Entenda a nomenclatura das placas de vídeo Nvidia GeForce
Por Felipe Vidal • Editado por Jones Oliveira |
Comprar uma placa de vídeo atual pode ser um desafio para usuários mais leigos por uma série de fatores, como a arquitetura, tipo de memória, compatibilidade, linhas PCI, tamanho, tecnologias, etc. No entanto, o próprio nome das GPUs pode ser um grande problema para quem não entende tanto do assunto.
Portanto, o Canaltech explica a nomenclatura das placas de vídeo da NVIDIA GeForce para você entender o que realmente alguns produtos significam e, principalmente, saber qual GPU é a mais indicada para o seu uso.
Inclusive, é bom destacar que explicaremos apenas os produtos da família GeForce, ou seja, os produtos da NVIDIA vendidos para os usuários doméstico através do varejo.
O que é GTX e RTX nas placas de vídeo da NVIDIA?
Começando pela parte fundamental de qualquer placa de vídeo recente da NVIDIA, é preciso entender o que as palavras GTX e RTX significam antes mesmo da nomenclatura específica dos produtos começarem. Esses nomes se referem aos prefixos utilizados na linha de produtos da NVIDIA, ou seja, são divisões encontradas na família GeForce.
O que são as placas de vídeo GTX?
De maneira técnica, GTX é o acrônimo para Giga Texel Shade eXtreme. Placas com esse nome são mais antigas e já foram descontinuadas pela NVIDIA, mas ainda é possível encontrar modelos como as GTX 1650 para comprar em certas lojas ou em notebooks de entrada, focados em custo baixo.
Por serem antigas, não há mais placas GTX de alto desempenho no mercado, fazendo somente com que o segmento de entrada para jogar em qualidade baixa ainda esteja disponível. No entanto, essas GPUs ainda podem ser usadas para tarefas mais leves, como jogos pouco exigentes ou edição de vídeo básica, embora isso realmente não seja tão recomendado por haver modelos RTX de preço similar e muito mais performance.
O que são as placas de vídeo RTX?
Por outro lado, as GeForce RTX são um acrônimo para Ray Tracing Texel eXtreme. Placas com esse nome foram lançadas a partir de 2018 e são consideradas como as grandes sucessoras das GTX, sendo a marca de placas de vídeo dominante da NVIDIA atualmente.
Diferente das GTX, as RTX têm uma linha ampla de placas de vídeo para atender ao público casual, intermediário e os usuários entusiastas do nicho topo de linha. Geralmente, a cada dois anos a NVIDIA tem lançado novas gerações de placas, refinando ou anunciando uma nova arquitetura mais potente.
Aliás, o RTX também foca na tecnologia de Ray Tracing, que cria iluminação e sombras realistas nos games com traçamento de raios em tempo real. Nas placas com GTX, todo esse sistema era feito a partir da rasterização, uma técnica na qual os próprios desenvolvedores apontavam manualmente para onde a luz deveria estar.
Por ser um recurso bem pesado, a NVIDIA também lançou o DLSS (Deep Learning Super Sampling). Essa é uma tecnologia de upscaling que usa inteligência artificial e machine learning para dar mais FPS em jogos e corrigir problemas de serrilhado, sendo muito útil quando o Ray Tracing está ativado.
Nomenclatura das placas da NVIDIA
Tendo passado pelas palavras NVIDIA GeForce GTX/RTX, metade do nome da placa de vídeo já foi solucionado. O restante diz respeito à geração do produto, bem como seu segmento e se há ou não algum sufixo de potência incluso.
Geração
Após todas as letras, temos uma sequência de quatro números. Os dois primeiros números dessa sequência correspondem à geração da placa de vídeo. Por norma, quanto maior for esse número, mais avançada é a geração.
Isso não é uma certeza, já que as empresas de tecnologia gostam de alterar ou refazer essa contagem de tempos em tempos. Por exemplo, na década passada havia as gerações GTX 600, 700, 900 E 1000. Em 2018, com a introdução das RTX, passamos a ter as RTX 2000, RTX 3000 e RTX 4000. Perceba que é como se a empresa sempre estivesse aumentando as gerações na casa dos milhares atualmente.
Portanto, tenha em mente que uma RTX 3000 é mais avançada que a geração RTX 2000, que por sua vez é mais avançada que as GTX 1000, por exemplo. Contudo, caso o prefixo GTX ou RTX seja modificado no futuro, isso pode significar que houve uma alteração na nomenclatura e é bom conferir o material mais atualizado.
Aliás, as gerações geralmente trazem uma nova arquitetura. Essa arquitetura possui mais contagem de núcleos, os chamados CUs, mais estruturas, memória, velocidade, largura de banda, eficiência energética, etc. Analisando friamente essa definição, toda geração mais recente que a outra é teoricamente superior. Por outro lado, há discussões, pois às vezes vale muito mais a pena comprar um modelo “antigo” da geração passada do que da atual.
Segmento
Em seguida, os dois últimos números da sequência de quatro dígitos são relacionados com o segmento dos produtos. Aqui as coisas também podem ficar um pouco ambíguas, mas observe a tabela abaixo para entender melhor:
Segmentos de placas de vídeo da NVIDIA | |||
Terminação | Segmento | Resolução indicada | Taxa de FPS |
50 | Entrada | 900p ou Full HD | 30 |
60 | Entrada | Full HD e/ou QHD | 60/30 |
70 | Intermediário | QHD e/ou 4K | 60/30 |
80 | Topo de linha | 4K | 60 |
90 | Entusiasta | 4K | 60 |
Geralmente, as placas com terminação 50 e 60 são voltadas para o mercado de entrada, ou seja, são GPUs para rodar games em Full HD na qualidade média até o máximo, objetivando os 60 FPS. Já os modelos com final 70 já são considerados os produtos intermediários/topo de linha, associados à resolução Quad HD (2.560x1.440) para rodar tudo na melhor qualidade.
Placas de vídeo com final 80 e 90 representam as GPUs topo de linha do mercado. Esses são componentes para jogar em 4K com a melhor qualidade de imagem possível, feitos especialmente para entusiastas do hardware e também profissionais.
Essas são informações que a própria NVIDIA fornece ao consumidor. Na prática, as coisas podem adotar outro caráter. Por exemplo, placas como a RTX 3060 Ti foram desenvolvidas para rodar games em Quad HD, caracterizando-as como produtos intermediários. O mesmo acontece com a RTX 4070 Ti, que embora seja vendido para QHD, pode rodar jogos em 4K em ótima qualidade.
Sufixo
Após os quatro dígitos da placa de vídeo, a NVIDIA gosta de inserir alguns sufixos no nome das GPUs. Esses sufixos são um indicativo de poder, ou seja, indicam se aquele produto tem algum diferencial, como mais velocidade, frequências mais altas, revisão na arquitetura, chip melhorado e assim sucessivamente.
O sufixo mais popular é o Ti, que significa Titânio e identifica os modelos mais poderosos de cada família. Há também o sufixo SUPER, usado para se referir a uma versão melhorada de um modelo que já existe.
Ti e SUPER podem ser combinados, gerando placas como a GeForce RTX 4070 Ti SUPER. Essa não é uma combinação tão comum e só começou a aparecer recentemente.
Nos casos sem nenhum sufixo, apenas a sequência de números, isso significa que a placa de vídeo em questão é a versão padrão, sem quaisquer tipos de incrementos ou melhorias.
Entendendo a nomenclatura das placas de vídeo NVIDIA GeForce
Para resumir toda essa sopa de letrinhas e números, vale a pena conferir a imagem abaixo. O prefixo é sempre a divisão dentro da marca GeForce, enquanto os dois primeiros números representam a geração e os dois últimos, o segmento. No fim, o sufixo indica se há acréscimo de desempenho.
A confusão de nomes não é exclusiva da NVIDIA, já que diversas empresas possuem portfólios imensos e precisam usar a criatividade para nomear seus produtos.