem como as cápsulas Dragon, que vêm sendo empregados para o envio de equipamentos e suprimentos aos astronautas da Estação Espacial Internacional, viabilizou a construção do gigante Falcon Heavy, cujo lançamento inaugural aconteceu no dia 6 de fevereiro.

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Para demonstrar do que o Heavy é capaz, Musk transportou um Tesla Roadster contando com um traje espacial Starman em seu interior, sendo enviados para além da órbita de Marte, em direção ao Cinturão de Asteroides. Ele revelou que o Falcon Heavy, sendo o foguete mais poderoso da atualidade, pode transportar cargas além da órbita de Plutão (para se ter noção do que a humanidade pode fazer contando somente com esse foguete).

Depois do Falcon Heavy, o que vem por aí?

Com um lançamento tecnicamente impecável (com exceção do retorno do terceiro estágio do foguete, que acabou explodindo, mas não impactando o momento histórico de maneira negativa), a SpaceX mostrou que, em 2018, já se tornou capaz de oferecer serviços dignos de pesos-pesado da indústria espacial, como a agência estatal NASA e a privada United Launch Alliance (principal concorrente da companhia de Musk). No entanto, a SpaceX consegue oferecer um lançamento com o Heavy custando menos de um quarto do preço cobrado pela concorrente, também sendo muito mais barato do que o previsto para o lançamento do Space Launch System – foguete poderosíssimo que a NASA deve finalizar em 2020.

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A partir de agora, Musk e sua empresa espacial deverão atualizar os sistemas de ambos os Falcon 9 e Heavy, cuja característica reutilizável já se mostrou eficiente e possível de ser empregada em missões reais. Dessa maneira, seus foguetes atuais podem ser utilizados por agências espaciais e outras empresas privadas com o objetivo de explorar o espaço de maneiras inéditas.

E vem por aí um novo foguete ainda mais potente: O BFR (ou "Big Fucking Rocket", que, em tradução livre, pode ser chamado de "foguete grande pra car****"), com os primeiros testes acontecendo dentro de três ou quatro anos. Musk pretende usar o BFR para levar a primeira nave tripulada para Marte, mas testes envolvendo a Lua também fazem parte de seus planos.

Com 31 motores, o BFR pode produzir até cinco vezes mais impulso do que os motores do Falcon, sendo capaz de transportar cargas comerciais e tripulações vivas. Anteriormente, Musk havia declarado que o Heavy seria capaz de levar pessoas à Lua, mas acabou voltando atrás, deixando esse tipo de plano para o BFR. E essas pessoas serão acomodadas em uma evolução da cápsula Dragon, que foi chamada de Crew Dragon.

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Musk tem um contrato de seis lançamentos com a NASA para levar astronautas à Estação Espacial Internacional, pretendendo cumprir essas obrigações até o final deste ano, já usando o Crew Dragon, mas a bordo de um foguete Falcon 9. Tudo isso servirá, ainda, como testes reais para viabilizar a ambiciosa viagem do homem à Marte, com Elon Musk pretendendo fazê-lo antes da NASA. Uma missão não tripulada com o Planeta Vermelho como destino deve acontecer em 2022, pavimentando o caminho para a primeira missão tripulada em 2024 (enquanto a agência espacial dos EUA não deve conseguir este feito antes de 2030).

Inspiração para uma nova geração de cientistas

Além de todos esses avanços tecnológicos que já estão impulsionando a humanidade a uma nova era, contando com as iniciativas de Elon Musk, o empresário também representa uma influência positiva para as novas gerações, podendo servir de exemplo para pequenos futuros cientistas e empresários da tecnologia.

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Quando criança, Musk sofria um bullying tão severo que chegou até mesmo a ser hospitalizado depois de levar uma surra de colegas de escola. Pequeno, quieto e introvertido quando criança, ele era um alvo fácil para os valentões, e sua mãe contou que o pequeno Elon era tão quieto que ela chegou até mesmo a pensar que seu filho podia ser surdo.

Mas sua família forneceu o apoio necessário para que o jovem Musk fosse, aos poucos, criando mais autoconfiança, interessando-se pelas ciências exatas e pelo empreendedorismo, muito graças, também, ao conforto que sentia quando imerso em equipamentos eletrônicos como videogames e computadores. Aos 12 anos de idade, Musk criou seu primeiro jogo de videogame, que foi comprado por uma empresa local por US$ 500.

Foi o começo da vida empreendedora no universo da tecnologia para Elon Musk, cuja história de vida é capaz de inspirar os pequenos que, assim como o sul-africano, são discriminados no ambiente escolar, mas têm dentro de si a capacidade de realizar feitos que podem, quem sabe, mudar o rumo de nossa evolução – assim como Musk está fazendo agora.

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Então, se você ainda não vai com a cara do dono da Tesla e da SpaceX, imagine o mundo que ele vislumbra (e está tentando criar): humanos tecnológicos com ares de ciborgues se transportando por aí em veículos que se conduzem por conta própria sem prejudicar o meio-ambiente, com a humanidade morando em outros planetas além da Terra e criando uma sociedade interplanetária sustentável. Não sei vocês, mas eu aceito uma passagem só de ida para esse futuro promissor!

Com informações de Benzinga, Futurism, Science Alert, Vice, Upriser