Seagate mostra tecnologia incrível para HDDs acima de 120 TB
Por Daniel Trefilio • Editado por Jones Oliveira |
Uma parceria entre a Seagate Technologies, NIMS (Instituto Nacional para Ciência de Materiais) e Universidade de Tohoku publicou um artigo que pode viabilizar HDDs com mais de 120 TB daqui a 10 ou 15 anos. Utilizando gravação magnética assistida por calor (HAMR), os pesquisadores apresentaram um sistema gravação 3D em discos com duas camadas que dobra capacidade de máxima de drives magnéticos.
O artigo foi publicado em repositórios científicos e estará disponível na edição de junho da Acta Materialia, publicação de alto fator de impacto no meio acadêmico.
Apesar de o conceito de drives com múltiplas camadas e gravação assistida por calor não ser novidade, ele ainda é comercialmente inviável devido à dificuldade de produzir mídias capazes de armazenar dados em diferentes níveis.
Filme metálico com propriedades magnéticas variáveis
Isso porque, em sistemas convencionais de gravação HAMR, a intensidade do feixe de gravação é constante, permitindo apenas dois estados de gravação definidos pela modulação de polaridade para +1 ou -1.
Os pesquisadores do projeto estão mais próximos de resolver essa questão utilizando uma liga de Platina e Ferro (FePt-C) para criar um filme com propriedades magnéticas variáveis conforme a temperatura e polaridade do feixe.
Alterar a distância focal do laser permite aquecer camadas diferentes do disco magnético. Sendo assim, calibrar tanto a intensidade quanto a polaridade do feixe possibilita definir em qual camada os dados serão gravados, uma vez que as propriedades magnéticas dos filmes de FePt-C variam conforme a temperatura do material.
No entanto, o estudo resolve apenas a questão de discos magnéticos Dual Layer, não sendo possível, simplesmente, adicionar mais camadas no futuro. Dessa forma, apesar de ser promissor, o conceito ainda precisa evoluir para viabilizar maior escalabilidade em discos magnéticos, especialmente na era da IA, onde a capacidade de armazenamento pode se tornar uma barreira para a evolução de outras frentes da computação.
Fonte: ScienceDirect