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Bard agora está sem lista de espera, suporta imagens e cita fontes

Por  • Editado por Douglas Ciriaco |  • 

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Reprodução/Google
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O Bard recebeu uma série de melhorias para torná-lo mais rápido, eficiente e útil na rotina das pessoas. A inteligência artificial do Google adotou o modelo de linguagem PaLM 2, o que deve entregar capacidade mais elevada de produção de conteúdo.

A apresentação realizada durante a conferência Google I/O, nesta quarta-feira (10), mostrou algumas das novas habilidades da tecnologia criativa. Algumas adições, embora não sejam inéditas — o modelo GPT-4 pode fazer até mais coisas — tentam reduzir o abismo existente entre o Bard e rivais mais avançados.

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O chatbot de IA agora consegue lidar com matemática avançada, possui capacidade de raciocínio e cria códigos de programação. Segundo o Google, a maior evolução foi justamente nesta última habilidade, algo que certamente deve poupar muito tempo de desenvolvedores de software.

Bard disponível para (quase) todos

Para ampliar o alcance, a Gigante das Buscas amplia o acesso à vesão de testes do Bard para mais pessoas a partir de hoje (10). Com o fim da lista de espera, são mais de 180 países e territórios autorizados a interagir com a tecnologia de IA generativa, desde que respeitadas as línguas suportadas.

Quem já tem acesso ao serviço deve utilizá-lo em inglês, japonês ou coreano — estas duas últimas são novidades. A promessa é oferecer suporte a 40 idiomas “em breve”, com a inclusão do português, mas ainda sem data estabelecida. 

A justificativa para a demora seria pela necessidade de adicionar “altos padrões de qualidade” e as nuances locais de cada idioma. O Bard deve ser capaz de compreender coisas como a diferença no uso da palavra tempo para falar do clima ou das horas transcorridas.

Apesar da expansão, o Bard ainda não pode ser usado no Brasil.

Perguntas e respostas multimídia

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Um dos maiores problemas do ChatGPT é a restrição a entradas e saídas apenas em texto. Isso significa que o chatbot somente consegue entender o que é escrito pelo usuário e também só fornece respostas textuais.

O Bard pretende mudar isso com respostas mais visuais, como imagens e vídeos. Ao perguntar coisas como “pontos turísticos imperdíveis em São Paulo”, a tecnologia deve apresentar uma lista útil com fotografias de cada local.

O usuário também poderá adicionar imagens para dar mais contexto para suas interações. Você pode oferecer uma foto de paisagem rural e pedir para o robô criar um poema sobre a vida no campo.

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Isso é possível graças à evolução do Google Lens e sua integração ao Bard. Dá até para tirar a foto e fazer a solicitação de uma legenda ali na hora, usando o seu próprio celular, para publicar direto nas redes sociais.

Esse mecanismo de reconhecimento já existia na Busca do Google, mas agora será aplicado de maneira muito mais otimizada ao Bard. Em um exemplo mostrado, o chatbot identifica a raça de dois cachorros e brinca com isso na sua resposta.

Bard integrado ao Adobe Firefly

Um dos recursos ausentes no Bard é a possibilidade de criar imagens a partir de descrições textuais, como ocorre com DALL-E, Midjourney e Bing Image Creator. Agora, isso deve ser corrigido para que as pessoas explorem seus lados visuais.

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O robô inteligente deve receber uma integração direta com o Firefly AI, a tecnologia mais recente da Adobe para criar conteúdos visuais com IA. Será possível redigir orientações ao Bard, que se conectará ao Firefly para gerar os resultados desejados.

Essa parceria ainda permite a transformação ou edição dos resultados diretamente no Adobe Express. Você pode pegar as imagens criadas e trocar a cor de algum elemento, ajustar o brilho ou até adicionar pessoas de modo simplificado.

É curiosa essa opção de integrar o Adobe Firefly em vez do Google Imagen, afinal esta tecnologia ainda será oferecida a clientes corporativos do Google Cloud. A empresa não explicou exatamente porque optou pela tecnologia de uma rival em vez da sua própria, mas isso possivelmente está ligado ao potencial criativo — a IA do Firefly é bem avançada, como o Canaltech já ressaltou em análise.

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Auxílio no combate à desinformação

Segundo a vice-presidente do Assistente e Bard no Google, Sissie Hsiao, o Bard deve trazer várias mudanças incorporando o feedback recebido pelos usuários nos últimos dois meses. Em razão disso, a versão liberada hoje deve estar muito melhor que a exibida em março.

Uma das principais melhorias é a citação de fontes das informações. A partir da próxima semana, o Bard mostrará de onde extraiu uma lista, dados estatísticos ou blocos de código. Basta clicar na informação desejada para o chatbot sublinhar o local e vincular o site de origem.

O ChatGPT até hoje ainda peca por não dizer de onde tirou os dados, o que deixa muita gente preocupada com a veracidade das informações. O Bing Chat já corrigiu isso e agora o Google segue pelo mesmo caminho.

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Melhorias técnicas do Bard

O chatbot também deve contar com o tema escuro para reduzir o cansaço ocular. Foi adicionado também um botão chamado “Exportar” para que conteúdos e códigos de programação — primeiramente apenas Python — possam ser retirados da IA sem perder a formatação.

Textos gerados no Bard também poderão ser exportados diretamente para o Gmail, como já havia sido visualizado antes, e para o Google Docs. Até então, você precisava usar o bom e velho Copiar + Colar, mas agora poderá levar tudo de um local para outro com apenas dois cliques.

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Futuramente, a Gigante das Buscas pretende incorporar o Bard em mais aplicativos e serviços de terceiros. Estão previstas integrações com parceiros como Kayak, OpenTable, ZipRecruiter, Instacart, Wolfram e Khan Academy.

Para finalizar, Hsiao lembrou que ainda há muito caminho pela frente para a Bard, mas que isso deve ser otimizado a partir de agora graças aos modelos de linguagem mais fluidos. “Quando combinamos a imaginação humana com as capacidades generativas de IA da Bard, as possibilidades são ilimitadas. Mal podemos esperar para ver o que você criará com ele”, concluiu a executiva.