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Objeto interestelar explodiu sobre nosso planeta em 2014

Por  • Editado por  Rafael Rigues  | 

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Reprodução/urikyo33/Pixabay
Reprodução/urikyo33/Pixabay

Um meteoro que iluminou o céu da Papua Nova Guiné em 2014 era, na verdade, um objeto interestelar. A confirmação da natureza do objeto veio de um memorando publicado por oficiais do Comando Espacial dos Estados Unidos (USSC) na última semana, que descreve que “uma análise da bola de fogo foi suficientemente precisa para confirmar uma trajetória interestelar”.

O objeto em questão tinha aproximadamente 0,4 m e atravessou a atmosfera terrestre em 8 janeiro de 2014, viajando a mais de 210.000 km/h. Um estudo publicado em 2019 já havia levantado alguns questionamentos importantes sobre sua origem: entre outras características intrigantes, os autores notaram que a velocidade do objeto era muito acima da média observada dos asteroides que viajam pelo interior do Sistema Solar.

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Na ocasião, eles propuseram com alto nível de certeza que se tratava de um objeto interestelar, e a conclusão deles foi confirmada por cientistas do USSC. Em outras palavras, isso torna o meteoro de 2014 o primeiro objeto interestelar já detectado no Sistema Solar — até então, o título era de 1I/ʻOumuamua, um objeto de forma alongada que já está deixando nossa vizinhança.

O primeiro objeto interestelar

No estudo, os autores combinaram a velocidade à trajetória da órbita do meteoro, e concluíram com 99% de certeza que ele veio de algum lugar bem distante do nosso sistema, como o interior de algum sistema planetário ou até alguma estrela no disco da Via Láctea. Contudo, a verificação dos cálculos do estudo exigia alguns dados considerados confidenciais pelo governo dos Estados Unidos.

O artigo trouxe alto nível de certeza em suas conclusões, mas nunca foi analisado por pares ou publicado em alguma revista científica — tanto que está disponível no repositório online arXiv, sem ter passado pela revisão de pares. Mesmo assim, Amir Siraj, astrofísico teórico que liderou o estudo, ainda espera conseguir a publicação para que a comunidade científica possa dar continuidade ao trabalho.

Além disso, ele acredita que pode haver meteoritos no fundo do oceano, próximos de onde o objeto brilhou no céu. Siraj reconhece que encontrá-los pode ser uma tarefa quase impossível, mas já está consultando especialistas sobre a possibilidade de organizar uma expedição para tentar recuperá-los. “A possibilidade de conseguir o primeiro pedaço de material interestelar é empolgante o suficiente para examinar isso detalhadamente, e falar com todos os especialistas em expedições oceânicas para recuperar os meteoritos”, disse.

Fonte: arXiv; Via: Live Science, Vice