CEO da Microsoft considera IA um "maremoto" tão grande quanto a internet
Por André Lourenti Magalhães • Editado por Douglas Ciriaco |
Em 1995, o cofundador da Microsoft Bill Gates considerou a internet um “maremoto” capaz de mudar todas as regras. Quase 30 anos depois, o atual CEO da Microsoft, Satya Nadella, recorreu à mesma comparação para explicar o impacto da inteligência artificial.
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Em entrevista ao podcast The Circuit With Emily Chang, do Bloomberg, Satya Nadella foi perguntado se a inteligência artificial seria tão grande quanto a chegada da internet, em referência ao comunicado de Bill Gates. O CEO respondeu positivamente e ainda comparou a chegada do ChatGPT com o navegador Mosaic, lançado em 1993, que revolucionou a experiência de acessar a rede mundial de computadores.
Em seguida, concordou que a IA é um movimento tão grande quanto a internet:
Eu acho que é tão grande quanto (a internet). Nós, na indústria de tecnologia, somos experts clássicos em criar grandes expectativas para tudo. Eu espero, ou pelo menos o que me motiva, é que eu quero usar essa tecnologia para realmente fazer o que acho que todos nós estamos no meio da tecnologia, que é democratizar o acesso a isso.
Você pode conferir a entrevista completa de Satya Nadella em vídeo:
Bill Gates e o “maremoto” de 1995
A Microsoft disputava o topo do segmento de navegadores contra o Netscape e desenvolvia o Windows 95 quando o fundador da empresa, Bill Gates, enviou um memorando a todos os funcionários. Sob o título “The Internet Tidal Wave” (“O Maremoto da Internet”), o CEO definiu o foco na internet como crucial para todas as partes do negócio da empresa.
O texto mencionava a internet como um maremoto capaz de mudar as regras e a considerava como "o desenvolvimento mais importante a surgir desde a introdução do PC da IBM em 1981”.
Algumas previsões foram acertadas, como a indicação de que todos os computadores estariam conectados à internet e isso seria um fator para comprar mais PCs. Posteriormente, o memorando se tornou um documento famoso sobre a história da Microsoft.
A empresa lançou o Windows 95 alguns meses depois e incluiu o novo Internet Explorer como navegador padrão. A medida foi um duro golpe na competição contra o Netscape e estabeleceu o domínio do Explorer por décadas — fator que também atrasou o desenvolvimento do mercado de browsers por muitos anos.