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Samsung dá novo passo na criação de chips próprios de celular

Por| Editado por Wallace Moté | 06 de Março de 2023 às 15h31

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Fontes do site BusinessKorea indicam que a Samsung acaba de estabelecer um time dedicado a desenvolver núcleos para processadores de smartphone, marcando mais um passo na jornada de projetar um chipset exclusivo para a linha Galaxy. A iniciativa não apenas visaria otimizar a linha Exynos (ou uma eventual sucessora) para os produtos da gigante, como ainda reduziria sua dependência da ARM e da Qualcomm, e teoricamente daria mais fôlego aos aparelhos da linha Galaxy para encarar os dispositivos da Apple.

Segundo as informações, o time foi criado dentro do guarda-chuva da Samsung Electronics, e não da Samsung LSI, a divisão especializada em projetos de semicondutores da marca — algo que já havia sido apontado por rumores anteriores. A iniciativa contaria com um time de peso, liderado por um dos ex-engenheiros responsáveis por algumas das arquiteturas dos núcleos de CPU da AMD, Rahul Tuli.

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A ideia é que, além dos chips customizados para a linha Galaxy S, a gigante sul-coreana vá além e projete também os próprios núcleos, aumentando o controle da marca sobre o nível de desempenho e consumo da plataforma. No entanto, como o time acaba de ser reunido, ainda deve demorar alguns anos para que essas soluções sejam integradas nas CPUs personalizadas da Samsung. As próprias fontes sugerem que veremos resultados apenas em torno de 2027.

Como os processadores da companhia têm sido especulados para chegar já em 2025, é provável que ao menos as duas primeiras gerações ainda sigam utilizando núcleos padrão da ARM, o que não é necessariamente um problema caso o chipset seja bem projetado. Prova disso é o recente Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy, trabalho conjunto entre a sul-coreana e a Qualcomm, que usa núcleos baseados em ARM e entrega resultados elogiados em desempenho e eficiência energética.

Vale lembrar que a Samsung já chegou a desenvolver núcleos customizados em um projeto chamado Mongoose (ou mangusto, traduzido para o português), mesmo nome de um mamífero que se alimenta de serpentes — a ideia da empresa era combater os núcleos Krait customizados da Qualcomm, cujo nome faz referência a uma família de serpentes asiáticas. Os resultados foram mistos até atingir o ápice com o lançamento do Exynos 990, da família Galaxy S20, solução que aquecia em excesso e não conseguia manter alta performance sob estresse.

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Litografia da Samsung também é problema

Apesar da iniciativa de um chipset customizado ter um futuro promissor quando observamos as plataformas desenvolvidas pela Apple e os próprios rumores em torno do projeto da Qualcomm com a Nuvia, os problemas da Samsung não devem parar apenas no processador. Os processos de fabricação da gigante também foram apontados como um dos culpados pelo baixo rendimento visto na linha Exynos e até em alguns modelos dos rivais Snapdragon.

O caso mais recente que ilusta a situação é o do Snapdragon 8 Gen 1, cujo modelo original, fabricado em 4 nm pela Samsung, oferecia alta potência, mas aquecia em excesso e acabava enfrentando gargalos em uso prolongado. Uma versão revisada, o Snapdragon 8 Plus Gen 1, foi lançada poucos meses depois, mas desta vez fabricado em 4 nm pela TSMC. Tendo como única diferença o aumento das frequências de operação, o componente apresentou saltos drásticos de desempenho e eficiência, normalmente vistos apenas na passagem de uma geração.

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Diante desses fatos, a Samsung admitiu estar tendo problemas com a fabricação dos chips, e teria estabelecido parcerias com outras fabricantes para aprimorar os próprios processos de produção. A companhia sul-coreana é uma das únicas fundições do mundo a ter tecnologia de ponta nesse setor, ao lado de nomes como TSMC e Intel, e a expectativa é que, até o nascimento do seu próprio chip, esses obstáculos tenham sido contornados.

Fonte: BusinessKorea