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Quantas luas existem no Sistema Solar?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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The Planetary Society
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Está vendo aquela Lua que brilha lá no céu? Ela pode ser filha única na órbita da Terra, mas a verdade é que o comum mesmo são várias e várias luas ao redor da maioria dos planetas do Sistema Solar.

Nesta matéria, você conhece as luas que orbitam os planetas do nosso quintal cósmico, mas, primeiro, vamos falar um pouquinho sobre a nossa Lua, já que ela é tão especial.

Terra: 1 lua

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A nossa Lua modera a oscilação da Terra em seu eixo, levando a um clima relativamente estável ao longo de bilhões de anos. Da superfície, sempre vemos a mesma face do satélite natural, porque a Lua gira em seu eixo na mesma velocidade em que gira em torno do planeta (ou seja, está em rotação síncrona com a Terra).

As áreas claras da Lua são conhecidas como as terras-altas, e as características escuras, chamadas maria (latim para mares), são bacias que foram preenchidas com lava entre 4,2 e 1,2 bilhões de anos atrás. Essas áreas claras e escuras representam rochas de diferentes composições e idades, que fornecem evidências de como a crosta inicial pode ter se cristalizado a partir de um oceano de magma lunar.

Mas como a Lua surgiu? Uma das hipóteses mais aceitas é a de que um objeto do tamanho de Marte (chamado Theia) colidiu com a Terra há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, e os detritos resultantes se acumularam para formar nosso satélite natural com o passar do tempo. Desde os tempos antigos do vulcanismo, a Lua árida e sem vida permaneceu praticamente inalterada. Quase toda a superfície da Lua é coberta por um material chamado regolito, que consiste em rocha altamente fragmentada, resultado de repetidos impactos de meteoroides.

Marte: 2 luas

Dos quatro planetas rochosos do Sistema Solar, apenas Marte tem mais de uma lua. Os dois corpos pequenos que orbitam o Planeta Vermelho são menores que a Lua da Terra e levantam várias questões sobre a formação do nosso sistema planetário.

Chamadas Fobos e Deimos, as luas de Marte têm mais semelhança com asteroides do que com a Lua. Ambas são feitas de material que se assemelha aos condritos carbonáceos, que é a substância que compõe asteroides e, com suas formas alongadas, Fobos e Deimos até parecem mais asteroides do que luas, de fato.

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As luas marcianas também são bem pequenas: a maior, Fobos, tem apenas 22 km de diâmetro, enquanto a menor, Deimos, tem só 13 km. Olhando a partir da superfície de Marte, a lua menor e mais distante (Deimos) parece mais com uma estrela no céu do que com uma lua, assemelhando-se à visão de Vênus que temos aqui da Terra.

Fobos tem a órbita mais próxima de qualquer lua no Sistema Solar, mas ainda assim aparece apenas com um terço da largura da Lua cheia da Terra. Fobos orbita a apenas 6.000 km do solo marciano, e sua superfície é marcada por detritos que podem ser resultado de impactos em Marte. Ela viaja ao redor do planeta três vezes ao dia, percorrendo o céu marciano aproximadamente uma vez a cada quatro horas. Por sua vez, Deimos orbita muito mais longe, tendendo a ficar a 20.069 km da superfície do Planeta Vermelho. Esta lua leva cerca de 30 horas para completar uma órbita.

Júpiter: 92 luas

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Júpiter é o planeta com o maior número de luas conhecidas no Sistema Solar. Em 2018, astrônomos descobriram novas luas ao redor do gigante gasoso e, em fevereiro de 2023, mais 12 novas luas foram encontradas em sua órbita. Sendo assim, o planeta ostenta um total de 92 satélites naturais conhecidos.

Mas quando se fala em luas de Júpiter, as primeiras que veem em mente são as chamadas "luas de Galileu" ou "luas galileanas". Elas foram as primeiras luas jovianas descobertas, e quem as avistou foi por Galileu Galilei. São elas: Europa, Ganimedes, Io e Calisto, as maiores e mais complexas por lá. E, entre elas, destaca-se ainda mais a lua Europa, que receberá a visita de uma sonda da NASA.

É que Europa tem fraturas em sua crosta, provavelmente como gêiseres, além de um provável oceano subterrâneo de água líquida. A água é expelida por meio desses gêiseres — e é justamente por meio dessas plumas que a nave da NASA passará para estudar essa lua tão "diferentona", na esperança de descobrir evidências de algum tipo de vida nessas águas. Isso vai acontecer com a missão Europa Clipper.

Saturno: 145 luas

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Saturno ocupou o primeiro lugar do ranking de planeta com maior quantidade de luas em 2019, quando 20 novos satélites foram descobertos ao seu redor. No entanto, o planeta voltou a ocupar o segundo lugar da lista em 2023, com a descoberta de mais de dez novas luas ao redor de Júpiter. Alguns meses depois, cientistas descobriram mais de 60 luas ao redor de Saturno, que voltou a ser o planeta orbitado por mais luas no Sistema Solar. Agora, ele conta com 145 satélites naturais conhecidos.

Dentre tantas luas, Saturno também tem algumas que chamam mais atenção que outras e, este caso, as "queridinhas" são Encélado e Titã.

Começando por Encélado, ela é especial porque, assim como Europa, também tem indícios quase que inegáveis de abrigar um oceano líquido abaixo de sua crosta congelada, sendo que já foi confirmada a existência de moléculas orgânicas complexas por lá. Ainda, Encélado também tem fraturas em sua crosta que ejetam parte desse líquido para fora. Ou seja: este mundo é outro candidato no Sistema Solar a potencialmente abrigar algum tipo de vida, caso a vida seja mesmo capaz de surgir em outros lugares além da Terra.

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Já Titã será visitada pela NASA com a missão Dragonfly. Uma espécie de drone fará o papel de sobrevoar a superfície em busca de processos químicos prebióticos em comum entre este satélite natural de Saturno e a Terra. Em outras palavras, para descobrir se Titã sem condições que permitam o surgimento de algum tipo de vida.

A geologia desta lua tem muitas semelhanças com a de nosso planeta, só que, em vez de rios e lagos de água, Titã tem lagos de metano e etano no estado líquido. Ele também é o único satélite natural do Sistema Solar que possui uma atmosfera densa (só que composta principalmente de nitrogênio), é coberto de material orgânico e seu ciclo hidrológico é análogo ao da Terra, só que com elementos diferentes. Por isso, esta lua é tão interessante.

Urano: 27 luas

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As maiores luas de Urano são Oberon e Titânia, descobertas pelo astrônomo William Herschel em 1787. Ele também descobriu outras duas luas das maiores do planeta em questão, Ariel e Umbriel. Quase um século se passou antes de Gerard Kuiper encontrar mais uma lua, Miranda, em 1948. Então, a sonda Voyager 2, da NASA, visitou o sistema de Urano em 1986 encontrou outras 10, medindo de 26 a 154 km de diâmetro: Julieta, Puck, Cordelia, Ofélia, Bianca, Desdêmona, Portia, Rosalind, Cressida e Belinda.

Depois disso, astrônomos conseguiram descobrir mais algumas luas por lá por meio de observações feitas aqui na Terra mesmo, algo impressionante porque elas são bem menores, com apenas 12 a 16 km de diâmetro, e estão a cerca de 2,9 bilhões de km de distância do Sol. Desde então, o total de luas conhecidas ao redor de Urano se mantém em 27.

Netuno: 14 luas

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William Lassell, um dos grandes astrônomos amadores da Inglaterra do século XIX, descobriu a lua Tritão em 1846, apenas 17 dias depois que um observatório de Berlim descobriu o planeta Netuno. Um bom tempo depois, o astrônomo holandês Gerard Kuiper encontrou a terceira maior lua de Netuno, Nereida, em 1949.

Proteus e outras cinco luas tiveram que esperar a Voyager 2 passar por lá para serem conhecidas, estando entre os objetos mais escuros já encontrados no Sistema Solar. Depois disso, astrônomos usando telescópios terrestres aprimorados encontraram mais satélites naturais em Netuno entre os anos de 2002 e 2003, totalizando 14 luas conhecidas por lá.

A Voyager 2 revelou que, em Tritão (que é o maior dos satélites naturais de Netuno), vulcões de gelo jorram o que provavelmente é uma mistura de nitrogênio líquido, metano e poeira, que congela instantaneamente e depois neva de volta à superfície. A superfície gelada de Tritão reflete a maior parte da pouca luz solar que recebe, sendo esta lua um dos objetos mais frios do Sistema Solar, com temperaturas de cerca de -240ºC. Tritão é a única lua grande no Sistema Solar que circula seu planeta em uma direção oposta à rotação dele.

Mercúrio e Vênus não têm luas

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Os únicos planetas do Sistema Solar que não têm nem uma lua para chamar de sua são Mercúrio e Vênus.

Por estar muito próximo do Sol, qualquer lua que Mercúrio pudesse ter tido estaria em uma órbita instável, porque o Sol a puxaria com sua atração gravitacional. Logo, a lua eventualmente se afastaria do planeta e orbitaria o Sol, abandonando a órbita do primeiro e menor planeta de nosso sistema.

Vênus também está mais perto do Sol do que a Terra, mas sua gravidade é forte o suficiente para ser capaz de sustentar uma lua ao seu redor. E, para justificar a ausência de satélites naturais neste planeta, existem duas hipóteses.

A primeira afirma que Vênus tinha uma lua, mas o Sol a roubou com sua intensa atração gravitacional. Já a segunda, considerada mais provável, é que Vênus sofreu um grande impacto quando costumava girar no sentido horário, e esse impacto teria gerado detritos capazes de formar uma lua em sua órbita, mas, milhões de anos depois, um corpo ainda maior impactou o planeta, fazendo com que ele passasse a ter uma rotação retrógrada. E teria sido essa mudança na direção da rotação a responsável pelo sumiço da lua venusiana. De qualquer forma, são apenas hipóteses, então a ausência de luas orbitando Vênus continua sendo um mistério.

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Fonte: NASA