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Review Call of Duty: Modern Warfare 3 | Quando um jogo se torna desnecessário

Por| Editado por Durval Ramos | 21 de Novembro de 2023 às 14h17

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Activision
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Fazer qualquer tipo de review de um jogo da série Call of Duty pode parecer uma tarefa muito difícil, já que a legião de fãs da franquia é bastante ferrenha ao defender qualquer crítica que você possa fazer do título em questão. Os argumentos são vários. Talvez você não seja um ótimo jogador, não entendeu as nuances de técnicas de ficar escorregando pelo cenário em partidas multiplayer, ou não soube apreciar a história criada para o jogo. Tudo é motivo para justificar os pontos negativos apontados.

Porém, até mesmo os maiores fãs da franquia já começaram a perceber que os lançamentos anuais de CoD prejudicam demais a qualidade dos jogos, chegando ao ponto em que os games se tornam completamente dispensáveis. Esse é o caso do novo Call of Duty: Modern Warfare 3.

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Single player fraco, multiplayer sem novidades

Joguei o primeiro Call of Duty em 2007. Eu finalmente tinha um computador decente para rodar o jogo e adorei tudo nele. Desde então, sempre que possível, lá estava eu jogando os novos games da franquia. É algo que até foge um pouco do tipo de game que normalmente demonstro gostar, mas que ainda tem esse apelo em mim.

A trilogia Modern Warfare original é uma das minhas favoritas e confesso ter gostado quando a série partiu cada vez mais para um caminho que olhava para o futuro, com títulos como Call of Duty: Advanced Warfare. Até mesmo Infinite Warfare, sua sequência que recebeu mais porradas dos fãs do que realmente merecia, eu achei interessante.

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Esses títulos em particular me atraiam em especial porque a campanha single player de Call of Duty era o que sempre me impressionava. Apesar de reconhecer que muitos compram esses jogos pelo seu modo multiplayer, CoD sempre foi pra mim aquele filme de Hollywood em forma de jogo, com soldados se ajudando, camaradagem, explosões, tiros e você no meio da ação.

O remake de Call of Duty: Modern Warfare se tornou facilmente um dos meus favoritos, um dos jogos da franquia em que me diverti tanto com o modo história como também com o multiplayer. Só que Modern Warfare 3 sequer é uma sombra do que seus antecessores foram.

O modo single player de MW3 consegue cometer o maior pecado da franquia: ser extremamente chato. A história é mal conduzida, tenta recriar momentos que funcionaram muito bem no passado, mas que agora parecem uma cópia sem graça, traz missões entediantes e o que tenta introduzir de novo, não funciona.

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O modo tenta incluir missões de "mundo aberto", em que você tem liberdade para abordar seus objetivos. Em teoria, isso é ótimo, mas funciona como um Warzone lite, já que os objetivos são praticamente os mesmos do jogo gratuito e você fica esperando inimigos com uma IA meio burra que corre em direção aos seus tiros. Se eu quisesse isso, poderia simplesmente jogar Warzone.

Nada ali funciona tão bem como deveria e fica parecendo algo feito às pressas para ser lançado dentro do prazo estipulado pela chefia. O que faz bastante sentido, vide que foi isso que supostamente aconteceu, com a Sledgehammer Games tendo metade do tempo normal para a produção de um Call of Duty normal para entregar o jogo. O caso fica mais grave quando, de acordo com a Bloomberg, desenvolvedores acreditavam estar trabalhando em uma expansão de Modern Warfare 2, até descobrirem que se tratava mesmo de um jogo novo. Tudo isso é mais do que evidente quando você joga.

A maldição do lançamento anual

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Durante anos, desenvolvedoras trabalhavam com franquias com novos jogos sendo lançados todos os anos. A Ubisoft fez muito isso com seus Assassin's Creed e Far Cry, chegando ao ponto que o público não aceitava mais o mesmo jogo com uma skin diferente e a empresa resolveu segurar um pouco as coisas.

Jogos de esporte são aceitáveis, ainda que, muitas vezes, uma expansão e atualizações funcionariam muito melhor para os jogadores. Call of Duty é uma franquia de extrema importância para ActivisionBlizzard e, agora, para a Microsoft, tanto é que esteve no centro de toda a briga pela aquisição da empresa.

Espera-se que com a Microsoft assumindo de vez a Activision Blizzard, os lançamentos anuais de Call of Duty acabem e, novamente, a franquia possa ter tempo para respirar e novos jogos realmente façam a diferença para os jogadores. A Microsoft pode ganhar rios de dinheiro com Warzone, enquanto permite que outros times possam ter tempo para desenvolver jogos.

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Vai acontecer? Não podemos ter certeza, já que a empresa pode continuar com esse ritmo industrial para fazer valer a sua compra e continuar lançando um Call of Duty todos os anos. No início de 2022, existiram rumores de que a empresa focaria em manter Warzone sempre atualizado, enquanto daria mais tempo para os outros times trabalharem nos jogos, deixando de lado o calendário anual de lançamentos.

Isso não durou um semestre, já que Modern Warfare 2 chegou às lojas em novembro de 2022 e, em agosto de 2023, foi anunciada a sua sequência.

No fim das contas, não tem como defender CoD Modern Warfare 3. É impossível se divertir com ele? Não, principalmente se você joga apenas o multiplayer. Ele traz bons mapas e o gameplay dele é tão bom quanto o do jogo anterior, para não falar quase idêntico.

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No ano em que Call of Duty completa 20 anos, MW3 se torna emblemático para a franquia por representar exatamente o que ela se tornou: uma cópia sem graça das glórias do passado.

Call of Duty: Modern Warfare 3 está disponível para PC, Xbox Series S e X, Xbox One, PS4 e PlayStation 5.