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Placa-mãe usada vale a pena? 5 cuidados ao comprar

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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A placa-mãe é a espinha dorsal de qualquer computador, conectando todos os componentes para que trabalhem em harmonia. Enquanto modelos de entrada são acessíveis, placas com chipsets mais avançados podem ter um custo bem elevado por terem mais portas de conexão e VRMs robustos para overclocking. É nesse cenário que o mercado de usados se torna uma opção atraente.

É bom começar ressaltando que comprar uma placa-mãe usada exige um nível extra de atenção. Um pino torto no socket, uma BIOS desatualizada ou um conector defeituoso podem transformar a economia em uma enorme dor de cabeça. Para garantir que você faça um bom negócio, hoje o Canaltech lista 5 cuidados essenciais para ter antes de comprar uma placa-mãe usada.

1. Compatibilidade é a base de tudo

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Este é, sem exceção, o passo mais crítico. Uma placa-mãe tem múltiplas camadas de compatibilidade que precisam ser verificadas antes mesmo de olhar o preço. O primeiro ponto é o socket, o encaixe físico da CPU, que precisa ser exatamente o mesmo do seu processador (ex: AM4 para AMD; LGA-1700 para Intel), sem margem para erro.

Em seguida, verifique o chipset e a lista de CPUs suportadas no site da fabricante, pois um chipset de entrada limitará o desempenho de um processador topo de linha, por exemplo.

Um ponto que pega muitos de surpresa é a versão da BIOS, já que uma placa pode precisar de atualização para reconhecer uma CPU mais recente. Por isso, dê preferência a modelos com "BIOS Flashback", que permitem a atualização sem processador instalado, principalmente se você não souber como fazer. Por fim, confirme o padrão de memória RAM suportado (DDR4 ou DDR5) e a velocidade máxima que ela pode atingir.

Considerando as placas-mãe de últimas gerações, existe ainda o padrão PCIe para SSDs M.2. Caso você tenha um drive PCIe 4.0, mas compre uma placa AMD B450, por exemplo, não usará todo o potencial de velocidade desse SSD.

2. Inspeção física: socket é o ponto crítico

O ponto mais frágil de uma placa-mãe, seja da AMD (com as mais modernas) ou Intel, é sempre o socket, mas pode ir além. A inspeção visual é inegociável, por isso se atente ao seguinte:

  • Pinos do socket: peça ao vendedor fotos de qualidade do socket sem o processador. Procure por qualquer pino que esteja torto, amassado ou quebrado. Um único pino danificado pode inutilizar a placa inteira. Se essa primeira inspeção for negativa, as demais nem serão necessárias. Mas caso o produto passe nesse teste, verifique o restante.
  • Capacitores, dissipador do VRM e PCB: inspecione toda a placa em busca de capacitores estufados, vazando ou faltando. No PCB, procure por arranhões profundos que possam ter rompido um circuito ou qualquer sinal de rachadura. Verifique também sem o dissipador de calor dos VRMs está bem encaixado, já que a falta de contato pode gerar mais aquecimento.
  • Conectores e portas: verifique visualmente as portas USB, SATA, slots de RAM e PCIe. Procure por sinais de ferrugem, plástico quebrado ou pinos tortos dentro dos conectores.
  • Acessórios: confirme se a placa vem com o espelho do painel traseiro. Encontrar essa peça para comprar separadamente pode ser muito difícil. Alguns modelos mais modernos vêm com o espelho acoplado à placa.
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3. Preço vs. recursos e geração

Como já abordamos em outros artigos sobre o mesmo tema com outros componentes, não existe preço certo no mercado de usados. Uma placa-mãe topo de linha de cinco anos atrás pode custar o mesmo que uma intermediária nova, mas oferecer menos recursos.

Compare as tecnologias: a placa usada oferece PCIe 4.0 ou 5.0? Quantos slots M.2 NVMe ela possui e qual é a velocidade deles? As portas USB são 3.2 ou padrões mais antigos? Uma placa mais nova, mesmo que mais simples, pode oferecer tecnologias mais rápidas e maior longevidade para futuros upgrades.

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Como não é possível medir performance de placa-mãe, como nos outros componentes, verifique as especificações atentamente, compare com modelos mais novos e relacione os preços também para ajudá-lo em seu julgamento.

4. Segurança na compra é inegociável

A regra de ouro, válida para todos os componentes, é comprar em plataformas que protejam o comprador. Dê preferência àquelas que garantem a devolução do produto em até 7 dias, como Mercado Livre e OLX. Esse prazo é seu maior aliado para realizar todos os testes necessários. Evite negociações diretas por redes sociais, pois não há garantia caso algo dê errado.

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Verifique sempre a reputação do vendedor, observe as avaliações de outras negociações feitas antes da sua, e mesmo assim desconfie. Todo cuidado é pouco quando falamos da compra de usados.

5. Teste completo e obrigatório de todas as portas

Assim que receber a placa, a fase de testes começa. E ela precisa ser minuciosa:

  • Instale os componentes básicos (CPU, um pente de RAM, GPU) e verifique se o computador liga e dá acesso à BIOS.
  • Na BIOS, veja se o processador, a memória e os drives de armazenamento foram reconhecidos corretamente.
  • Após instalar o sistema operacional, comece os testes que demandam uma certa paciência: conecte um dispositivo em cada uma das portas USB. Teste todas as saídas e entradas de áudio. Conecte um HD ou SSD em cada uma das portas SATA. Teste a porta de rede. Se a placa tiver mais de um slot M.2, teste ambos. Teste também todos os slots de memória RAM, um de cada vez, para garantir que nenhum esteja com defeito.
  • Qualquer falha em uma dessas portas é motivo para acionar a garantia e devolver o produto.
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Conclusão

Comprar uma placa-mãe usada é uma excelente maneira de ter acesso a recursos premium, como mais conectividade e melhor qualidade de construção, pagando menos. No entanto, os riscos de defeitos ocultos, principalmente no socket do processador e em portas específicas, são altos. A placa-mãe é um produto mais resistente (com exceção do socket) e se foi usada com cuidado, tem potencial de durar muitos anos.

Seguindo os cuidados de compatibilidade, inspeção visual rigorosa e, acima de tudo, realizando um teste completo de cada conector dentro do prazo de devolução, você minimiza drasticamente as chances de problemas e garante a base sólida que seu PC merece.

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