Crítica Totally Killer: 16 Facadas | Um bom terror cômico para todas as gerações
Por Diandra Guedes • Editado por Durval Ramos |
Para saciar a sede dos seus assinantes por filmes de terror no mês do Halloween, o Prime Video trouxe Totally Killer: Dezesseis Facadas, um slasher engraçadinho que mais parece uma mistura de Pânico com sua paródia Todo Mundo emPânico e faz rir enquanto dá bons sustos.
Para começar, a premissa é simples e já conhecida dos fãs do gênero: um grupo de meninas foi perseguido e morto por uma criatura mascarada na década de 1980 e, delas, apenas uma delas sobreviveu — a nossa heroína Pam Hughes, vivida pela ótima Julie Bowen.
Anos depois, ela já está casada e tem Jamie (Kiernan Shipka), uma filha adolescente que se irrita com seu excesso de proteção, especialmente no Dia das Bruxas. A verdade é que Pam teme que o assassino ainda esteja à solta e mate sua família toda, mas o que ninguém poderia imaginar é que quem seria morta neste dia com 16 facadas seria justamente ela.
A partir desse ponto, o longa investe mais no besteirol, mas sem jamais perder a pitada de terror. O público é levado para uma viagem no tempo, quando Jamie decide vingar a morte da mãe e vai parar em 1987, ano em que todas as vítimas ainda estavam vivas.
Chegando lá, ela se depara com um mundo totalmente diferente do seu e percebe que seu smartphone não vai ser tão útil assim. Aqui, vale mencionar o acerto do roteiro em conseguir mesclar as diferentes gerações sem cair no ridículo. Tudo é cômico, mas nada ofende a inteligência do espectador.
Voltando ao enredo, a presença de Jamie na década de 1980 é o suficiente para alterar a linha espaço-tempo e modificar o passado, com isso, ela fica no escuro sem saber quem serão as primeiras vítimas do assassino. Praticamente sozinha em uma época desconhecida, a mocinha tem que pensar em soluções inteligentes para frear o criminoso e, claro, cuidar para que Pam não morra, afinal assim ela também deixaria de existir.
Fazendo várias referências ao clássico De Volta Para o Futuro, o filme do Prime Video entrega um enredo bem humorado, embora pouco inovador. É como se os roteiristas tivessem tirado uma parte de cada filme que serviu como inspiração — e aqui estamos falando de Pânico, Meninas Malvadas, Halloween, entre outros — e criado um Frankenstein. Funciona bem, arranca risadas, dá uns sustos, mas ainda não esconde o fato de ser uma colagem de ideias já conhecidas.
O grande acerto, então, fica para o descompromisso com a seriedade. O longa não se leva a sério, faz piadas infames e é aí onde conquista o público. O elenco também não faz feio. À frente das câmeras, dois rostos conhecidos chamam atenção. Bowen viveu Claire Dunphy em Modern Family(uma personagem apaixonada por Halloween diga-se de passagem) e de Kiernan Shipka, que deu vida à bruxa Sabrina em O Mundo Sombrio de Sabrina, da Netflix.
Além de entregarem boas performances, elas funcionam bem como dupla, assim como Kierman funciona bem com Olivia Holt (Cruel Summer), que vive Pam na fase jovem. Os demais agradam, mas não se destacam.
Dezesseis Facadas conquista os medrosos e também os apaixonados por terror
Com roupas coloridas e cabelos cheios de gel, Totally Killer leva o espectador para um passeio na década de 1980 e não peca nem no figurino e nem na ambientação. A jaqueta branca com franjas é um ótimo acessório para marcar a sintonia entre mãe e filha.
Mesmo com um final pouco surpreendente, o enredo conquista pelo carisma. Quem já assistiu à Don’t Trust the B—- in Apartment 23, série de Nahnatchka Khan, mesma diretora do filme, deve identificar o humor ácido dela no longa.
Por fim, outro acerto importante foi a escolha da minutagem. O filme não se estende além do que deveria e nem enrola para desenvolver as mortes, mostrando que tem o timing certo que uma produção slasher deveria ter. Assim, Totally Killer: Dezesseis Facadas é uma ótima diversão tanto para quem gosta de terror quanto para quem tem medo. Quem quiser dar uma chance à obra, a encontra no Prime Video.