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Objetos interestelares podem ter colidido com a Lua, formando crateras

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Setembro de 2022 às 10h23

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Mike Petrucci/Unsplash
Mike Petrucci/Unsplash

É possível que ao menos um objeto interestelar (“ISO”, na sigla em inglês) tenha se chocado com a Lua. Ao menos é o que sugere um novo artigo liderado por Sam Cabot, da Universidade de Yale. Os objetos interestelares vêm de fora do Sistema Solar e, por meio de simulações e cálculos, os autores acreditam que uma ou duas crateras lunares podem ter sido formadas por impactos de ISOs.

Até o momento, o objeto Oumuamua e o cometa 2I/Borisov são os únicos ISOs que conhecemos. O primeiro visitou o Sistema Solar em 2017 e chamou a atenção tanto por ser o primeiro objeto interestelar detectado em nossa vizinhança quanto por seu formato alongado. Já o cometa Borisov foi identificado passeando pelo Sistema Solar em 2019, através de observações do astrônomo amador Gennady Borisov.

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Segundo o estudo, uma forma de saber mais sobre a composição destes objetos é rastrear alguma cratera lunar que tenha sido formada por um impacto interestelar. Entretanto, embora décadas de observações da Lua já tenham proporcionado mapas bastante detalhados, as informações espectroscópicas deles sobre as crateras são limitadas.

Os autores observam que os mapas não são claros quando o assunto é a composição das crateras, e análises em órbita não seriam o suficiente para descobrir mais sobre os materiais presentes nelas. Uma possibilidade seria aproveitar as missões tripuladas que devem ser lançadas à Lua em um futuro não tão distante, mas há alguns problemas nisso: os astronautas vão ficar no polo sul lunar, e é impossível prever exatamente onde um ISO pode ter caído.

Felizmente, os autores acreditam que o pouco que se sabe sobre os ISOs pode ajudar a identificar as crateras formadas por eles: Sam observa que estes objetos tendem a viajar a velocidades mais altas, quando comparados àqueles do Sistema Solar — eles trabalharam com um limite de velocidade de 360 mil km/h, escolhido porque é raríssimo algum objeto do Sistema Solar chegar próximo desta velocidade.

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“Esta é a premissa do nosso artigo: investigar assinaturas que ‘deduram’ impactos de altíssima velocidade”, explicou ele. Eles sugerem que os sinais de derretimento presentes no local do impacto podem ser mais evidentes a esta alta velocidade, mas consideram também que a composição do material derretido iria depender da composição rochosa da área em questão.

Por isso, Cabot acredita que um próximo passo irá exigir a caracterização do regolito lunar, “algo que, com sorte, veremos com o programa Artemis". Entretanto, ele lembra que os astronautas e seus equipamentos de trabalho científico terão que descobrir como processar grandes quantidades de regolito lunar, para assim entender como a composição dos ISOs pode ser. Enquanto isso, os autores e os demais membros da comunidade astronômica seguem à caçada de novos objetos interestelares.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Planetary Science Journal.

Fonte: The Planetary Science Journal; Via: Space.com