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Lua teve mais impactos do que as crateras na superfície sugerem, diz estudo

Por| Editado por Rafael Rigues | 08 de Julho de 2022 às 15h15

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Ponciano/Pixabay
Ponciano/Pixabay

Uma equipe de pesquisadores do Instituto Massachusetts de Tecnologia (MIT) investigou possíveis cenários de impactos que ocorreram no passado da Lua, para reconstituir as mudanças na superfície lunar ao longo do tempo. No fim, eles descobriram que nosso satélite natural parece ter sofrido pelo menos o dobro de impactos em relação à quantidade atual de crateras, o que pode ajudar na compreensão da formação e evolução dos planetas do Sistema Solar.

Há cerca de 4,4 bilhões de anos, o Sistema Solar primordial era como um grande jogo de "queimada cósmica", em que asteroides massivos, cometa e até detritos galácticos atingiam a Lua e outros corpos rochosos primordiais. Esta época violenta é responsável pelas crateras lunares e pela crosta rachada e porosa em nosso satélite natural hoje.

Jason Soderblom, cientista planetário e coautor do estudo, explica que já se sabe que a Lua foi duramente bombardeada neste período; portanto, o que se vê na superfície lunar não é mais um registro dos impactos do passado, porque eles começaram a apagar as marcas de colisões anteriores. Assim, para “ver” as crateras mais antigas, os pesquisadores trabalharam com a porosidade da crosta lunar.

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A porosidade determina o “agrupamento” do material da crosta, e poderia trazer pistas sobre o passado da Lua. “O que descobrimos é que a forma como os impactos criaram a porosidade da crosta não é destruída, e pode nos dar uma ideia melhor do número total de impactos aos quais a Lua esteve sujeita”, disse. Para determinar a porosidade da crosta lunar, eles analisaram as 77 maiores crateras lunares.

Depois de comparar a idade, localização e porosidade delas, os autores criaram simulações para entender como os impactos podem ter alterado a crosta. Os resultados mostraram que, para chegar no que vemos hoje, a Lua jovem tinha crosta com 20% da porosidade observada atualmente; depois, ela foi exposta àquele período de bombardeamento que mencionamos, ocorrido há alguns bilhões de anos.

As crateras antigas foram “escondidas” pelas novas, e a superfície lunar se tornou mais compacta — tanto que, hoje, a porosidade é de apenas 10%. Com as simulações, os pesquisadores acreditam que o número total de impactos deve ser o dobro do número de crateras na superfície lunar hoje. “Estimativas anteriores colocavam esse número muito mais acima, em até 10 vezes os impactos que vemos na superfície, e mostramos que houve menos deles”, disse Soderblom.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Geoscience.

Fonte: Nature Geoscience; Via: MIT