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Cientistas planejam buscar asteroide interestelar que caiu no fundo do oceano

Por| Editado por Rafael Rigues | 04 de Agosto de 2022 às 19h15

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NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spa
NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spa

Em abril deste ano, o Comando Espacial dos Estados Unidos (USSC) publicou um memorando confirmando que um meteoro que iluminou o céu da Papua Nova Guiné em 2014 era, de fato, um objeto interestelar. Embora ainda não haja uma classificação científica oficial, os pesquisadores Amir Siraj, Abraham (Avi) Loeb e Tim Gallaudet já planejam um “resgate” dos detritos no fundo do oceano.

Desde a descoberta do 1I/‘Oumuamua, o primeiro objeto interestelar a ser detectado no Sistema Solar, os astrônomos cogitam sobre sua natureza. Enquanto isso, alguns também procuram por outros alvos semelhantes, inclusive entre os registros de asteroides detectados enquanto caíam em nosso planeta.

Um deles é o CNEOS 2014-01-08, que caiu no mar da Papua Nova Guiné em 2014. Ele foi registrado por um satélite espião do Departamento de Defesa dos EUA, projetado para monitorar as atividades militares terrestres. O problema é que o país do Tio Sam não tem nenhum interesse em compartilhar publicamente dados que revelem as capacidades desse tipo de instrumento.

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Sem esses dados, grande parte da comunidade científica permanece cautelosa com afirmações sobre o CNEOS 2014-01-08 e sua possível origem interestelar. Mas Siraj e Loeb publicaram um artigo (ainda não revisado por pares) e, agora, um novo estudo da dupla apresenta alguns planos para procurar vestígios do asteroide.

Caso seja colocada em prática, não será uma tarefa fácil — o asteroide tinha cerca de 0,4 m e viajava a mais de 210.000 km/h. Essa velocidade é muito acima da média observada nos asteroides nativos do Sistema Solar, daí a suspeita levantada desde 2019. Por outro lado, provavelmente se despedaçou antes de chegar ao oceano.

Assim, procurar os detritos da rocha espacial exigirá alguma estratégia. Para ajudar, Loeb e Siraj se uniram a uma empresa de consultoria em tecnologia oceânica. Dados de rastreamento de satélite, combinados com dados de vento e correntes oceânicas, podem fornecer os limites dentro dos quais a área de pesquisa pode ser estabelecida, com cerca de 10 km por 10 km.

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Se os fragmentos forem magnéticos, um navio com um grande ímã poderia coletá-los sem muita dificuldade — esse é o “plano A” dos pesquisadores. Caso obtenham sucesso, os detritos podem fornecer informações importantes sobre a composição de outros sistemas estelares.

Fonte: arXiv.org; via: Universe Today