Intel Larrabee: primeira GPU dedicada da marca é leiloada por US$ 5.000

Apesar de ser a primeira linha de placas de vídeo da marca a chegar aos consumidores, a família Intel Arc Alchemist não é a primeira iniciativa da gigante de Santa Clara no mercado de GPUs — esse posto fica para a Intel Larrabee, projeto de 2008 que acaba de ter um dos últimos protótipos funcionais leiloados. O "sortudo" comprador teve de desembolsar mais de US$ 5.000 para ter acesso à relíquia de uma era em que Ray Tracing e IA ainda estavam distantes do público.

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Intel Larrabee é leiloada por US$ 5.000

A placa rara foi anunciada no eBay da França, ainda embalada, acompanhada de uma enorme mala de transporte e em estado funcional, como sugerem as fotos inclusas na publicação, ainda que não seja capaz de operar de maneira apropriada por não contar com drivers. O post revela se tratar de uma Engineering Sample (ES), nome dado ao modelo utilizado por engenheiros para ajustar o software e o desempenho.

Ainda de acordo com o post, essa pode ser a última unidade funcional da placa, o que seria um enorme diferencial para colecionadores de hardware e, considerando o bom histórico do vendedor no site, é possível que isso seja verdade. Seja como for, o anúncio chamou atenção e teve sua última proposta dada na segunda-feira, 31 de janeiro, atingindo os € 4.650, algo em torno de US$ 5.255, ou R$ 27.900, em conversão direta e sem impostos.

Anunciado em 2008, o projeto Larrabee não chegou a ser lançado, e viu seu fim em 2010, por não apresentar o mesmo desempenho que as concorrentes de AMD e Nvidia entregavam. Na época, a Intel decidiu focar esforços nos processadores e GPUs integradas, o que não significou o fim da ideia de desenvolver GPUs dedicadas, como a família Arc e a arquitetura Intel Xe provam. Além disso, a Larrabee não foi um total fracasso, servindo como inspiração para futuros projetos.

Primeira GPU dedicada da Intel é baseada em x86

Com a Larrabee, a Intel procurou fugir dos conceitos já popularizados no mercado ao buscar desenvolver uma placa de vídeo potente que atendesse não apenas aos games, como também processamento de dados que pudessem tirar proveito do poder de paralelismo dos chips gráficos, com um tipo de acelerador que hoje é conhecido como General Purpose GPU (GPU de Propósito Geral), ou GPGPU, munido ainda de Ray Tracing, 10 anos antes da estreia da linha RTX da Nvidia.

A ideia acabou resultando em um chip que mesclava CPU e GPU em um único componente — em vez de adotar uma arquitetura gráfica, a Larrabee empregou uma microarquitetura baseada em x86, mesma utilizada nos processadores da marca, trazendo assim 32 núcleos com multithreading de 4 vias, totalizando 128 threads. A empresa também preparava uma variante de 24 núcleos e 96 threads, baseada em chips defeituosos, prática comum no mercado de GPUs.

Cada um desses núcleos contava com uma Unidade de Processamento Vetorial (VPU) de 512-bit, usando uma interface de 1.024-bit (512-bit bidirecional) para acessar a memória. Segundo especulações, 25 desses núcleos eram capazes de rodar o Gears of War original, do Xbox 360, sem o recurso de antialiasing ativado, mas o projeto foi descontinuado.

Ainda assim, o Larrabee não apenas resultou em um acelerador para computação de alta performance, sob o codinome Knights Corner, como incentivou a produção da linha Xeon Phi para supercomputadores, que equipou algumas das máquinas mais poderosas do mundo, como o Tianhe-2 da China. Fora isso, a ideia da GPGPU e uso de computação paralela para tarefas diversas pode ser vista em soluções modernas, como em aplicações baseadas em CUDA, da Nvidia.

Fonte: Tom's Hardware, PC Gamer